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As cachorrinhas e as histórias de família

Lc 1,1-4; 4,14-21

Autoras: Cecília e Rafaella Pellegrini


Certa vez Lulu estava cantando no quintal onde morava: - “Cachorrinho está latindo, lá no fundo do quintal”, au, au...

A Lalá chegou e fez um convite: - Irmãzinha Lulu, já que estamos no nosso horário de tomar sol aqui no fundo do quintal, vamos brincar de esconde-esconde?

Muito feliz Lulu aceitou: - Vamos Lalá! Então vá se esconder que eu vou contar até 10, aí depois será a sua vez de me procurar.

Lalá concordou: - Tá bom! Começa a contar, quero dizer a latir!

E assim começou a brincadeira, com Lulu escondendo o rosto e contando: - Aum, Audois,  Autrês, Auquatro,  Aucinco...

Lalá saiu procurando um esconderijo pelo quintal. De repente, encontrou e pensou: - Eu vou me esconder aqui nessa caixa velha. A Lulu nunca me achará!

E ficou escondidinha atrás da caixa que estava num cantinho, bem no fundo do quintal.

Após contar até o 10 Lulu gritou: - Quem escondeu, escondeu, quem não escondeu, escondesse. Lá vou eu!

A Lala espirrou por causa da poeira da caixa velha e a Lulu ouvindo o barulho descobriu o esconderijo: - Encontrei a Lalá: 1, 2, 3!

A irmã ficou revoltada: - Não valeu, eu espirrei! Tudo por causa dessa caixa velha e suja! Pôxa!

Lulu, muito curiosa, perguntou: - Que caixa é essa? 

A irmã respondeu: - Não sei! Vamos abrir pra ver o que tem dentro?

- Vamos! Suspense...sussurrou Lulu e as duas falaram no ritmo do tcham, tcham, tcham: - Au, au, au, au.

Elas abriram a caixa e as duas tiveram um acesso de espirros exagerados por causa do pó. Era um misto de espirro e latido...

- Olha, tem um monte de coisa escrita aqui... Lalá observou.

Continuaram a mexer em tudo e Lulu disse: - Tem fotografias também... Quem são esses bichos todos? Cachorros idosos com barba, óculos, bigode... Veja as roupas e a pelagem que penteados engraçados...

Lalá, meio que zombando falou: - Só lendo pra descobrir né? Derrr...

Lulu começou a ler, mas de um jeito que só ela entendia. Então sua irmã disse: - Pode parar de ler, Lulu e conte com suas próprias palavras o que está escrito aí porque do jeito que você lê nem um cãotradutor entende!

- Aqui diz que o nosso tataravô, Dogvaldo da Silva, ajudou 10 empregados dele a terem a sua própria casinha. 

Lalá pegou um papel dentro da caixa: - Essa conta a história da mamãe que organizou um grupo de teatro no Colégio Cachorrês onde ela estudava. Diz assim: - Encenamos o Cachorrinho Vermelho e fomos apresentar num cãofanato.

As duas começaram a cantar: - “Pela estrada afora, eu vou bem sozinha, levar esses ossos para a cãovózinha”.

Lalá gostou tanto que confidenciou: - Pôxa, acho que vou fazer isso também, eu adoro teatro. 

Lulu já estava com outro papel em suas patas: - Essa é muito engraçada. Diz que a tia Piquitinha teve uma cãofessora tão brava na 1ª série, mas tão brava que a tia, com medo de pedir para ir ao pipidog, fez xixi na carçoleta. Já pensou, a saia do uniforme toda molhada e aquele xixi todo escorrendo pelo chão? Coitadinha da tia Piquitinha, essa cãofessora devia ser brava mesmo, né?

Escute essa daqui, você vai adorar esta história porque é mega romântica: -  . O nosso bisavô, por parte de mãe, era fazendeiro e queria que o filho dele, que é o nosso vô, depois de formado, cuidasse da fazenda também. Mas o vô se formou para ser professor e adorava ler. Quando ele voltou para a cidadezinha onde ele cresceu, ao invés dele ajudar o bisavô na fazenda, ele gostava mesmo é de ir pra cidade, frequentar a biblioteca e lá ele encontrou a vó que era a bibliotecária. Que lindo!

Aí um dia a vovó o convidou para ir à missa dos filhotes.

Curiosa Lulu perguntou: - E o vovô aceitou?

Lalá disse feliz: - Claro que aceitou. Ele gostou muito de ver toda a cãomunidade reunida, os filhotes alegres, cantando, prestando atenção. Aí ele foi convidado para fazer uma leitura e percebeu o quanto era importante, além dos livros de português, matemática, ciências, também ler a Bíblia. 

Muito intrigada com tudo o que ouvia quis saber mais: - E que leitura era essa que ele fez na missa dos filhotes? O que falava?

Ah, que lindo: - Falava que devemos ser como Jesus. Devemos amar, perdoar, repartir. Isso tudo abriu tanto a mente do vovô, que ele passou a ajudar nas atividades da Igreja e foi aí que ele conseguiu levar os nossos bisavôs para a Igreja também!

- Que mudança canina! Nossaaaa! Tive uma idéia! Tive uma ideia! Gritava Lulu, pulando de felicidade.

- Late logo! Pediu Lalá, ansiosa...

Então a irmã revelou a ideia: - Que tal, nós duas organizarmos todas essas histórias por data, desde os nossos tataravôs até hoje?

- Ótimo! Podemos também limpar e decorar a caixa! Lalá não só adorou a ideia como propôs fazer muito mais.

Lulu concordou: - Isso! Isso!

E Lalá veio com mais sugestões: - Que tal irmos à casa dos nossos parentes e convidá-los para virem aqui em casa hoje a noite e assim relembraremos de todas as histórias?

- Boa ideia! Só não concordo com a parte de irmos à casa de cada um. Estou tão cansada... Acho melhor mandar um pombo-correio com um bilhete né! 

-  Excelente! Au, au, au. Como não pensei nisso antes!

Lalá até levou um susto com a animação de Lulu: - O que foi?

E Lulu explicou direitinho como pensou: - Decidi que não só vou organizar todas essas histórias, como vou escrever também tudo o que eu vivo com a nossa família, principalmente do que eu sinto quando o vovô me leva para a missa dos filhotes.

- Eu te ajudo a escrever Lulu, afinal eu também gosto muito de participar da missa.

- Lalá, gostei da iniciativa dos nossos antepassados de escrever. Desde criança, sabemos de cor tanta história. Por que não registrar a nossa própria história? Taí, gostei!

E agora Lalá fez uma revelação incrível: - Hoje eu sei porquê eu sinto tanta alegria em frequentar a Igreja: encontrar a cãomunidade, nossos amigos, conversar com eles, partilhar, lembrar sempre que Deus nos ama e só quer o nosso bem.

Lulu olhou no relógio: - Pois é, tudo começou com os nossos antepassados. Mas, Lalá, vamos logo porque a nossa família é grande. Haja pombo-correio.

A irmã fechou a caixa e disse: - É sim, vamos. Estou ansiosa para continuar a escrever a história da nossa família que é a nossa história.

E lá se foram as duas irmãs levando a caixa.

Como você acha que ficou a história que elas escreveram? Escreva você também a história da sua família!

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