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Confiar na palavra de Jesus

Atualizado: 14 de out. de 2020

Lc 5,1-11

Autora: Cecília Pellegrini


A imensa sala da casa da vovó Nana estava toda arrumada para a historinha.

A criançada do bairro estava sentada num dos lados do cômodo para assistir a apresentação.

Dona Nana, seu esposo e os seus dois netos ajudaram na encenação.

Eles colocaram bem no meio da sala vários panos azuis para representar o mar. Sobre os panos colocaram dois banquinhos para ser um barco. Embaixo dos panos estavam 3 crianças, que fizeram o papel de peixinhos. 

No lado direito da sala colocaram uma caixa enorme de papelão com tampo falso para que o vovô que fez o personagem Bíblia pudesse ficar. Ah, tinha também uma cadeira de balanço antiga ao lado do móvel, que a vovó sentou durante a apresentação.

Vovó Naná entrou na sala trazendo uma bíblia na mão e cumprimentou a todos: - Bom dia, queridas crianças. Hoje eu vou contar uma historinha pra vocês, baseada no livro mais importante dos cristãos. Vocês sabem qual é? 

As crianças sentadas gritaram: - É a Bíblia!

- Isso mesmo, é a Bíblia! A vovó falou e mostrou a enorme Bíblia de espuma que o vovô ostentava na cabeça.

A vovó continuou: - Meus netinhos Wilibaldo e Aderbal vão me ajudar. Vocês querem ouvir a história?

- Simmmmmmmmm ! Respondeu a plateia animadíssima.

Naná respondeu: - Ah! Se todos querem ouvir, a vovó Nana vai contar.

Depois ela conferiu: -  Wilibaldo, Aderbal, estão prontos?

Os dois netos estavam escondidos no cômodo ao lado e responderam: - Sim, vovó Nana.

Então ela sentou-se na cadeira, respirou fundo, tossiu algumas vezes para limpar a garganta, tomou um gole de água e começou: - Era uma vez dois pescadores.

Wilibaldo e Aderbal entraram na sala vestidos de pescadores, cada um com um remo na mão, cantando: - “A canoa virou, quem deixou ela virar foi por causa [cada um falou o nome do outro] do Wilibaldo... Aderbal que não soube remar.”

Aderbal parou de cantar e falou bravo: - Que foi por causa de mim. Tá loco sô.

Wilibaldo se defendeu: - Por causa de mim é que não foi. Eu sou pescador há mais de 20 anos.

E Aderval retrucou: - E eu sou pescador ha mais de 30 anos. Taí, ganhei, remo melhor que você.

- Eu é que não deixei a canoa virar. Disse Wilibaldo.

- Nem eu... Aderbal gritou...

A vovó estava balançando a cabeça negativamente, incrédula com a cena: -  Pera lá vocês dois. Eu sou uma senhora idosa, com 94 anos e 5 meses, mas estou no meu juízo perfeito. A historinha que está aqui não tem nenhuma canoa que virou. Parem com isso.

- Pois eu tenho certeza de que a barca virou por sua causa. Afirmou Wilibaldo.

Aderbal não deixou por menos: - Por sua causa, seu remador de meia tigela.

E intensificaram a discussão.

Dona Naná aumentou o volume da voz: - Ei, ei, ei. Que discussão é essa. Que coisa feia. E a canoa nem virou!

Os dois caíram em si: - Ihhhhhhh é mesmo!

- Se vocês querem me ajudar a contar a história para as crianças, precisam colaborar, en-ten-de-ram? Falou brava a vovó.

- Sim, senhora! Eles bateram continência e sentaram-se nos 2 banquinhos: - Manda brasa vovó. E fingiram que estavam remando.

Vovó continuou a contar: - Os dois pescadores chegaram após horas no mar ...

Os dois netos saíram do banquinho e pisaram em terra firme, fingindo que estavam do mar.

Wilibaldo disse a fala do pescador: - Que cansaço. Diacho, nada, nada, nada.

O outro pescador concordou: - É mesmo... A noite inteirinha pescando e nada de nada.

Os dois ficaram tristes: - Nem uma manjubinha sequer.

Dona Naná seguiu com a contação: - Coitadinhos dos pescadores, a noite inteira trabalhando e nada pescaram. Mas, sabem o que aconteceu? Jesus que estava lá ensinando uma porção de pessoas a fazerem o bem, ao ver os 2 pescadores, disse:

Agora foi a vez do vovô dizer a fala da Bíblia, como se fosse Jesus: - “Avança para águas mais profundas, e lançai vossas redes para a pesca”.

Os netos falaram: - Ah! Mas isso não!

Aderbal retrucou: - Wilibaldo, você acha que eu vou pro mar de novo?

Wilibaldo concordou: - Aderbal, eu estava pensando isso também. To cansado, com fome...

- Com sede, com sono... Completou o irmão.

Mais uma vez a vó teve que intervir: - Ei, esperem aí. Vocês dois estão aqui para representar a historinha que eu estou lendo e aqui diz que eles entraram na barca.

Ela aumentou o volume da voz: - Entenderam?

Os netos bateram continência e responderam: - Sim, senhora!

Aí sim, ela pode continuar: - Os dois pescadores entraram na barca e fizeram o que Jesus disse: jogaram a rede.

Wilibaldo e Aderbal pegaram uma rede que estava escondida embaixo do banquinho e jogaram sobre o pano azul.

Wilibaldo disse eufórico: - Aderbal, veja, veja! Os peixes estão pulando...

As três crianças que estavam escondidas embaixo dos panos azuis apareceram vestidas de peixinhos.

Aderbal disse alegre: - Minha nossa, quanto peixe... A rede não está aguentando...

- É atum, dourado, pintado, listrado... É peixe de tudo quanto é jeito e tamanho. Wilibaldo falou animado.

Os dois bem alegres se abraçaram com um braço só e com o outro braço seguraram a rede.

-  Segura Aderbal, segura que a rede vai arrebentar. Gritou o irmão.

- Tô segurando, Wilibaldo, tô segurando firme.

Dona Naná contou: - Aí então eles fizeram sinal aos companheiros de outras barcas, para que viessem ajudá-los. Ah, crianças... que alegria! Foram tantos peixes, mas tantos peixes... Todas as pessoas, ao verem o que tinha acontecido ficaram espantadas. 

De repente, a vovó parou, olhou para as crianças da plateia e disse: - Nossa, na historinha estão faltando os companheiros dos pescadores para fazerem a cena do espanto. Vocês me ajudam?

Wilibaldo saiu do seu personagem e pediu: - É isso aí vó, coloca a criançada pra encenar também.

Aderbal pediu: - Vamos garotada, fiquem espantados...

Wilibaldo, Aderbal e a vovó incentivaram as crianças a fazerem cara de espanto e, claro, elas participaram direitinho.

E assim a vovó deu seguimento: - Os pescadores reconheceram que tinham duvidado da palavra de Jesus.

Os dois pescadores ajoelharam: - Perdão, Jesus! Perdão!

A Bíblia falou como se fosse Jesus: - “De hoje em diante, vocês serão pescadores de homens!”

Mais uma vez Wilibaldo saiu do personagem e reclamou: -  O quê? Pescador de homem, euzinho aqui? 

Aderbal também reclamou: - Pera aí, até agora eu entendi a historinha muito bem, mas esse negócio de pescar homem... Essa não!

Vovó teve que acalmá-los: - Calma, meus netinhos, A cena é simbólica! Jesus estava pedindo para que os pescadores deixassem de ir para o mar pegar peixes e queria que eles fossem com Jesus levar a palavra de Deus aos homens.

- Ah! Porque a senhora não explicou antes! Os netos falaram aliviados!

Dona Naná encerrou: - Então os pescadores levaram as barcas para a margem, deixaram tudo e seguiram a Jesus.

Ela fechou a Bíblia e disse: - E assim termina a historinha.

Os dois netos abraçaram a vovó: - Adorei vovó!

O vovô finalizou com um ensinamento: - Devemos confiar sempre na palavra de Jesus porque Ele nos ama e só quer o nosso bem.

Wilibaldo e Aderbal correram abraçá-lo também: - É isso aí, vovô.

E todos os atores se despediram da plateia: - Tchau pessoal! 

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