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Criança - magia do amor

Autoras: Cecilia Pellegrini e Vera Pastrello

(utilização de personagens infantis já conhecidos)


Na densa floresta só se ouvia os sons dos animais, da água do rio, do vento que balançavam as copas das árvores...

A varinha-estrela da Fada Madrinha adorava ficar dançando entre as plantas, ao sabor do vento...

De repente a varinha ouviu uivos e rugidos e ficou fazendo movimentos rápidos em diversas direções e se escondeu para ver quem estava chegando.

Era o Lobo mau que vinha do norte e a Bruxa malvada que vinha do sul. Eles se encontraram na clareira do Chapadão e com um gesto estranho fizeram o cumprimento dos maldosos. Cada um trazia um papel escuro nas mãos.

A varinha ficou espiando para saber o que planejavam.

O Lobo mostrou o papel escuro que trouxe: - Veja aqui Bruxa, anotei as dezenas de detalhes da maldade que iremos executar juntos.

A Bruxa respondeu: - Eu também Lobão, eu também trouxe aqui as centenas de detalhes da nossa maldade...

Imponente, ele gritou: - Agora, basta apenas a feitiçaria!

Nesse momento aconteceu um diálogo incompreensível. Cada um falava ao seu tempo, mas numa linguagem totalmente enrolada. A varinha não teve dúvida de que se tratava de algo terrível. Os dois papeis se fundiram e aumentaram de tamanho, ou seja, o plano maligno ficou enorme e estava enfeitiçado.

Ao final da conversa, uma das falas enrolada foi mais agressiva e a varinha se escondeu de medo.

Gargalhando muito, a Bruxa má falou: - Por mil baratas cascorentas esse nosso plano é terrivelmente... terrível!

O Lobo concordou: - Sim! Mas cuidado com esse papel enfeitiçado! Não deixe que ele veja alegria e sorrisos de crianças e o mais importante: não deixe que ele ouça palavras boas.

Muito brava ela gritou: - Não me dê ordens! Eu sei que esse papel está enfeitiçado e que ele é muito sensível, se por acaso ele ouvir coisas do bem, puff ele se transformará... E sem ele não conseguiremos eliminar os pirralhinhos. Vamos! Vamos logo acabar com todos eles!

O Lobo e a Bruxa fizeram um gesto igual para se despedirem e saíram juntos por um lado só, gargalhando e elevando o papel enfeitiçado.

A varinha saiu do seu esconderijo, a estrela da ponta estava piscando sem parar. Ela falou: - Não é possível! O Lobo Mau e a Bruxa Malvada se uniram? E que plano terrível! Pena que não consegui ouvir o final da conversa. Preciso avisar a Fadinha Madrinha boazinha agorinha! Com as minhas turbininhas serei rapidinha como uma andorinha. Ai, minhas criancinhas... Minhas lindas criancinhas... E lá se foi a varinha...

Sem saber de nada a Chapeuzinho Vermelho apareceu na clareira da Pedreira do Chapadão. Ela estava ouvindo apreensiva, olhando para todos os lados da floresta: - Que estranho, a floresta está diferente hoje, meio que tenebrosa. Ai, que arrepio está me dando.

Ela começou a andar de costas, cautelosamente, observando cada detalhe, procurando saber de onde vinham aqueles barulhos.

Enquanto isso Branca de Neve também estava vindo pelo outro lado. As duas continuaram a andar e deram um encontrão, soltaram um grito de medo e se viraram.

A Branca de Neve falou: - Ai, que susto Chapeuzinho!

E a amiga respondeu: - Aiiiii, assim você me mata, Branca de Neve, eu pensei que fosse o Lobo.

E a Branca completou: - E eu pensei que fosse aquela Bruxa medonha.

Depois do abraço e beijinhos, a Chapeuzinho pontuou: - Será que os outros vão demorar?

Branca de Neve quis saber: - Sabe amiga, eu vim até a pedreira da floresta o mais rápido que pude. Você sabe o que está acontecendo?

- Não sei de nada! Chapeuzinho respondeu.

Em seguida o Shrek chegou passando a mão na barriga: - Nossa que fome que estou sentindo. Alguém tem uma torta de urtigas aí?

O Burrinho estava logo atrás dele.

Branca o repreendeu: - Shrek, como você pode pensar em comida numa hora dessas?

De repente ouviu-se um barulho forte, um uivo.

Todos exclamaram, exceto o Burro: - Ai, que medo!

Eles formaram um círculo, um de costas para o outro, olhando para cima e para os lados, tremendo todo corpo.

O Burrinho ficou fora do círculo olhando a cena e afirmou: - Eu falei que isso não ia dar certo. Não falei?

Todos falaram baixo: - Fica quieto Burro!

Ele continuou: - Então o que estamos esperando?! Vamos ficar aqui parados? Se vamos, tudo bem! Oi, dona pedreira, tudo bem?

De forma irônica ele fingiu falar com a pedra: - E o Chapadão, como vai? Vendo que os amigos não se mexiam, ele falou impaciente: - Vocês vão ficar aí parados tremendo é?

Os personagens ainda no círculo não respondem, eles estavam olhando para todos os lados, pois estavam apreensivos com o som forte que ouviram. Tremiam muito de medo.

O Burrinho foi falando e mexendo nos corpos dos seus amigos: - Relaxa! Tá tudo bem! Vamos, façam assim: Respirem fundo e digam ohm...

Ele falava e demonstrava e, aos poucos todos se acalmaram: - Muito bem! Estão calminhos? Quem quer começar a falar?

Chapeuzinho Vermelho, ainda com medo mostrou uma carta e disse: - Eu recebi esta carta pra uma reunião urgente aqui na floresta encantada.

Todos os outros, menos o Burro, também mostraram uma carta cada um confirmou: - Eu também!

- Mas quem marcou essa reunião? O burro perguntou.

E eles responderam: - Não sei não.

Inconformado o burrinho exclamou: - Depois dizem que o burro sou eu, heim. Deixe-me ver...

Ele pegou uma das cartas para examinar: - Peraí!

E começou a ficar desesperado: - Isso é uma armadilha! Vão nos pegar e amarrar...

Ele falava enquanto fazia gestos engraçados: - Depois vão nos chacoalhar e girar, girar, girar...

A Fada apareceu trazendo um batalhão de crianças: - Calma Burro fui eu que marquei a reunião.

Com voz de apaixonado, o burrinho suspirou: - Ai, meu coração se derrete todo...

Todos ficaram muito felizes e aliviados: - Fadinha Madrinha!

Branca foi a primeira a falar: - Ufa, ainda bem que foi a senhora que nos chamou aqui!

A Chapeuzinho completou: - Sim, quando se trata da Fadinha é sempre uma ótima notícia!

A Fada começou a explanar: - Meus queridos... Quando o Burro cochichou no ouvido de algumas crianças que estavam pertinho dele: - Ouviram só como ela me trata? É querido pra cá, querido pra lá. A Fadinha me ama!

Shrek foi até o burro e deu um toque nele: - Burro, foco, foco!

Depois ele foi até a fada para perguntar: - Diga Fadinha, qual o motivo dessa reunião tão urgente?

A Fadinha comunicou: - Queridos afilhados, há tempos venho pressentindo que a Bruxa e o Lobo Mau estavam planejando alguma coisa, então enviei minha varinha mágica para vigiá-los noite e dia e sabem o que ela descobriu?

Todos, muito ansiosos, responderam: - Não, não sabemos! Diga por favor!

Ela explicou: - Os dois querem acabar com todas as crianças do mundo!

Eles ficaram indignados: - O quê? Como assim? Não pode ser! Estão loucos!

O Burrinho falou, tentando proteger as crianças que ali estavam: - Mas aquele Lobo peludão e aquela Bruxa nariguda não vão acabar com essas gracinhas, fofinhas, lindinhas...

Ele falou e foi apertando as bochechas das crianças, alisava o cabelo delas, abraçava apertado...

Os personagens vendo que as crianças estavam sufocadas gritaram: - Calma, Burro!

Shrek afirmou: - As crianças são a razão das nossas vidas!

E a Chapeuzinho concordou: - Você tem razão amigo Shrek, mas o Lobo é da minha historinha e ele é mau, muito mau...

Branca de Neve completou: - Tem razão Chapeuzinho Vermelho e a Bruxa é da minha historinha e ela também é má, muito má.

Shrek concluiu: - E juntos são muito poderosos! Tadinha das criancinhas...

O Burro falou bravo: - Qualé! Querem deixar as crianças nervosas, é?

Depois foi até as crianças e aconselhou: - Não deem ouvidos ao que eles falaram não, tá? Nós vamos conseguir destruir esse plano, não é Fadinha?

A Fada madrinha concordou: - Claro querido Burrinho! Não podemos desanimar! Nossa reunião é exatamente para unirmos forças e vencermos o mal. Posso contar com todos vocês?

Determinados, todos falaram: - Sim, claro!

Em seguida a fadinha perguntou para sua varinha mágica: - Varinha pra que lado o Lobo e a Bruxa foram?

Com sua vozinha fina, a varinha respondeu: - Eles foram para o norte.

A Fada expôs o plano: - Então Branca de Neve, Chapeuzinho e o Burrinho irão comigo para o lado norte para procurá-los e vermos o que eles estão fazendo. Enquanto isso, você Shrek ficará com as crianças para protegê-las dos dois malvados. Vou deixar minha varinha mágica de guarda. Qualquer coisa ela irá me avisar.

- Podem ir tranquilos... Shrek respondeu.

A varinha começou a andar de um lado para o outro, vigiando e Shrek também estava um verdadeiro soldado: - Ai, essa espera está me dando uma fome. Oh, será que tô vendo direito? Aquilo parece urtiga! Fiquem aqui crianças, que só vou fazer um lanchinho ali e já volto. Varinha mágica, fique de guarda, heim.

Ele saiu correndo em direção à planta e desapareceu na floresta.

Pelo outro lado da mata ouviu-se uivos e rugidos. Era o Lobo e a Bruxa gargalhando. Eles pararam um pouco para olhar o papel escuro, enfeitiçado.

A Varinha subiu numa árvore e quando os avistou na direção da clareira do Chapadão, ela disse: - Crianças, preciso avisar a Fadinha. Fiquem aqui escondidos que eu já voltarei trazendo ajuda. E depois saiu voando o mais rápido que pode.

O Lobo e a Bruxa sempre olhando o papel escuro foram caminhando. O Lobão disse: - Boa ideia essa de vir pelo lado sul! Despistamos aquela Fada.

A Bruxa parou e sussurrou: - Estou sentindo cheiro de crianças. Precisamos descobrir onde as crianças estão reunidas e acabar com elas.

O Lobo soltou um uivo e disse: - Com meu faro super apurado será fácil encontra-las.

As crianças colocaram a mão na boca para abafar o choro e ficaram quietinhas para não serem descobertas.

Os dois vilões começaram a cheirar tudo e sentindo o cheiro cada vez mais forte logo perceberam todas as crianças escondidas.

- Arrá, achamos vocês seus pestinhas. Gritou o lobo, todo satisfeito!

Depois de uma longa gargalhada a Bruxa malvada falou: - Acabaremos com todas as crianças da pedreira de uma vez só! Venha Lobo Mau!

E os dois gritaram: - Que comece a feitiçaria!

Mas eis que surgem os personagens e os pais de todas as crianças, muitos amigos do bem, vindos de todos os lados da floresta. Eles apontaram suas mãos com lindos corações coloridos e disseram: - Não iremos deixar!

A Bruxa e o Lobo colocaram o papel escuro enfeitiçado para trás do próprio corpo deles e falaram bravos: - Como assim não irão deixar?

A malvada Bruxa justificou: - As crianças ocupam muito espaço, só dão trabalho e despesas para os pais, acho que eles até gostariam de ficar sem esses piralhos.

A Chapeuzinho perguntou aos pais das crianças: - É verdade mamães e papais, vocês querem ficar sem suas crianças?

Todos responderam: - Claro que não! Nós amamos os nossos filhos!

O Lobão continuou: - Pode até ser, mas só dão serviço e atrapalham a nossa vida!

Os pais discordaram: - Nada disso!

A Bruxa, imitando a voz das crianças lembrou: - Duvido que vocês não estão cansados de ouvir essas crianças dizerem: - eu quero brinquedinho, eu quero sorvetinho, eu quero historinha, eu quero teatrinho...

De repente, o Burrinho fez uma reflexão: - Já pararam pra pensar que quando elas querem as historinhas elas querem a nós?

Shrek completou: - Elas nos ensinam a sonhar e acreditar que os sonhos são possíveis.

Os malvados resmungavam: - Eca, eca...

Branca de Neve continuou: - Ensinam a se sentir feliz com as pequenas coisas da vida: brincar, tomar um simples sorvete ou ganhar um presente.

Depois foi a vez da Chapeuzinho: - As crianças são sinceras, falam o que sentem, sem enganação.

E os dois discordavam: - Eca, eca...

A Fadinha também falou bem dos pequenos: - Elas repartem seus brinquedos e aceitam outras crianças nas brincadeiras. Elas são luz, bondade, inocência e pureza.

A Bruxa má gritou, se contorcendo: - Parem! Não quero ouvir mais nada. Ai, ai.

Vocês estão destruindo nossas forças malignas.

O Lobo também gritou: - Vejam só o que vocês fizeram com a nossa feitiçaria! E mostrou que o papel enfeitiçado tinha se transformado num lindo e enorme coração colorido.

Furiosos, os dois quiseram escafeder-se: - Vamos, vamos sair logo daqui.

O Burro foi indo atrás, expulsando-os: Xô, xô. Esses não voltarão a fazer maldade tão cedo.

A Branca de Neve exclamou: - Nada como a magia do amor para afastar a maldade.

E a Fadinha completou: - E essa magia vem das crianças que nos inspiram. Que possamos conservar a criança viva dentro de cada um de nós.

Todos encerraram com uma linda frase: - “Ser criança é sorrir, brincar, se divertir e amar!”

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