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A bola que rola, mas não enrola

Atualizado: 14 de out. de 2020

Copa do Mundo 2002

Autora: Cecília Pellegrini


Oi amiguinhos, vocês gostam de futebol? Eu também gosto muito e vou contar sobre a Copa do Mundo de 2002, quando o Brasil se tornou pentacampeão.

O Planeta Terra estava radiante ao ver os trinta e dois países chegando para o torneio: -  Eu fico muito feliz quando vejo tantos povos que habitam em mim, assim, reunidos: Japoneses! Alemães! Africanos! Brasileiros! 

Os jogadores de todos os países estavam ali, juntos, cada qual falando numa língua diferente. Uma integração de culturas. Seres humanos em paz, participando de um torneio desportivo alegre, sadio e de muita união.

E todos os países gritaram: -  Que vença o melhor!

A Terra, orgulhosa, continuou: - A maior vitória do homem é a vitória sobre si mesmo. A superação de obstáculos, a serenidade para vencer ou ser vencido.

Os países respondiam cada qual na sua língua materna e batiam palmas: -  Muito bem!

- Que a convivência entre vocês tenha generosidade, respeito e companheirismo. Desejou a Terra a todos os participantes da copa.

O Brasil falou: - Nossa, Terra, eu me orgulho muito de morar aí dentro, viu!? Você não enrola! É perfeita! Redondinha! Azuladinha! E quanta sabedoria!

O Japão, fez um ar de desentendido e com o seu sotaque questionou: -  Generosidade?

A Alemanha também não entendeu: - Respeito?

Depois foi a vez da África do Sul perguntar: - Companheirismo? 

A Terra satisfeita com a explicação do Brasil respondeu: - Sim, isso mesmo.

Mas o Brasil pontuou: - Chiiiiiii, Terra... acho que pode enrolar no meio de campo. Eles não entenderam nada.

Os três países se “embananaram” ainda mais: - Enrolar? Como assim?

Com um certo sorriso, o Brasil deu um “nó” na cabeça dos amigos estrangeiros, falando mais e mais gírias: - Temos que seguir direitinho o que a nossa amiga Terra tá falando. Entendeu? Copiou? E aí é só “ripa na chulipa.”

Os três países ficaram meio exaltados e perguntaram, tentando pronunciar: - Como assim, “ripa na chulipa”? 

Achando a maior graça, o Brasil continuou: - Ora, é “ripa na chulipa e pimba na gorduchinha”. Cê não entende, meu?

Eles ficam exaltadíssimos e começaram a xingar cada qual em sua língua.

Quando a Terra percebeu que a harmonia poderia acabar, ela interveio: - Calma, calma. Parece que agora está ficando meio enrolado. Mas não se preocupem: no campo de futebol, tudo se desenrola. Chamarei a minha amiga bola e aí a linguagem será uma só: as regras do jogo. E vamos ao torneio.

Todos refletiram e lembraram que quando eles estão no campo jogando futebol, não importa a língua que cada jogador fala, todos se entendem, pois as regras do jogo são as mesmas. Eles bateram palmas em sinal de concordância grupal e gritaram: - Eeeeeeeeee!

E assim foi, os times de cada país se enfrentaram entre si durante um mês de competições, até a final da Copa, no dia 30 de junho de 2002.

O Locutor brasileiro Galvão Bueno começou a narrar a grande final: Bons dias telespectadores. Eu, Galvão Bueno, da TV Povo, diretamente de Yokohama, no Japão, levando até vocês o melhor do futebol mundial. Aqui está um pouco frio, mas a vibração da torcida, num estádio completamente lotado, faz o clima aquecer rapidamente. Hoje teremos a partida de futebol mais esperada desta Copa do Mundo. Aguenta coração! O Brasil está na final com a Alemanha. Queremos esta taça, minha gente! Logo mais, a bola vai rolar no gramado. Vamos agora ver os nossos craques na concentração. Vamos ouvir quais são as últimas orientações do técnico Felipão aos jogadores brasileiros.

Em seguida, a TV mostrou a equipe toda unida e o técnico Felipão animando o grupo: - Amigos, chegamos até aqui porque somos uma equipe que trabalhou unida, que não se abalou com os obstáculos, pelo contrário, superamos todos eles. 

O lateral direito Cafu falou: - Bastou sermos obedientes ao seu comando, Felipão. 

E o técnico continuou: - Não foi só isso, Cafú: vocês são jogadores disciplinados, sabem a importância de uma vida física equilibrada, um corpo são. Descansaram adequadamente, seguiram rigidamente as regras esportivas de não beberem nada alcoólico, não consumirem drogas.

O Zagueiro Lúcio se lembrou de toda equipe: - Estamos em forma mesmo. Nosso preparador físico, nosso médico, fisioterapeuta, nutricionista, psicólogo também ajudaram muito nisso tudo. Nós praticamos a convivência, a amizade, o apoio.

Todos os jogadores brasileiros concordaram: - É mesmo, você tem razão amigão!

Felipão empostou a voz e, com muita convicção, falou: - Vamos jogar com convicção! Garra! Nós conseguiremos a 5ª estrela.

O locutor continuou: - O Brasil todo está ligado na TV, aguardando o grande momento. Vamos voltar ao vestiário, na concentração brasileira para rezarmos juntos com o nosso time campeão.

O técnico e os jogadores, de mãos dadas, rezaram com muita fé o Pai Nosso.

Quando a oração terminou, o Felipão disse: - A bola na rede e Jesus no coração.

E os jogadores repetiram: - A bola na rede e Jesus no coração.

Todos gritaram: - Penta Campeão!

No campo já se ouvia uma música animadíssima e a agitação dos torcedores na arquibancada.

Os jogadores dos dois times entraram no gramado, acompanhados do árbitro e dos bandeirinhas.

Após os hinos nacionais da Alemanha e do Brasil todos os profissionais se posicionaram em campo para o inicio da partida.

O Galvão Bueno iniciou a narração, com sua fala acelerada e cheia de emoção: - O juiz iniciou a partida e o nosso capitão Cafú está de posse da bola. Essa redondinha rola que rola pelo gramado do Japão. Os comandados de Felipão atacaram primeiro. Ronaldo recebeu uma enfiada de bola de Ronaldinho Gaúcho, aos 18 minutos, e chutou de primeira para fora. Dez minutos depois, novamente Gaúcho, agora pelo alto, tocou para o centroavante que, desequilibrado, parou no goleiro alemão Kahn. E os minutos se passaram e o primeiro tempo terminou em zero a zero.

A torcida brasileira, na arquibancada, aproveitou o intervalo para cantar animada e com muita esperança na vitória. Enquanto cantava ia contagiando a todos no estádio. Até mesmo mexicanos e japoneses estavam rendidos e confiavam na superioridade do futebol verde e amarelo. Com tanta animação, os 15 minutos de intervalo passaram rápido e o locutor já estava narrando a entrada dos times em campo.

O Galvão continuou por longos minutos até que um feito aconteceu: - Vinte e dois minutos do segundo tempo. Ronaldo briga pela bola no meio e toca para Rivaldo que chuta de longe. Oliver Kahn não segura e a bola sobra nos pés do Fenômeno que marca e abre o caminho para o Penta. É Goooool! 1 para o Brasil e 0 para a Alemanha. 

Na arquibancada era uma alegria só, todos gritavam, se abraçavam... Em cada residência no Brasil o que se ouvia eram gritos de satisfação e orgulho.

Mas todos contiveram a emoção para o jogo continuar.

Galvão Bueno, mais confiante e animado, seguiu na narrativa: - Aos 34 minutos, a confirmação da nossa superioridade futebolística. O volante Kleberson arranca pela direita e toca para a entrada da área. Rivaldo faz o corta-luz e deixa para Ronaldo que bate no canto esquerdo de Kahn. E a bola entra na rede. É goooool! O jogo continua até os 45 minutos do segundo tempo e termina a partida. Dois para o Brasil e zero para a Alemanha! O penta é nosso, minha gente. Que emoção, aguenta coração!

Os jogadores brasileiros comemoram. Depois são cumprimentados pelos jogadores alemães...

Galvão gritava eufórico: -  Somos penta, minha gente! Penta Campeão! O Brasil merece! Agora é só comemoração! O capitão Cafú beija a taça e os jogadores da nossa seleção canarinho saem de campo abraçados, mostrando a união que acompanhou toda essa trajetória. Valeu Brasil!

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