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Bem aventurado é ser Feliz

Atualizado: 15 de out. de 2020

Lc 6,17.20-26

autoras: Cecília e Rafaella Pellegrini


Num reino muito distante, a família real não se preocupava com a pobreza do seu povo.

De um lado, morando em um casebre, estava dona Maria e seus três filhos: Socorro, Das Dores e Bentinho que cantavam assim: - “Eu sou pobre, pobre, pobre... Sou ralé, ralé, ralé.”

Do outro lado, morando em um luxuoso palácio, estava a Rainha Cristal e seus três filhos: Pérola, Pepita e Diamante que cantavam assim: - “Eu sou rico, rico, rico, mais dim-dim pra mim.”

A Rainha não se continha de tanta satisfação: - Como é bom ter, ter, ter. Ter dinheiro, ter poder, ter tudo. Tudo pra mim, nada pra você, tudo pra mim, nada pra você.

No casebre da Maria, sua filha caçula Das Dores falou: - Tô com fome, mamãe.

E a mãe, com muita tristeza em seu coração pediu: - Deita aqui e dorme que passa, filhinha.

Em compensação no palácio a majestade conversa com os filhos: - Pérola, minha querida filhinha , vamos fazer compras na loja real porque a mamãe está tão cansada, mas tão cansada de não fazer nada... Acho que estou até suando.

A filha responde: - Claro mamy, mas eu só posso ir depois que fizer chapinha no meu cabelo. Vocês vão na frente e nos encontraremos lá. Mamãe, você compra uma coroa da marca Riquete pra mim?.

De imediato a solicitação é satisfeita: - Mas é claro Pérola! A mamãe compra tudo o que você quiser. Comprarei a loja Real inteirinha! Então, eu irei na frente com Pepita e Diamante e você irá depois, mas cuidado com aquela Penca do Povão Pobre, hein! Eles são briguentos, nojentos, fedorentos.

A Pepita, filha do meio confidenciou: - Mamãe, eu não gosto quando a senhora fala dos pobres assim. Eu também não estou precisando de nada. Aliás, tenho muito. Eu queria que a senhora me deixasse doar um pouco.

O filho Diamante também falou: - Eu também tenho muitos brinquedos e roupas. Queria dar pra alguém.

Brava e indignada a alteza gritou: - O quê? Vocês nem parecem que são meus filhos. Não é pra dar nada a ninguém, entenderam bem? Agora vamos!

E puxou os dois que não queriam ir, mas foram obrigados.

Eles saíram em direção à loja real quando depararam com a mulher pobre e seus filhos que estavam  passando fome e pediram esmola para a Rainha.

Maria, humildemente pediu: - Por favor, me dê uma esmola para eu comprar comida pros meus filhos, ou então algum resto do almoço?

A Rainha protegeu seus filhos: - Filhinhos, não olhem pra essa mulher, senão é capaz dela querer roubar o brilho das safiras que estão cravejadas ao redor de suas coroas.

Depois falou humilhando os carentes, ao mesmo tempo que foi andando: - Ôô... Baixa renda... Não tenho dinheiro, tá? E todas as sobras do meu banquete de hoje já foram dadas pros cachorros e jogadas no lixo...

Pepita se compadeceu e pediu: - Mamãe não fale assim com eles. Eles estão sofrendo muito.

Dona Maria, na maior inocência tocou no braço da Rainha: - Moça...

Cristal tirou o braço com rispidez: - Moça, não! Rainha... Rainha do Reino da Realeza Real... E não me toque!

Imediatamente a pobre mulher se desculpou: - Desculpa... Rainha... Não se preocupe, não quero roubar o brilho, nem qualquer outra coisa sua, Dona. Eu só quero um pouco de comida pra poder alimentar os meus filhos...

Pepita insistiu: - Vamos ajudá-los, por favor.

Mas a Rainha falou enfurecida: - Quieta, Pepita. Quem dá as ordens aqui sou eu.

E empurrou os pobres: - Saiam do caminho que eu quero passar. 

E ficou resmungando: -  Eu odeio essa gentalha. Vou mandar expulsá-los para desinfetar esse lugar, aliás, devia cair uma chuva e inundar todos esses barracos. Que nojo! 

A filha deduziu: - Mãe, eles são pobres porque nós ricos geramos essa pobreza toda.

A mulher pobre falou: - Eu estou indignada por ver o que a senhora faz com a gente, só porque somos pobres, sofredores... Essa injustiça social está grande demais e está causando muito sofrimento pra nós.

Pepita alertou: - Está vendo só, mamãe...

Mas a Rainha apenas debochava da situação: - Está aborrecidinha, é? Está tristinha com tanta injustiça, é?

- Estou sim! Maria falou e abaixou a cabeça.

Cristal retrucou: - Azar o seu, não estou nem aí. Tudo pra mim, nada pra você.

Por fim a mulher carente disse: - Feliz será quem humilde for, deixando de achar que é superior.

A Rainha ficou brava: - Ora essa, que audácia, querendo me dar lição de vida. Enxerga-se ralé.

E sua Alteza foi embora puxando os 2 filhos.

No castelo a filha Pérola terminou de fazer chapinha: - Uauuu, meu cabelo ficou lindo! Agora posso ir ao encontro da minha Mãe. Compras, aí vou eu! 

Ela saiu em direção da loja real, mas  de repente torceu o pé e caiu no chão: -  Aiiiiiiiii, aiiiiiii! Eu sou uma Princesa e exijo ajuda.

Maria estava perto e correu acudir: - O que aconteceu? 

Pérola respondeu: - Eu caí e torci o meu pé. Não consigo nem levantar!

A mulher não pensou duas vezes: - Claro que lhe ajudo... Não porque a senhorita é Princesa, mas porque feliz é ajudar a quem precisa. Venha, levante, se apóie em mim!

A menina ficou com um pouco de receio em se apoiar na mulher pobre, mas a dor era tanta que cedeu: - Me ajude a voltar para o Castelo da Realeza Real.

Maria então falou aos filhos: - Socorro, Das Dores, Bentinho, vamos.

Mas Pérola interveio: - O quê? Eles não precisam ir ao castelo. Só você me ajuda.

Mas a Mãe zelosa respondeu: - Não, não. Não posso deixar meus filhos pequenos aqui sozinhos. 

Meio a contra gosto a Princesa concordou: - Está bem, está bem. Vamos. Quando chegaram ao palácio a Princesa foi colocada sentada numa cadeira. A mulher pobre colocou remédio e panos quentes e as crianças ajudaram.

Logo depois a Rainha entrou cheia de pacotes e fez um escândalo ao ver a cena: - Mas o que significa isso? Como você ousa encostar essa mão suja na minha filha?

Com toda humildade a Maria explicou: - Eu só estou ajudando. Ela está com o pé machucado.

E a Filha completou: - É sim Mamy... Ela me ajudou. Se ela não estivesse lá eu estaria até agora, sem poder me mexer.

Cristal disse: - Eu chamarei os melhores médicos do reino. Vão embora agora, vão. E foi empurrando a Maria e seus filhos.

Compadecida Pepita pediu: - Mamãe, por favor, essa família ajudou a Pérola.

Pérola falou chorando: - Eles não são nada do que a Senhora sempre diz. Eles são mansos, não são brigões. São educados, tranquilos e vivem em paz.

A Alteza explicou: - Mas eu sempre ouvi coisas horríveis das pessoas pobres. Meus amigos dizem: Olha lá, a penca do povão pobre.

Maria falou: - Mas Rainha, se somos tão pobres é porque quem tem muito não reparte conosco que temos pouco.

- Eu sempre disse que queria partilhar o que eu tenho. Revelou Pepita

- Eu também! Completou Diamante...

A Rainha concordou: - De fato vocês sempre quiseram partilhar e eu nunca deixei.

Maria ensinou uma grande lição: - Todos somos irmãos nesta vida que Deus nos deu. 

E os três filhos da Rainha pediram: - Ohhhh, mãe... Vamos ajudá-los! Por favor!

Cristal pensou um pouco e depois perguntou: - Vocês estão tentando me dizer que é possível construir uma sociedade mais justa?

A mulher pobre respondeu: - Sim, mais justa e humana, conforme está na Bíblia.

Todos concordaram: - É isso aí.

Com um largo sorriso a Rainha pediu: - Então vá chamar a todos do seu povo que eu irei dar uma festa.

E todos gritaram de alegria: - Viva!

Cristal continuou: - Muita coisa em meu reinado mudará pra melhor. Quero agradecer o que você fez pela minha filha e por mim.

Maria sem entender, perguntou: - Pela senhora?

A Rainha respondeu: - Sim,  você me fez entender que bem aventurado é ser feliz.

E todos completaram: É viver como a Bíblia diz!

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