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Coragem para governar

Jo 10,11-18

Autora: Cecília Pellegrini

Vitória era uma Rainha idosa que queria abdicar do trono e como tinha duas filhas, as princesas Medina e Valentina, teria que escolher a quem passaria seu cetro.

A sala do trono era fortemente vigiada pelos fiéis guerreiros, chamados Guarda-Sol e Guarda-Chuva, com seus lindos uniformes vermelhos.

Certo dia a Rainha falou: - Ai, ai minhas dores: reumatismo, artrite, artrose... Essa coroa está pesando demais.... Guarda-Sol e Guarda-Chuva vão buscar as minhas filhas Valentina e Medina.

Os dois Guardas responderam: - Sim Alteza! Depois reverenciaram e foram buscar as princesas.

Enquanto isso a Rainha pensou: - Ainda bem que poderei aposentar-me. Hoje preciso escolher a minha sucessora.

Seus pensamentos foram cortados pela entrada dos guardas trazendo as princesas.

Medina foi logo reverenciando, beijando exageradamente a mão e o rosto da Rainha: - Mamãezinha querida, meu amor...

Valentina reverenciou e beijou a mão da Rainha: - A senhora chamou mamãe? - Sim, minhas filhas, chamei. Hoje escolherei aquela que ficará reinando no meu lugar. Explicou-lhes a Rainha-mãe.

Medina não se conteve e foi logo dizendo: - Como sou a filha mais velha, já vivi mais e sei exatamente como a senhora gosta das coisas.

Valentina, por ser mais nova que a irmã também falou: - Eu vivi menos, mas fui com a senhora em todas as missões: nas guerras para defender o nosso reino, nas visitas aos moradores mais pobres. Também sei como seguir os seus exemplos.

Mas Medina desqualificou as ações da irmã: - Em compensação ficou essa princesa desmilinguida, sem graça: fala calmo, é delicada. Eu tenho um jeito mais agressivo de ser, enfrento as situações de frente, falo alto. Mandar é comigo mesma.

A Rainha Vitória explicou o que era preciso para subir ao trono: - Eu preciso saber até onde vai a coragem de vocês para defender todas as pessoas que moram no nosso reino.

Valentina respondeu: - Eu pretendo defendê-los sempre.

Medina cochichou com a Valentina: - Você não sabe vender a sua imagem mesmo. Aprenda comigo.

Ela empostou a voz e começou a discursar: - Querida Rainha-mamãe, senhores guardas-guerreiros e povão do nosso reino. Eu comandarei este castelo dia e noite, noite e dia, do sol raiar, ao sol poente. Comigo no trono, sossego para o seu sono...

Mas, a Rainha com fortes dores falou: - Vamos encerrar a conversa, pois já estou cansada. O peso da coroa aumenta as minhas dores.

Medina demonstrou insatisfação por ter que encerrar seu discurso: - Mas eu falo bem, heim! Palmas seus idiotas.

Todos que estavam na sala do trono ficaram espantados: - O que você disse?

Medina, percebendo que a tinham ouvido chamar o povo de idiotas, tentou consertar: - Compatriotas. Palmas, palmas. Eu sou demais!

A Rainha então pede um tempo para proclamar sua decisão: - Minhas filhas me deixem a sós para eu poder pensar e voltem daqui a cinco minutos.

As princesas responderam e saíram da sala: - Sim, Rainha-mãe.

Assim que a Rainha Vitória se viu sozinha com os guardas falou: - Guarda-Sol e Guarda-Chuva preciso de ajuda para testar as minhas filhas.

- Claro, alteza! Responderam os guardas.

E o Guarda-Sol completou: - Pode dizer que obedeceremos!

Vitória então explicou: - Reúnam alguns soldados, providenciem um uniforme diferente para fingir que estão atacando o nosso reino.

Guarda-chuva exclamou: - Excelente ideia majestade! Como nosso uniforme é vermelho, usaremos um azul, para identificar o inimigo.

E Guarda-Sol concluiu: - Perfeito! Iremos agora mesmo.

Eles reverenciaram sua majestade e foram colocar o plano em ação.

Passados os cinco minutos as princesas retornaram à sala do trono.

Medina foi logo dizendo: - E aí Rainha-mamãezinha, fofinha, lindinha, já decidiu?

E pensou: - Claro que ela se decidirá por mim, a sua filhinha mais que preferida, bonita e inteligente.

Mas a única coisa que ouviu da mãe foi: - O momento está próximo.

De repente ouviram uma voz ao longe gritando: - O reino está sendo atacado!

E gritos e passos fortes foram ficando cada vez mais próximos.

Medina olhou pela janela do castelo e viu soldados inimigos: - Um ataque surpresa? Vamos fugir, vamos.

Valentina disse: - Eu não vou fugir. Darei a minha vida por todos os que vivem aqui.

Ela foi e pegou uma lança de uma das armaduras que estavam na sala. Medina reprovou a atitude da irmã: - Você é maluca, eu é que não quero perder a minha vida. Fui! Vou fugir pelos fundos...

E saiu correndo.

Todos os supostos soldados inimigos entraram na sala, com as espadas em punho, mas ao verem a princesa Valentina tentando defender o castelo, os Guarda-Sol e Guarda-Chuva tiraram parte do uniforme azul e todos os soldados rodearam a Valentina festejando: - Viva a nossa nova Rainha! Viva!

A princesa Valentina ficou surpresa e reconheceu os dois guardas: - Mas... Você é o Guarda-Sol, o Guarda-Chuva. Não estou entendendo nada.

Então a Rainha-mãe explicou: - É simples minha filha, ser líder neste reino é dar a vida em favor de todos os que vivem aqui.

O Guarda-Chuva constatou: - A princesa Medina fugiu quando o perigo apareceu.

E o Guarda-Sol concluiu: - Ela abandonou o povo.

A princesa afirmou com muita convicção: - Pois eu lutaria até mesmo por pessoas indefesas, de outros reinos.

A Rainha Vitória quis saber: - O que você está dizendo? Você daria a sua vida por uma pessoa de outro reino que te peça abrigo?

E a filha respondeu: - Sim mamãe, pois o mais importante não é o reino em que vivem, mas o fato de todos nós sermos seres vivos.

A Rainha abraçou a filha, colocou a coroa nela e a levou até a janela onde todo povo do reino já estava reunido. Em seguida a majestade Vitória gritou: - Viva a Rainha Valentina!

E todos responderam com muita alegria, pois a princesa Valentina sempre foi a preferida pelo povo: - Viva!

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