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A rata Rita

Atualizado: 14 de out. de 2020

Lc 16,1-13 ou 10-13 Autora: Cecília Pellegrini


Cenário: Casa da rata Rita: Um fogão e uma mesa ou estante com: litros de leite e queijos de várias marcas (utilizar caixas vazias, com os nomes: brie, provolone, gorgonzola, mussarela, parmesão, ricota, roquefort, requeijão.


Personagens: Todos ratos: Rita, Rufo, Rute e seus 3 filhos pequenos: Rachel e 2 menores (figurantes).


RITA [uma rata muito rica, gorda e ranzinza entra em cena com dificuldades para andar por causa da obesidade. Ela trará um ratinho de plástico numa das mãos, segurando pelo rabo. Começa a cantar]: - “O rato roeu a roupa do rei de Roma (bis)”. [Começa a dialogar com a plateia]: - Vejam meu animalzinho de estimação [mostra o ratinho]. Muito bem Rick, adorei o que você fez com a roupa do Rei de Roma. Mas, agora vá passear. [joga para a plateia]. Mas chega de conversa porque preciso terminar de fazer os meus queijos. [vai até o fogão e finge mexer o leite dentro de uma panela]. Para render mais, vou misturar umas coisinhas ao leite. [Pega uma caixa com a figura de uma caveira e fala com a plateia]: -  Estão olhando o quê? Quero ter mais lucro, e é por isso que eu misturo umas coisinhas... é para aumentar a quantidade de queijo. Queijo para consumir, ter, estocar, vender,  ganhar. Adoro acumular. Sou a rata rica da Ratolândia.

[Entra em cena a rata Rute (grávida), sua filha Rachel e 2 filhotes trazendo 2 litros de leite. Chama]: - Rata Rita!

RITA [complementa]: - Rata Rita e rica. Entre. Trouxe mais leite?

RUTE: - Sim, [entrega o leite] mas dona Rita, a senhora está pagando muito pouco pelo leite. Nós somos pobres e a vida está difícil, está cara. 

RITA: - Mas como vocês reclamam! Se não quiser o valor que pago pelo litro eu comprarei de outros ratos do campo. Está cheio de rato querendo me vender leite. É pegar ou largar.

RUTE: - Tem certeza de que não dá para pagar mais, dizem que a senhora vende os queijos a preço de ouro.

RITA: - O que faço ou deixo de fazer não é problema seu. Toma aqui o seu dinheiro e vai embora. Ra, re, ri, ro, rua! 

[Rute pega o dinheiro e separa uma parte].

RITA: - Ora, ora e pra que você separou esse dinheiro?

RACHEL: - Minha mãe vai levar para a Igreja da Ratolândia.

RITA: - Está vendo? Reclama que pago pouco, mas em vez de ficar tudo pra você, vai levar pra Igreja.

RUTE: - Claro, é a nossa gratidão por tudo o que temos e somos. Vivemos em comunidade.

RITA: - Estou falando desse dinheiro que você dá na Igreja e você muda de assunto e fala em comunidade.

RACHEL: - Na Igreja nos unimos: a gente se ama, se respeita, trabalha pelo bem de todos. Isso é viver em comunidade.

RITA: - Sim, sim, mas não fuja do assunto... E o que a Igreja faz com o dinheiro?

RUTE: - O dinheiro, usamos para manter todas as ações: compramos material para as pastorais, para as celebrações: hóstia, vinho, vela, flores, ajudamos as pessoas carentes, pagamos funcionários, água, luz... 

RITA [interrompe]: - Tá, tá... mas Rute, já que você é tão pobre não deveria ser obrigada a dar nada para a Igreja.

RUTE: - Mas eu não sou obrigada, eu dou porque eu quero! Porque todos nós sempre temos algo que podemos repartir com quem tem menos. Nós aprendemos a dividir com alegria.

RITA [gargalha]: - Essa é boa, além de dar, ainda dá sorrindo? Perceba, criatura, você ficou com menos. Isso lá é motivo de alegria?

RUTE: - Rata Rita...

RITA: - Rata Rita rica.

RUTE: - Sim, Rata Rita rica, a senhora só está pensando no dinheiro, no bem material, olhe para o seu coração.

RITA [brava]: - Como você ficou sabendo que eu tive um “piripaque”? Foi só falta de ar, um formigamento que deu, mas já passou. Eu mesma me curei e agora meu coração está ótimo.

RACHEL: - Minha mãe está falando de sentimento, do estar bem com a senhora mesma, de sentir-se alegre, feliz, com amigos a sua volta... 

RUTE: - A senhora vive mergulhada no seu queijo, no seu dinheiro. Quase nem anda mais de tanta gordura que está acumulando. 

RITA [reflexiva]: - Isso lá é verdade, mas é porque passo o dia e a noite trabalhando, pensa que é fácil ficar rica? Eu faço tudo so-zi-nha. Olha só, fiquei de prosa e o queijo empelotou. [corre mexer a panela].

RUTE: - Se a senhora ouvisse e vivesse os ensinamentos que falam do amor, da solidariedade, da partilha seria muito feliz.

Entra em cena o rato Rufo e chama: - Ô de casa.

RITA [finge espiar pelo buraco da fechadura]: - Hum, deixa chamar, é aquele rato sujo, que vive pedindo.

RACHEL [compadecida]: - Mamãe é o Rufo.

RUTE:  - Ele está desempregado e vive da caridade de todos. Dona Rita, porque não dá emprego ao Rufo? Ele poderia fabricar os queijos para a senhora.

RITA pensativa: - Um ajudante? Olha que parece uma boa ideia! Vou abrir para esse tal de Rufo.

RITA [abre a porta e observa o rato de cima à baixo]: - Hum, hum. Com um bom banho, umas roupas limpas, você poderá entrar na minha cozinha e me ajudar.

RUFO [feliz]: - Isso quer dizer emprego? A senhora me dará um emprego? Obrigado, muito obrigado [abraça a Rita, que dá um sorriso]

RUTE [abraça a Rita também]: - Viu, dona Rita, o abraço de um amigo não tem dinheiro que pague. [Os filhos da Rute abraçam a Rita também]

RITA: - Nossa! como é bom viver em paz com os outros! Rute, toma aqui um pouco mais de dinheiro pelo leite que comprei e leve esse aqui para a Igreja.

RUTE: - Que bom que a senhora está doando esse dinheiro, mas vamos lá comigo, eu posso mostrar as pastorais, as equipes da comunidade...

RAQUEL: - Tem a missa dos filhotes. Cada domingo aparece bicho novo. 

RITA: - Hoje aprendi tanto com vocês...Toda a bicharada vivendo junto, em paz, um ajudando o outro? Interessante!  Vamos agora mesmo conhecer essa tal comunidade. 

RUFO, RUTE E OS FILHOS: - Vamos!

TODOS [se despedem da plateia]: - Tchau!

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