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A alegria de ser uma família Cristã

Autoras: Cecília Pellegrini, Andréa Ferraz, Vanessa Bianchi e Márcia Ferrucci


Cenário: uma varanda: rede, cadeira, mesinha de canto e vaso grande de flor.

Personagens: Narradora Clara, família 1: Sr. Eduardo (marido), Marta (esposa), Cristina (filha), Mateus (filho) e família 2: Sr. Jorge (pai), Marina (mãe), Amanda (filha).

NARRADORA: - Oi, Boa noite. Eu tenho uma história pra contar pra vocês, só que não é cópia das páginas da vida não, tá. Bem, moro aqui e ao lado esquerdo e ao direito da minha casa moram duas famílias também. É a família do Sr. Eduardo e do Sr. Jorge. São famílias muito, mas muito interessantes e aí vocês sabem né, você observa tanto que... gente não encarem como fofoca não, mas eu presenciava tanta coisa... Será que eu conto? Acho que não. Mas, se eu não contar a peça não vai andar. Vocês prometem que não vão encarar como fofoca? Ainda bem porque na realidade eu acabei aprendendo muito com essas duas famílias que certamente eu não esquecerei jamais!

Vejam bem, uma era bem diferente da outra. E foi essa grande diferença que me fez enxergar a importância de vivermos conforme os ensinamentos de Deus. Viram por que eu estava preocupada com o fato de vocês me acharem fofoqueira? Deus com fofoca não combina nada.

Mas vamos continuar... Eu vou voltar um pouquinho no tempo pra contar pra vocês a história dessas duas famílias. Era um domingo muito chuvoso e eu estava aqui, na varanda da minha casa. Quando chove, eu adoro vir para a varanda: vejo as gotas nas árvores, o reflexo com a água e a luz. Aí vocês sabem, né, eu saio, olho a chuva e não posso fechar o olho quando passa alguém, né. Então, estava eu na varanda quando a Família do Sr. Eduardo chegou de carro. Eles logo passaram pela frente da minha casa antes de entrar. Aí eu confesso, vi e ouvi o maior barraco.

EDUARDO [está com uma cerveja de latinha na mão]: - Que, ir na missa o quê Marta! Sê tá doida é! Eu tenho mais o que fazer! E olha esse tempo. Se eu conheço esse povinho de Deus, não deve ter uma alma dentro daquela igreja com essa chuva toda! Não mesmo, eu vou é assistir meu joguinho do São Paulo [dá uma paradinha e olha para os espectadores com aquela cara de sabichão], tomar minha cervejinha e boa. E tem outra Marta, cerveja sem salgadinho, nem pensar. Você não jurou lá, dentro dessa mesma igreja que estaria comigo em tudo o que der e vier? Pois bem, agora veio o timão, o meu querido São Paulo, a cerveja e os salgadinhos que você precisa fritar para mim.

MARTA [brava]: - Mas Eduardo, eu não vou trocar a missa por... fritar salgadinho. Me poupe Eduardo, me poupe. E tem mais, hoje é domingo, pelo menos um dia na semana é importante a gente ensinar as crianças a agradecer, a falar com Deus. Você pode não querer ir, mas eu irei com nossos filhos.

EDUARDO [nesse momento a família está na frente da varanda, virados de frente para a plateia]: - Olha só a petulância... Na hora de jurar que vai cuidar de mim, aí você jurou né. Agora me troca assim, na maior. Que falar com Deus o quê! Aliás, [dá uma gargalhada] eu falo com Deus sim, ou melhor, eu falo direto com o Santo que guarda o céu: [faz gesto de torcedor fanático e olha pro céu] - aí São Paulo, é hoje que a gente manda vê no Inter... hahaha... E tem mais, eu não vou deixar de comer os salgadinhos deliciosos que você faz e ser obrigado a consumir essas porcarias compradas prontas.

MARTA: - Mas Eduardo...

EDUARDO: - Marta, você não vai e tá acabado.

CRISTINA: - Tô contigo e não abro, paizão. Aí mãe, eu também não tô nem aí pra ir nessa missa. Não tem nenhum gato sarado lá... Além do mais, hum, eu não escuto sermão nem de você! Você acha que eu vou lá pra ficar escutando sermão de padre?! Tá me estranhando é?! [enquanto fala nem olha pra cara da mãe. Vai passando batom e se olhando num espelhinho de mão.]

MARTA [olha para os lados preocupada que alguém possa ter ouvido a filha falar daquele jeito. Fala com a filha preocupada, tentando abraçá-la.]: - Psiu, alguém pode ouvir. O que os vizinhos não vão pensar? Filha, olha como você fala! Não diga isso, menina. As mensagens que o padre sempre passa são muito importantes para nos ajudar a tomar o caminho certo na vida!

CRISTINA: - Você faz um drama, heim... Quanto bla,bla,bla. Me esquece.

MATEUS: - Ah, que é isso mãe! Só você mesmo pra escutar aquelas bobagens [fala imitando um padre]: - Não beba, não fume, tenha uma vida saudável... quanta tolice. Se acha que beber um pouquinho faz mal é! Eu não dô pra ser santo não, viu. Bom, vamo nessa que eu tô atrasado pra baladinha que vai rolá na casa do Gustavão. Fui.

[os filhos e o pai vão andando na frente e saem pela porta da direita enquanto a mãe fica pra trás e pára na frente da varanda da narradora e descobre que ela está lá ainda com o guarda-chuva olhando pra ela.]

MARTA [acena para a narradora] O-olá! [sem graça] Bom dia, tudo bem? [e vai andando atrás da família.]

NARRADORA: - Bom dia! É, pois é. Família complicada, né! Não vou falar mais nada, senão já viu... pode parecer o quê? Fo-fo-ca. Mas nesse mesmo dia eu conheci a família do Seu Jorge.

JORGE: - E aí filhona, [abraça a filha enquanto anda] você conseguiu um personagem no teatrinho na igreja hoje?

AMANDA: - Ah é uma pena pai, mas o pessoal não precisou! Mas eles falaram que na próxima semana vão precisar da minha ajuda. Vai ser super legal.

MARINA: - Que ótimo Amanda. Ah, veja que dia vocês vão marcar o ensaio heim, porque não podemos perder o dia do Encontro das Famílias, não é bem?! [fala para o marido]. Eles estão preparando um tema muito interessante e acho bom você também ouvir viu menina [fala pra filha em tom de brincadeira e abraça também]. É, um dia você também vai ter a sua família e vai precisar dessas dicas.

JORGE: - Então vamos logo que já estamos atrasados para o aniversário.

MARINA: - Olha [aponta para a narradora]! A nossa vizinha. Esperem aí! Oi, Clara, tudo bem?

NARRADORA: - Oi, dona Marina, tudo bem. Tá toda chique, heim.

MARINA: - É, estamos indo na casa dos meus pais. Acredita que eles estão fazendo aniversário de casamento? Bodas de ouro.

NARRADORA: - Que bela união. Dê os parabéns a eles por mim.

MARINA: - Darei sim, obrigada. Tchau. [despedem-se e caminham para a porta da esquerda abraçados e felizes.]

NARRADORA: - Tchau.

[A narradora fica olhando pra eles até eles saírem do palco, tira o guarda-chuva da cabeça, fecha ele, coloca de lado e com um sorriso nos lábios volta a falar com os espectadores.]

NARRADORA: - Tá vendo! Isso é que é família unida! Repararam a grande diferença entre elas? Eu comecei a observar o comportamento destas duas famílias. Acompanhem comigo os acontecimentos!

Cena 1 - [Mateus passa pela frente da casa com uma garrafa de cachaça nas mãos e meio cambaleante. A mãe vem em sua direção pelo outro lado e ele esconde a garrafa de cachaça nas costas enquanto passa pela mãe.]

MARTA: - Filho, onde você estava? Desde ontem a noite que você saiu e nem voltou pra casa. Você nem me avisou onde estava.

MATEUS: - Ah, mãe [dando risada] se liga vai... vai cuida da sua vida que eu cuido da minha. [Ele vai embora pelo outro lado fazendo como se estivesse bebendo da garrafa.]

Cena 2 - [Cris aparece de um lado, muito nervosa e vai até a frente da varanda]

CRISTINA: - Você é que pensa que vai estragar a minha vida.

NARRADORA: - Nossa Cris o que aconteceu?

CRISTINA: - Droga, droga. [Põe a mão na barriga e a olha com raiva. Sai correndo e vai embora. Narradora pega o papel que Cris deixou sobre a mesa.]

NARRADORA [lê em voz alta]: - Positivo”.

Cena 3 - [Sr. Eduardo vem caminhando de um lado como se estivesse muito bravo e Marta vem atrás dele correndo. Ela puxa o braço dele e diz.

MARTA: - Eu vi você abraçado com aquela mulher de novo! O que você me diz disso? Hein? Vai falar que era amiga de novo?

EDUARDO [com o dedo em riste na cara da esposa]: - Não, Marta. Eu vou falar a verdade! Quer saber? Tô pouco me lixando pra você [grita]: - Eu tô te traindo sim! E daí, vai fazer o quê? Você tem coragem de me largar? Sou eu que pago as contas aqui. Me larga pra você ver! [vira-se e vai embora pelo lado oposto enquanto a esposa começa a chorar e sai também. A narradora está com as mãos nos lábios chocada.]

Cena 4 - [A família do Sr. Jorge passa e cumprimenta a narradora]

JORGE, MARINA e AMANDA: - Oi, Clara!

NARRADORA: - Hoje tem outra festança?

JORGE: - Melhor que isso, estamos indo para o encerramento da Semana da Família, vai ter até teatro.

MARINA: - Quer ir?

NARRADORA: - Hoje não dá porque o meu marido ainda não chegou.

MARINA: - Então tá. Tchau!

NARRADORA: - É isso aí pessoal, vocês acompanharam um pouco do que eu via da minha varanda. Dinâmica familiar tão diferente, muito para se pensar. Para encerrar, deixamos a pergunta no ar: Como está o relacionamento na nossa família?

[Música Família e todos os atores retornam cantando pra agradecer.]

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