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A fé nos encoraja

Lc 17,5-10

Autoras: Cecília Pellegrini e Vera Pastrello


Cinderela entra na sala de jantar trajando uma roupa bem simples. Sempre cantarolando e dançando com seus amigos ratinhos, vai colocando a mesa: - Ufa, quanto serviço! Passei horas cuidando da horta, lavando e passando roupa e agora preciso me apressar com o almoço.

Um dos ratinhos chamado Tidinho falou: - Viu só, nós temos muita pressa para terminarmos o almoço e essa rata velha só atrapalha, não enxerga e nem anda direito. Deveria estar lá no asilo Cochilão, do sr. Ratão.

Cinderela o repreendeu: - O que é isso Tidinho, você não deve maltratar assim os outros.

A rata idosa chamava-se Ratilda e disse: - Deixa Cinderela, eu já estou acostumada.

Mas a jovem discordou: - Nada disso, querida Ratilda, o Tidinho precisa entender que agora que a senhora está assim debilitada, precisa dos cuidados e do carinho dos mais jovens.

Nesse momento ouviu-se as badaladas do relógio: - Minha nossa, já está na hora do almoço e a minha madrasta não gosta de atrasos.

A madrasta entrou com suas duas filhas Anastasia e Drizella, vestidas luxuosamente. Ao vê-las os ratinhos correram se esconder.

A megera gritou: - Cindereeeela! Sua lerda, sua lesma. Por que ainda não nos chamou para o almoço?

As filhas exclamaram: - Hum, que fome!

A madrasta continuou: - Viu só, meus bebês estão com fome.

Com muita calma e ternura a Cinderela falou: - Me desculpe. Aqui está: arroz com faisão, codornas assadas flambadas e batatas recheadas com peru e catupiry.

Mas o cardápio não agradou: - Que comida “xinfrim”. Serei obrigada a engolir apenas isso? Você não tem criatividade, não sabe cozinhar direito.

A Cinderela se explicou: - É que eu passei a manhã inteira cuidando da horta e da lavagem das roupas.

Anastasia se penalizou: - Coitada dela, mamãe!

Mas sua mãe a repreendeu: - Que coitada o que? Uma jovem forte, saudável, tem mais é que trabalhar.

Drizella pensava como a mãe: - A senhora está certíssima, ela tem mais que trabalhar.

A mãe continuou: - Lindinha, você é parecida com a mamãe. Cinderela anda logo, sirva a comida.

Quando estavam sentadas na mesa, Anastasia pediu: - Mamãe, vamos chamá-la para comer conosco.

Mas foi repreendida: - Você não se parece nada comigo. Ela é um serviçal inútil. Fez apenas o que precisava fazer. O que mandei fazer. Você acha que eu colocarei essa “mulambenta” sentada em nossa mesa?

Drizella afirmou: - Mas é claro que não!

Anastasia lembrou: - Mas...Isso tudo é dela também. Precisamos agradecer...

A mãe a corregiu: - Psiiiiiu. Fique quieta. Desde que os pais dela morreram, tudo ficou para mim, entendeu? Para mim. E para vocês também, meus amores. Cindereeeela está esperando o que? Sirva a comida, vamos.

Enquanto a Cinderela começou a servir, os ratinhos, que estavam vendo tudo dentro do buraco na parede, começaram a conversar.

Ratilda comentou: - Pobre Cinderela, como ela é humilhada nesta casa.

Depois Rufino continuou: - Ela só faz o bem, ajuda a todos. Não merece ser tratada assim.

E Tidinho concluiu: - Precisamos fazer alguma coisa por ela.

O bate-papo foi interrompido com o Mensageiro do Castelo batendo na porta. Cinderela foi atender.

O arauto de vossa majestade leu em voz alta e depois partiu em disparada: - O rei manda convidar para o Grande Baile que haverá hoje no Palácio, momento em que o príncipe escolherá, entre as moças do reino, a sua futura esposa.

A madrasta e as suas filhas vibraram muito.

- Ainda bem, depois dessa gororoba horrível, uma notícia boa. Vamos filhinhas, vamos comprar os vestidos mais lindos, as coroas mais chiques que encontrarmos.

- Eu posso ir? Cinderela pediu.

As três malvadas riram escandalosamente e gritaram: - É claro que não!

A madrasta falou: - Com que roupa, você vai, com que roupa você vai? Que menina atrevida. Como ousas querer se misturar com a elite do palácio?

Anastasia criou coragem e intercedeu: - Por favor, mamãe, deixe ela ir.

Drizella zombou: - Isso mãe, afinal ela já esta vestida para o baile.

- Está vestida para o baile?

- O baile dos horrores, hahahaha.

A mãe continuou: - Está bem filhinha, vou ser boazinha. Sua serva inútil, venha cá.

- Sim senhora.

- Lave todas as janelas, limpe todas as estátuas da casa, os tapetes, lave e encere o chão dos 38 cômodos e aí você poderá ir.

Após rir muito chamou as filhas: - Vamos queridas, vamos ao baile!

Após saírem Rufino consolou: - Não fique assim, Cinderela. Você ouviu, a sua madrasta deixou você ir.

Todos os ratinhos tentaram anima-la: - É, você poderá ir!

- Mas, é impossível. Como farei tudo isso em tão pouco tempo? Perguntou Cinderela.

Tidinho aconselhou: - Não desanime, tenha fé em seu coração.

Rufino concordou: - É Cinderela com fé no coração até as coisas impossíveis acontecem.

Ratilda teve uma ideia: - Escutem, eu tenho um plano: podemos pedir ajuda a todos os ratinhos da casa e do celeiro também e faremos todos os serviços da casa. Enquanto isso você pegará aquelas roupas da sua mãe, que estão no baú e transformará no mais belo vestido. Como vê, podemos ajudar você.

Os ratinhos se empolgaram: - É, podemos ajudar você!

Cinderela se animou: - Vocês falando assim, fico até animada. Parece que realmente isso vai ser possível.

Tidinho ficou comovido e abraçou a rata idosa: - Pôxa, dona Ratilda, me desculpe. Agora eu percebi que o que falta em força na senhora sobra em sabedoria. Eu realmente preciso aprender muito com a sua experiência.

Rufino lembrou: - Vamos, vamos que o relógio está avançando!

Todos os ratos da casa pegaram firme nas tarefas, enquanto a Cinderela tirou umas roupas do baú e começou a costurar.

Após algumas horas tudo estava brilhando e a Cinderela já estava com um lindo vestido reformado.

Os amigos a admiraram: - Que linda!

- Obrigada, meus amigos. Nós conseguimos!

Os ratinhos estavam animadíssimos: - Palmas! Nós conseguimos!

Ratilda disse: - Eu não disse, minha querida: É preciso acreditar. A fé é a segurança do que se espera. Mesmo que seja uma fé bem pequenina, se for autêntica, o que esperamos acontecerá.

Cinderela revelou: - Hoje eu aprendi que, muitas vezes a nossa fé fica abalada, mas não podemos desanimar. Sem fé não podemos viver, pois ela está junto com o amor, a amizade, a alegria, a esperança e a confiança. Obrigada, meus amigos.

Rufino sintetizou: - As coisas impossíveis se tornam possíveis.

Tocam-se as badaladas do relógio! Estão avisando que o nosso tempo terminou. O final da história todo mundo já conhece. A Cinderela com o príncipe se casou e... Viveram felizes para sempre!

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