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A missão do coelhinho da Páscoa na Amazônia

Atualizado: 19 de mai. de 2022

Jo 20,1-9 e Páscoa 2007 (CF tema: Fraternidade e Amazônia)

Autoras: Cecília Pellegrini e Vera Pastrello


A mamãe Coelha Carla estava com seus filhotinhos coelhinhos fazendo-os dormir, cantando: - Coelhinho da mamãe está na hora de dormir, já encheu a barriguinha, com muita cenourinha... Hummm, hummm...

Nisso toca o despertador e ela gritou: - Coelhiiiiiiiito!

Com o barulho alguns filhotinhos começaram a chorar e, com muito carinho ela falou: - Calma filhinhos, dorme, dorme... Depois ela chamou: - Coelhiiiiito! Mas onde está este meu filho?

O Coelhito estava debaixo da mesa da cozinha: - Estou aqui mamãezinha.

A mãe avisou: - Chegou o momento, filhinho. Você precisa ir para a Amazônia!

- Mas eu não quero ir, mamãe. Eu não quero.

Dona Carla falou admirada: - Como não quer ir? Você é o mais velho dos seus 15 irmãos. Você é um adolescente garboso, charmoso, fala bonito...

O Coelhito estava até se sentindo mais corajoso com tantos elogios, mas logo voltou a trás: - Mas a Amazônia fica lá no norte e nós estamos aqui, no sudeste, nessas campinas maravilhosas, cheias de cenouras suculentas... Ah! Não vou, não vou e não vou.

A mãe perguntou:- Você não é o mais velho?

- Sou. Respondeu o adolescente.

Ela continuou: - Você não estudou toda a história da Páscoa, dos ovos, dos coelhos?

- Estudei.

- Então, filhinho. A Amazônia precisa de uma vida nova. Você precisa levar esperança para as aquelas crianças que já não veem mais alegria na vida. Elas estão morrendo junto com aquelas terras.

- Mas mamãe eu estou com tanto medo, eu não sei o que irei encontrar por lá.

- Seja forte, não tenha medo não, seu anjinho da guarda estará lhe protegendo o tempo todo.

- Está bem, mamãe. Já que o papai Coelhão foi ao Iraque levar alegria e esperança para as crianças de lá, eu irei para a Amazônia.

- Assim é que se fala, meu querido filho. Aqui está a sua mochila, com água, comida e livros para ler na viagem. O Sr. Gavião, está esperando no aeroporto.

- Que o seu anjinho da guarda te proteja. Boa viagem filho.

- Obrigado mamãe, tchau.

E lá foi ele, saltitando meio trêmulo. Enquanto ele dava tchau para sua mãezinha, ele pensava: - Ai que medo...

Enquanto ele estava a caminho do aeroporto, um macaco pulou bem na sua frente e começou a colocar mais medo ainda no bichinho: - O gavião que vai levar o Coelhito vai cair, lá, lá, lá.

Um furão também apareceu para tentar fazer o coelhinho desistir: - Na Amazônia tem cobra, aranha, leão, onça...

- É só mato, jacaré e mosquito da dengue... O macaco continuou.

- Indígena que come até gente. Contou o furão.

Os dois bichos maldosos falaram juntos: - Coelho então...

E continuaram atordoando o Coelhito, dando muita risada: - É ensopado! É assado! Fazem até torresmo de coelho!

O pobre coelho ficou com muito medo e quase retornou para sua toca, até que se lembrou das sábias palavras da sua mãe e pediu: - Ai meu anjinho da guarda, me ajuda! Depois respirou fundo e disse: - Eu vou firme nesta missão e vocês não me metem medo, não. Se preciso ajudar as crianças de lá, irei já.

O macaco desistiu: - Ih, falhou. Ele vai mesmo pra Amazônia.

O furão concordou: - Não adianta colocar medo nele. Esse anjinho da guarda está junto dele o tempo todo.

Ambos decidiram partir: - Vamos dar o fora daqui!

O Coelhito subiu nas costas da ave. O gavião abriu suas asas e saiu voando, com o passageiro agarrado em seu pescoço.

Quando estavam chegando, do alto o coelho viu várias cenas e comentou: - Como é grande! Nossa! O que é aquilo? Quanta fumaça! Quantos caminhões transportando madeira! Os animais fogem assustados!

O avião, ou melhor, o gavião pousou, deixou o passageiro e decolou novamente: - Obrigado, Sr. Gavião! Tchau!

Coelhito viu várias crianças brincando com uma bola de meia. Eram Indígenas de várias aldeias, nordestinos ribeirinhos, afrodescendentes... De repente as crianças pararam ao verem o visitante e gritaram: - Um coelho!

Inocente, o coelho quis fazer amizade: - Oi, tudo bem?

As crianças se olharam umas para as outras. Depois sorrateiramente cada uma pegou uma arma: machadinho, pau, arco/flecha e gritaram: - Hoje tem comida!

O Coelhito se deu conta da situação: - Ahhhhh?! A comida sou eu?

E saiu correndo e a criançada toda atrás dele. Depois de pular tanto ele deu um grito: - Espera aí, espera aí. A coisa é mais séria do que pensei. Mim ser coelho da Páscoa... E começou a cantar uma musiquinha conhecida para ver se elas entendiam: - Coelhinho da Páscoa que trazes pra mim? 1 ovo, 2 ovos, 3 ovos, assim.

Quando ouviram a palavra ovo, ficaram ainda mais decididas a matarem o pobre animal: - Tem ovo também?! Coelho e ovo!

Ele pensou: - Perna pra quem tem! E saiu em disparada e todos atrás dele.

O cansaço tomava conta do pobre animal e aí ele decidiu terminar com a perseguição: - Chega, chega, chega. Até porque vocês correm pra “caramba” e eu já estou cansado. Me deem isso aqui, que pode até fazer xixi na mão de criança. É perigoso, machuca... E tirou todas as armas das mãos das crianças, que explicaram: - Mas nós estamos com fome.

Uma indigenazinha chamada Araci contou: - Depois que saíram derrubando as árvores, já não encontramos animais para caçar.

A nordestina Sebastiana, que mora na floresta desde os 2 anos de idade mostrou o rio cheio de sujeira e falou: - Os rios estão poluídos e não tem mais peixes.

Aziza é quilombola e quis contar outro problema: - Somos obrigados a sair de nossas terras e onde iremos plantar agora?

Coelhito ficou compadecido, mas refletiu: - Eu sei que a situação está séria, trágica mesmo, mas se vocês matarem o Coelhinho da Páscoa, aí sim é que tudo se acaba.

Araci perguntou: - E quem é essa tal de Páscoa?

Como um professor o animal explicou: - Páscoa quer dizer passagem. Passagem da morte para a vida. Vocês já ouviram falar de Jesus?

Sebastiana lembrou de uma pessoa muito importante: - Teve uma Irmã que viveu aqui sabe, ela ensinava a gente a rezar, mas mataram ela.

A notícia tinha espalhado pelo país e até o Coelhito sabia: - É, eu fiquei sabendo...

A criança continuou: - Acredita que mataram só porque ela não concordava com essas pessoas que estão tomando tudo o que é nosso?

Araci lembrou de outro defensor: - Igual ao Chico Mendes que começou a defender os seringueiros.

As crianças falaram em uníssono: - Mataram também!

Yara, da tribo Borari lembrou: - Por isso mesmo que nosso povo falava pra ela: Irmã Doroti, você pode acabar morrendo. Ela respondia: Jesus também morreu por nós. Eu não vou desistir de lutar para acabar com a injustiça.

O animal, que sabia tudo confirmou: - Foi isso mesmo, Jesus morreu crucificado por nós. Ele foi pregado numa cruz e depois de morto, o colocaram em um túmulo, aberto no rochedo.

As crianças ficaram penalizadas: - Coitadinho... Ele só queria o nosso bem...

O coelhinho vendo a tristeza nos olhos daquelas crianças, mudou a conversa e falou animado: - É, mas ele não ficou na morte não. Ele ressuscitou,

Os pequenos não entenderam a palavra tão difícil: - Ressuscitou?

Então Coelhito explicou: - Sim, quer dizer que ele tornou a viver.

Açucena, uma criança tímida, se manifestou com alegria por ter entendido a brilhante explicação: - Entendi, passou da morte para a vida.

- Isso é Páscoa! Exclamou o coelho!

Raoni, um adolescente resumiu: - Páscoa – Passagem! Entendi! Então, essa passagem é como a semente que enterramos no chão. Parece que está morta, sem vida, mas depois nasce uma bela planta, cresce, dá frutos.

Coelhito ficou encantado: - Bela explicação. Nesse dia de Páscoa, nós, os coelhinhos, representamos todos aqueles que acreditam em Jesus e que levam a sua palavra para outras pessoas. Jesus quer que a sua palavra se multiplique.

Rindo, Araci comentou: - Entendi, os homens escolheram o coelho porque vocês têm um montão de filhotes, né?

O animal revelou: - Minha mãe e meu pai tiveram 15 e eu quando crescer quero ter 20...

As crianças cochicharam: - Poxa! Haja coelho!

Ele continuou: - Precisamos ser em muitos para levar o Ovo de Páscoa pra todo mundo.

Mais uma novidade aguçou as mentes infantis: - Ovo de Páscoa?

Então Coelhito informou: - Sim. Tá certo que os homens ganham muito dinheiro fabricando ovos de chocolate, mas estou aqui para falar do significado de se dar um ovo. Todo ovo de uma ave tem um filhotinho dentro, não é? Então, inventaram essa história de ovo de chocolate para mostrar que o ovo carrega uma vida nova que está para nascer.

A criançada lambendo os lábios perguntou: - Tem ovo de chocolate pra nós também?

- Lógico que tem! Eu estou aqui porque neste ano todo Brasil está olhando e orando por vocês. Minha missão é trazer a esperança de um novo começo. Vejam as mensagens que eu trouxe.

As crianças maiores, que sabiam ler pegaram os bilhetinhos e começaram a falar em voz alta: - Vocês não estão sozinhos nesta luta para salvar a Amazônia! - Estamos aprendendo a conhecer vocês para poder ajudá-los. - A oração e a doação fazem parte da nossa Campanha.

Araci estava com os olhos cheios de lágrima: - Nossa! Quanta coisa estão fazendo pela gente. Estou mais animada. Vou continuar, não vou desanimar...

Os outros seguiram na mesma decisão: - Eu também! Acreditamos nesse amor. Acreditamos nessa Campanha!

Por fim o Coelhito resumiu: - Páscoa é o nosso coração em festa! Jesus convida nossa vida a ter mais vida, com a vida que Ele dá.

Todos se confraternizaram e desejaram Feliz Páscoa!


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