A indígena Potira com suas ovelhinhas
- pelegrincecilia
- 17 de out. de 2020
- 4 min de leitura
Atualizado: 19 de mai. de 2022
Jo 10,1-10
Autora: Cecília Pellegrini
Cenário: Uma oca no lado direito. Ao fundo um rio (TNT azul no chão). No lado esquerdo um curral para as ovelhas.
Personagens: Indígena Potira, Lobo e ovelhas: Lili, Megara e mais 3 como figurantes.
[Música alegre]
OVELHAS: - [Entram em cena 5 ovelhas vindas de locais diferentes]:
- Méééééééé
INDÍGENA [entra em cena com uma peneira e chama as ovelhas para reuní-las. Conforme chama cada uma, elas se apresentam dizendo: Méééé]: - Lili, Megara, Fofinha, Doçura, Gracinha... fiquem brincando enquanto eu vou pegar água para deixar no curral [vai até o rio com um balde].
LILI: - Poxa, amiguinhos, a indígena Potira cuida tão bem de nós, não é?
OVELHAS: - É sim, méééééééé [felizes]
MEGARA: - O que eu mais gosto nela é que ela me chama pelo nome [chama alto] Megara!
LILI [também chama alto]: - Ela me chama assim ó: Ovelhinha Liliiiiiii!
MEGARA [fala com uma criança da plateia]: - Como você se chama? [Diz o nome da criança] é legal quando as pessoas nos conhecem e nos chamam pelo nome, não é?
LILI: - Claro né, Megara. Ou você queria que falassem: Oooooo coisa... Oooooo Fulana, Beltrana, Sicrana. Você tem cada uma.... Cada um tem o seu nome e quer ser chamado pelo nome.
MEGARA: - Você fala assim porque agora se sente segura, né? Você se lembra de quando aquele falso pastor nos levou para o caminho do rio para servirmos de comida para as piranhas?
LILI: - Nem nos lembre disso, Megara. Foi um horror, ele queria que as piranhas nos atacassem enquanto ele e o seu bando atravessavam sossegados o rio.
MEGARA: - É, mas aí apareceu o verdadeiro pastor, quer dizer, pastora, a Indígena Potira.
LILI: E você viu como ela convenceu o cacique para que ele a deixasse ficar conosco aqui na aldeia?
MEGARA: - Poxa ela é uma pastora demais! Nos acolheu, cuida de nós e nos leva só para o bom caminho.
INDÍGENA: - Pronto, pronto, aqui está água fresquinha para ninguém sentir sede à noite. Tem bastante capim também.
OVELHAS [felizes]: - Mééééééé.
INDÍGENA: - Então entrem porque já está escurecendo [as ovelhas entram no curral]. Pronto, agora posso ir dormir tranquila. Megara, feche a porta por dentro.
MEGARA [fecha a porta]: - Mééééé.
INDÍGENA: - Boa noite, amiguinhas!
OVELHAS: - Mééééé. [A INDÍGENA entra na sua tenda e as ovelhas fingem dormir]
[Música trágica]
LOBO [entra assustando as crianças da plateia, mas se mantém longe das ovelhas]: - Ah... A indígena Potira já foi dormir. Vou disfarçar, como quem não quer nada [começa a assoviar para ela pegar num sono pesado] e aí vou roubar uma dessas ovelhas. Aliás, pretendo vir aqui todas as noites e destruir uma por uma. Eu sou um lobão esperto... [olha para o relógio no pulso]. Já passou um bocado de tempo, deu até para a Indígena começar a sonhar. Parece que as ovelhas já estão dormindo também. Vai ser moleza. Vou pular a cerca [ele tenta pular a cerca do curral, mas não consegue]. - Ora, ora, essa indígena construiu uma fortaleza. Já sei, vou despertá-las e vou fingir que sou a Potira. Eu sou muito esperto mesmo. [Ele se esconde, tosse várias vezes para limpar a garganta e afinar a voz] - Socorro! Socorro! [tosse várias vezes] - Socorro!
LILI: - Irmãzinhas, irmãzinhas, acordem!
OVELHAS: - Ahhhhhh... O que foi?
LILI: - Eu ouvi alguém pedindo socorro.
MEGARA: - Que nada, você está sonhando! Volte a dormir Lili [todas voltam a dormir]
LOBO: - Socorro! Socorro!
MEGARA: - Acordem. Eu ouvi um pedido de socorro também.
LOBO: - Ovelhinhas, me ajudem por favor.
LILI: - Quem está aí?
LOBO: - Sou eu, a Potira e prendi a minha perna num galho.
MEGARA: - Nossa, vamos logo ajudá-la. Abra a porta Lili, rápido!
OVELHAS: - Rápido, Mééééééé.
LILI: - Espera Megara, temos que ter certeza de que é a nossa amiga.
LOBO [gemendo]: - Aiiiiiii está doendo muito.
MEGARA: - Pera aí, parece que não é a Potira, não.
LOBO [bravo, começa a falar com voz grossa e depois afina]: - Sou eu sim! [tosse] - Claro que sou eu, amiguinhas. Abram a porta logo! Está doendo muito.
LILI: - Nós conhecemos a voz da nossa amiga, tá! E sabemos que você não é ela.
MEGARA: - Dessa vez ninguém vai nos enganar, não.
LOBO [olha no relógio, fala grosso e levanta-se]: - O tempo já passou e está quase amanhecendo. Preciso agir rapidamente [vai para o curral]: - Parece que vocês são mais espertas do que pensei. Acabou a brincadeira, agora eu vou é devorar cada uma e é pra já.
OVELHAS [começam a gritar desesperadas. O lobo fica tentando pular a cerca.
As ovelhas gritam mais alto e em desespero]: - Méééé. É o Lobo, é o Lobo!
LOBO: - Lógico que é o lobo. Pensaram o que, que era a vovó da Chapeuzinho Vermelho? Suas ovelhas bobinhas.
OVELHAS: - Mééééé [bem alto]
[MÚSICA]
INDÍGENA [sai da tenda e com um pau espanta o lobo que foge latindo feito um cachorrinho. As ovelhas abrem a porta do curral e saem ainda nervosas. A indígena abraça e acalma as ovelhas]: - Pronto, pronto. O perigo já passou.
[As ovelhas olham para os lados para certificar que o lobo foi mesmo embora]
INDÍGENA: - Vocês foram muito corajosas, viu!
MEGARA: - Você é que foi corajosa lutando com aquele lobo malvado.
LILI: - Ele disse que era você, Potira.
OVELHAS: - Mas nós não acreditamos.
MEGARA: - Nós reconhecemos a sua voz de longe!
LILI: - Quando escutamos a sua voz, temos segurança e paz.
INDÍGENA: - Vocês sabem que eu amo cada uma das minhas ovelhas e que sou capaz de dar a minha própria vida para salvá-las.
LILI: - Sabemos sim e queremos ficar com você pra sempre!
OVELHAS: - É isso ai, méééé.
INDÍGENA: - Então, vamos para os campos do norte, pois lá tem água e capim em abundância.
OVELHAS [felizes]: - Viva a nossa pastora. Méééé [a Indígena sai na frente e as ovelhas atrás]
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