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A paz é o nosso tesouro

Atualizado: 14 de out. de 2020

Campanha da Fraternidade de 2005 – Solidariedade e a Paz e enfoque sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos

Autora: Cecília Pellegrini


A historinha de hoje fala de Doralândia e Pratalândia, dois reinos vizinhos que sempre foram inimigos.

O rumo começa a mudar quando as rainhas de cada reino tiveram bebês no mesmo dia.

O bobo da corte de Pratalândia saiu pelo reino avisando: - Psiu, quietinhos, que o bebezinho está dormindo.

Mas ao longe ele ouviu o bobo de Doralândia todo animado, gritando: - Nasceu! Nasceu!

O Bobo Prateado pediu: - Fala baixo, as crianças dos dois reinos acabaram de nascer.

Ele mal acabou de falar e deu para ouvir o berro dos dois bebês chorando: - Viu só, você agitou os bebês.... Vá e pega um que eu pego o outro. 

Cada qual correu ao quarto das crianças, pegaram os recém nascidos e foram passear com eles até a divisa dos castelos.

Em Doralândia o Bobo dourado falou: - Vixi Maria, ainda estão como vieram ao mundo!

Sem ouvir direito o Bobo Prateado perguntou: - O que você disse?

O dourado respondeu: - Veja, esse aqui está peladinho, peladinho.

O prateado exclamou: - Isso não é maravilhoso?! Nascemos todos iguais: um corpo nu, com as mesmas necessidades: precisa de carinho, proteção...

O bobo dourado continuou: - Precisa comer, dormir, fazer coco, xixi. Ihhhhh, eu não disse? Veja, o bebê acabou de molhar toda a minha roupa...

Os dois estavam rindo quando ouviram os gritos das rainhas: - Cadê o meu bebê?

Os Bobos ficaram nervosos: - As rainhas estão chegando!

O prateado teve uma ideia: - Vamos pegar um atalho e colocar cada criança em seu respectivo berço.

E assim fizeram rapidinho e logo em seguida as duas rainhas já estavam com seus bebês, lindamente vestidos, passeando pelos jardins.

A rainha Prateada falou em voz alta: - Meu bebezinho. Você é o mais lindo do planeta. Também pudera teve a honra de nascer no reino mais potente e mais grandioso de todo universo.

A rainha Dourada falou em um tom de voz ainda mais alto: Meu fofinho... Eu sabia que você seria mais lindo do que o bebê daquela invejosa da rainha da Pratalândia. Vai aprendendo desde já: jamais, jamais ouviu bem, é permitido passar desta divisa.

A rainha da Pratalândia empostou a voz e continuou: - Filhinho querido está vendo só essa divisão de terras? Pois bem, nunca atravesse para o lado de lá porque não devemos nos misturar. A nossa raça é superior. O nosso reino é um gigante, hiper, super, mega, plus potente.

A outra rainha ficou muito brava e gritou: - Aaaara, mas você está me tirando do sério. É briga que você quer, é?

- Briga não, eu quero é guerra. Berrou a rainha da Pratalândia!

- Pois se não bastou as primeira e segunda, vamos ter a 3ª grande guerra. Foi a vez da outra rainha firmar seu desejo.

E assim se instalou uma guerra violenta entre os dois reinos. Muitos e muitos anos se passaram e só havia dor e sofrimento aos seres humanos dos dois lados.

Certo dia, durante uma batalha sangrenta, apareceu uma mulher linda, vestida de branco, com flores que se espalhavam por todo o corpo.

Seu nome era Vida. Ela se colocou diante dos dois exércitos e saiu pedindo: -  Parem, parem, parem! Eu não acredito que, novamente, está havendo confusão.

Todos responderam: - Confusão não, é guerra mesmo!

E começaram a gritar, partindo para o embate novamente.

Vida não desistiu e gritou: - Mas será que vocês não percebem que todos perdem? São seres humanos morrendo, dinheiro que se gasta com armas e munição, quando poderia ser usado para o progresso de cada reino. A ganância de uns gera a pobreza de outros.

Todos os combatentes caíram ao chão exaustos e confirmaram o relato da moça: - Sangue, dor, sofrimento, destruição.

Vida refletiu: - Viram? Vocês são seres humanos racionais, não são apenas animais. Sabem que a guerra causa destruição e morte. É um ato que desrespeita a vida. Vocês não querem mais viver, é isso? Vocês não me querem mais? Respondam?

Cada qual falava ao mesmo tempo: - Lógico que te queremos! 

A Rainha de Doralândia tirou sua capa de guerra, jogou sua arma no chão e contou: - Dona Vida, meu bebê acabou de nascer.

A mulher respondeu: - Eu sei, a vida está nele. Ele nasceu puro, com paz no coração. As crianças não possuem a maldade dos adultos.

A Rainha de Pratalândia também se comoveu: - O meu bebê também nasceu. Ele é lindo, eu não quero esse mundo cheio de guerras pra ele.

E vendo que as líderes tinham sucumbido ao desejo de se instalar a paz, todos os guerreiros jogaram suas armas no chão e gritaram: - O que fazer para a vida defender?

A Vida fez uma proposta: - Porque não criar um documento que seja a declaração de direitos de todos os homens e mulheres do planeta?

Todos ficaram surpresos: - Uma declaração? Direitos?

O Bobo do reino Doralândia abraçou o Bobo do reino vizinho e perguntou se os direitos seriam até para os empregados mais humildes: - Nós também teríamos direitos?

E a Mulher respondeu: - Claro! Direitos para todos os seres humanos.

O sonho dos direitos se espalhou aos ouvidos de todos os seres humanos, que continuavam a questionar: - Todos nós com direitos?

E a Vida confirmava: - Sim!

Todos os habitantes, de ambos os reinos, reuniram-se e gritaram: - Então...Eis a declaração!

E cada pessoa foi falando, sugerindo, argumentando e a Vida foi anotando tudo: O direito de ser livre, de viver, de sentir-se uma pessoa protegida pela lei, direito de não ser discriminado...

A alegria e o bem estar era visível e verbalizavam o mundo de união que estavam desenhando em suas mentes:  - Rico, pobre, branco, negro, japonês, holandês, cristão, ateu, masculino, feminino, comunista, capitalista...

A Vida reforçava: - Muito bem, são todos seres humanos que podem invocar os direitos e as liberdades, sem distinção.

O Bobo da Pratalândia ficou animadíssimo e cheio de esperança: - Taí, gostei dessa declaração. Vamos escrever mais.

E assim foi, todos os presentes continuaram a sugerir um novo direito e a Vida foi anotando tudo.

Direito à justiça, direito de pertencer a uma nação, de formar família e tê-la protegida, de ter propriedade, de ter liberdade de pensamento.

De repente ouviu-se uma brilhante sugestão: - Direito para eleger os governantes.

As rainhas, que sempre lideraram seus reinos questionaram: - Como assim?

E a Vida explicou: - Existem nações em que o povo elege os seus governantes através do voto. 

Ali não estavam decidindo se o regime dos reinos seria mudado, mas queriam deixar registrada que tal possibilidade poderia existir. 

Agora chegaram num ponto muito importante que mudaria toda circulação das pessoas. Alguém do povo gritou: - Direito de ir e vir de um lugar para outro.

Uma das rainhas perguntou: - De um reino para o outro? 

Todos responderam: - Claro!

As duas rainhas se entreolharam e cada qual saiu de sua terra e foi para a outra, sendo aplaudidas por todos.

E o povo continuou a sugerir...

Direito ao trabalho, lazer, saúde, à cultura, à instrução...

As pessoas começaram a falar em uníssono: - Estudo e educação pra toda a nação! Estudo e educação pra toda a nação!

E depois de horas reunidos, a Vida mostrou: - Vejam só que produção: já temos aqui 28 artigos. Agora, que tal falarmos também em deveres, heim?

O Bobo da Doralândia disse: - Então, coloca aí: Toda pessoa tem deveres para com a comunidade.

E a população concluiu que era preciso: Ajudar, preservar e partilhar...

A Vida concluiu: - Para encerrar, no 30º artigo diremos que tudo o que está escrito aqui deve ser usado para o bem. Ufa, terminamos!

Todos gritaram: - Viva!

O Bobo da Doralândia afirmou: - Essa declaração é uma conquista, ainda pequena, porque precisamos continuar renovando a esperança de que seja sempre cumprida e se torne, assim, uma grande vitória.

A Vida reforçou que a Declaração Universal visa o bem-estar geral!

E todos gritaram: - Vamos nos unir e um mundo melhor construir!

E se abraçaram, não existindo mais rivalidade entre os povos.

A Rainha da Pratalândia disse: - Nem prata 

Depois foi a vez da Rainha da Doralândia: - Nem ouro 

E Todos concordaram que a paz é o nosso tesouro!

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