A indígena Potira com suas ovelhinhas
- pelegrincecilia
- 16 de jun. de 2020
- 5 min de leitura
Atualizado: 19 de mai. de 2022
Jo 10,1-10
Autora: Cecília Pellegrini
Na floresta a Indígena Potira cuidava do seu rebanho com muito carinho. Certo dia as ovelhas estavam pastando e bastava a pastora chamar cada uma pelo nome que todas vinham felizes: - Lili, Megara, Fofinha, Doçura, Gracinha! Fiquem brincando enquanto eu vou pegar água para deixar no curral.
Ela foi até o rio com um balde, quando Lili comentou: - Poxa amiguinhos, a indígena Potira cuida tão bem de nós, não é?
As ovelhas felizes responderam: - É sim, méééééééé.
Megara até detalhou: - O que eu mais gosto nela é que ela me chama pelo nome.
E imitando a voz da indígena a ovelhinha chamou alto: - Megara!
Lili também quis imitá-la: - Ela me chama assim ó: - Ovelhinha Liliiiiiii!
A Megara observou: - É legal quando nos conhecem e nos chamam pelo nome, não é?
Lili riu e respondeu: - Claro, né Megara! Ou você queria que falassem: Oooooo coisa... Oooooo Fulana, Beltrana, Sicrana. Você tem cada uma.... Cada um tem o seu nome e quer ser chamado pelo nome.
A amiga lembrou: - Você fala assim porque agora se sente segura, né. Você se lembra quando aquele falso pastor nos levou para o caminho do rio para servirmos de comida para as piranhas?
Lili relembrou o sofrimento: - Nem nos lembre disso, Megara. Foi um horror, ele queria que as piranhas nos atacassem enquanto ele e o seu bando atravessassem sossegados o rio.
Mas Megara contou o final: - É, mas aí apareceu o verdadeiro pastor, quer dizer, pastora, a Indígena Potira.
A ovelhinha Doçura lembrou: É, e vocês viram como ela convenceu o cacique para que ele a deixasse ficar conosco aqui na aldeia?
Foi a vez da Fofinha falar: - Poxa ela é uma pastora demais! Nos acolheu, cuida de nós e nos leva só para o bom caminho.
A indígena chegou com a água: - Pronto, pronto, aqui está água fresquinha para ninguém sentir sede à noite. Tem bastante capim também.
As ovelhinhas agradeceram felizes: - Mééééééé.
Potira pediu: - Então entrem porque já está escurecendo.
Todas obedeceram e entraram no curral.
A pastora continuou: - Pronto, agora posso ir dormir tranquila. Megara, feche a porta por dentro.
Ela obedeceu e fechou a porta: - Mééééé.
A indígena se despediu: - Boa noite, amiguinhas!
Todas responderam: - Mééééé.
Potira entrou na sua tenda e as ovelhas dormiram em paz.
De repente, um Lobo se aproximou sorrateiramente: - Ah... A indígena Potira já foi dormir. Vou esperar, como quem não quer nada para ela pegar num sono pesado e aí vou roubar uma dessas ovelhas. Aliás, pretendo vir aqui todas as noites e destruir uma por uma. Eu sou um lobão esperto!!!
Após esperar meia hora ele concluiu: - Já passou um bocado de tempo, deu até para a Indígena começar a sonhar. Parece que as ovelhas já estão dormindo também. Vai ser moleza... Vou pular...
Ele tentou pular a cerca do curral, mas não conseguiu: - Ora, ora, essa indígena construiu uma fortaleza. Já sei, vou despertá-las e vou fingir que sou a Potira. Eu sou muito esperto mesmo!
O Lobo se escondeu atrás de uma moita, tossiu várias vezes para limpar a garganta e afinou a voz: - Socorro! Socorro!
A Lili foi a primeira a escutar: - Irmãzinhas, irmãzinhas, acordem!
As ovelhas ainda sonolentas perguntaram: - Ahhhhhh... O que foi?
Lili respondeu: - Eu ouvi alguém pedindo socorro.
Megara desdenhou: - Que nada você está sonhando! Volte a dormir Lili!
E todas voltaram a dormir.
O Lobo tossiu e insistiu: - Socorro! Socorro!
Agora foi Megara quem chamou: - Acordem. Eu ouvi um pedido de socorro também.
O Lobo gritou: - Ovelhinhas, me ajudem por favor.
Fofinha perguntou: - Quem está aí?
O Lobo afinou a voz o quanto pode: - Sou eu, a Potira e prendi a minha perna num galho.
Compadecida, Megara falou: - Nossa, vamos logo ajudá-la. Abra a porta Lili, rápido!
As ovelhinhas concordaram: - Rápido, Mééééééé.
Mas Fofinha pediu prudência: - Espera Megara, temos que ter certeza de que é a nossa amiga.
O Lobo começou a gemer, fingindo estar com dor: - Aiiiiiii... está doendo muito.
Megara apurou bem os ouvidos: - Pera aí, parece que não é a Potira, não.
O lobo bravo, começou a falar com voz grossa, mas logo percebeu e afinou: Sou eu sim! Claro que sou eu, amiguinhos. Abram a porta logo! Está doendo muito.
Mas Lili não teve dúvidas de que se tratava de falcatrua: - Nós conhecemos a voz da nossa amiga, tá!? E sabemos que você não é ela.
E Megara avisou: - Dessa vez ninguém vai nos enganar, não.
Ele olhou no relógio, falou grosso e levantou-se: - O tempo já passou e está quase amanhecendo. Preciso agir rapidamente.
Ele se deslocou até o curral e disse: - Parece que vocês são mais espertas do que pensei. Acabou a brincadeira, agora eu vou é devorar cada uma e é pra já.
As ovelhas começaram a gritar desesperadas e o lobo feroz já estava tentando pular a cerca.
As ovelhas gritaram o mais alto que puderam: - Méééé. É o Lobo, é o Lobo!
A fera respondeu: - Lógico que é o lobo. Pensaram o quê? Que era a vovó da Chapeuzinho Vermelho? Suas ovelhas bobinhas.
Elas, em pânico com a ameaça tão próxima, esgoelaram: - Mééééé.
Potira acordou com a gritaria, saiu da tenda com um pau e espantou o lobo que fugiu latindo feito um cachorrinho.
As ovelhas abriram a porta do curral e saíram ainda nervosas. A indígena abraçou e acalmou as pobrezinhas: - Pronto, pronto. O perigo já passou.
Elas olharam para os lados para certificar que o lobo tinha mesmo ido embora.
A pastora elogiou: - Vocês foram muito corajosas, viu!?
Fofinha disse: - Você é que foi corajosa lutando com aquele lobo malvado.
Lili começou a contar como tudo aconteceu: - Ele disse que era você, Potira.
- Mas nós não acreditamos. Completaram as ovelhas.
E Megara explicou o porquê: - Nós reconhecemos a sua voz de longe!
Doçura confirmou: - Quando escutamos a sua voz, temos segurança e paz.
A Pastora fez uma linda declaração de amor: - Vocês sabem que eu amo cada uma das minhas ovelhas e que sou capaz de dar a minha própria vida para salvá-las.
Gracinha respondeu por todas: - Sabemos sim e queremos ficar com você pra sempre!
As amigas concordaram: - É isso aí, méééé.
Potira falou: - Então, vamos para os campos do norte, pois lá tem água e capim em abundância.
As ovelhinhas felizes gritaram: - Viva a nossa pastora. Méééé!
Confiantes elas seguiram a indígena, ficando protegidas de toda a maldade.
תגובות