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Mar de Amor!

Atualizado: 30 de out. de 2020

Mc 7,1-8.14-15.21-23

Autora: Cecília Pellegrini


Cenário: Interior da casa da Estrela do Mar, com uma mesa farta de comida. Num local de destaque, no centro do palco haverá um enorme coração. No canto direito haverá algo simbolizando uma bacia ou pia para se lavar as mãos.


Personagens: Estrela do Mar, Sereia, Rei dos Mares, Polvo e Peixinhos: Peixolita e Peixereta.


ESTRELA [entra em cena trazendo um prato de comida. Primeiro cheira a comida e depois fala]: - Humm, que cheirinho gostoso [pede para algumas crianças da plateia cheirarem também], sintam que aroma, fiz especialmente para a visita que o Rei dos Mares fará aqui, na minha linda casa!

SEREIA [Entra em cena com seus 2 filhinhos peixes e toca a campainha]: - Glup, glup, glup

ESTRELA: - É a minha melhor amiga, “BFF”, a Sereia [olha pelo buraco da fechadura]: - Hum, mas ela trouxe aqueles filhos chatinhos... Peixe-criança mexe em tudo, nada pra cá, nada pra lá... Mas, fazer o quê? [Vai abrir a porta]: - Querida, que prazer, entre...

SEREIA: - Obrigada. Nossa você reformou a sua casa! Ficou linda! E... você está mais bonita, fez outra cirurgia plástica? [A Estrela fica toda envaidecida e vai gesticulando afirmativamente]. - As suas roupas são lindas, o cabelo sedoso.

ESTRELA: - Realmente eu fiz uma recauchutagem completa, mas espera aí Sereia, você veio com seus dois filhos e não trouxe nada para contribuir com o lanche?

SEREIA: - Eu não sabia que precisava. Você é tão rica... e veja, a mesa está lotada.

ESTRELA: - Sou rica, mas não sou obrigada a ficar dando comida pra ninguém.

PEIXOLITA: - Mas a gente vai poder comer, né?

PEIXERETA: - Psiu. Escutem, escutem, o Rei dos Mares está chegando.

REI DOS MARES [entra em cena e toca a campainha]: - Glup, glup, glup.

ESTRELA [vai atender a porta]: - Que honra, que satisfação! [fala olhando para a amiga baixinho]: - Morra de inveja... O rei na minha casa! [Fala para a plateia]: - E não trouxe nada também. [Volta a falar com o rei]: - Pode entrar grande rei dos mares, dos rios e das fontes.

REI: - Obrigado. Eu estou feliz em poder conhecer cada um e cada uma que moram aqui na nossa Comunidade do Amor.

TODOS: - Um mar de amor! [Mostram o coração no centro do palco].

REI: - Sim, sim, um mar de amor!

[os filhos da sereia vão até o rei].

PEIXOLITA: - O senhor é muito bonzinho.

PEIXERETA: - É, o senhor nos ensina só coisas certas, como devemos tratar os moradores da Comunidade do Amor!

ESTRELA: - Eu adoro morar aqui e amo todos, todos, todos, você, você, você e vocês [aponta pessoas sentadas na plateia]. Eu faço tudo direitinho: trabalho, cuido do meu corpo, da minha casa, sigo tudo o que os meus avós ensinaram aos meus pais e eles ensinaram pra mim. Tradição é comigo mesma.

SEREIA: - Eu também faço tudo direitinho...

REI: - Muito bem.

ESTRELA e SEREIA: - Também rezamos muuuuito.

ESTRELA: - É, eu rezo o dia inteiro: pela manhã, à tarde, à noite. Às vezes acordo pela madrugada e fico rezando, rezando...

SEREIA: - Eu também!

PEIXINHOS: - Vamos comer?

ESTRELA [fala baixinho para os dois]: Esfomeados! [agora fala alto]: - Claro queridinhos. Antes, nosso ritual da lavação...

[Coloca-se o refrão da música “lavar as mãos” – Castelo rá-tim-bum].

[Fazem uma fila e cada um vai até a pia onde lavam suas mãos; depois fazem uma oração de agradecimento. Enquanto o Rei faz tudo certo os outros farão tudo muito decorado e rápido, sendo que, no meio da oração, enquanto os outros continuam a orar, a Estrela ficará repreendendo os peixinhos, com gestos apenas]

Oração: “Senhor, nas profundezas desse imenso oceano vos agradecemos e vos bendizemos. Cremos que Tu és a fonte da paz, da justiça e da verdade. Assim como o Vosso imenso amor tudo perdoa, também perdoamos aqueles que nos ofenderam. Obrigado Senhor pela vida que temos e por esse alimento que vamos comer. Amém!”

TODOS [menos o Rei]: - Pronto!

ESTRELA: - Mãos limpas [mostra as mãos] e oração feita.

POLVO [entra em cena com um pão nas mãos e aperta a campainha]: Glup, glup, glup. [Estrela vai abrir e fica chocada ao vê-lo com o pão na mão, sem estar dentro de um saco apropriado]

POLVO: - Oi Estrela. Aqui está... [entrega o pão].

ESTRELA: - Que falta de educação: chegou atrasado e trouxe o pão que iremos comer com esses tentáculos imundos, seu polvo!

TODOS [falam menos o Rei]: - Polvo não, Porco! [imitam um porco.]

POLVO: - Desculpem pelo atraso, mas a dona Moreia ficou doente e eu fui ajudá-la.

ESTRELA: - Pois eu não te desculpo.

SEREIA: - Eu também não.

ESTRELA [brava]: - Será que você não vê que hoje é um dia especial, que o nosso rei, o Senhor das águas doces e salgadas veio a minha casa? Nem sei por que fui convidar esses vizinhos mal-educados...

SEREIA [fala para a plateia]: - Eu sei, ela nos convidou só para esnobar.

POLVO [muito triste]: - Mil desculpas a todos. Senhor Rei, minha vida está muito corrida. Eu me atrasei porque eu cuido de dois doentes e agora a dona Moreia também precisou de mim...

REI [vai abraçá-lo]: - Eu sei tudo sobre cada um dos meus filhos, e você, Polvo, muito me agrada.

ESTRELA: - O quê? Ele te agrada? [Enquanto a Estrela fica indignada, a Peixolita oferece comida ao polvo e ele come]. Rei, veja, ele nem parece um ser do mar, parece um porco, pois é sujo e não faz o ritual da lavagem das mãos.

SEREIA: - Polvo porco, polvo porco.

ESTRELA e SEREIA: - Seu Polvo impuro.

REI: - O que torna alguém impuro não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu interior.

ESTRELA: - Não entendi nadinha.

REI: - É de dentro da pessoa que sai as más intenções, a inveja, a ambição. O que adianta fazer todos os rituais e não tratar bem os outros? O polvo pode não ter lavado os tentáculos, mas tem o coração mais limpo que existe.

TODOS: - Como assim?

REI: - Ele não fala mal de ninguém, não é invejoso, reparte tudo o que tem, cuida de quem precisa. Ele tem o olhar aberto à solidariedade e à transformação do mundo. Ele é o verdadeiro morador da Comunidade do Amor.

PEIXERETA: - Eu quero ser como ele.

PEIXOLITA: - Eu também! [os dois peixinhos vão abraçar o Polvo].

REI: - Muito bem, sigam o exemplo dele e serão muito felizes. Mais importante que o ritual, mais importante do que a oração que sai da boca é querer estar perto do Pai o tempo todo e para isso é preciso estar atento a tudo o que fazemos e falamos. O nosso coração precisa ser um Mar de Amor!

ESTRELA [fala para as crianças da plateia]: Ops, o meu coração ainda não é um mar de amor.

REI: - Reconhecer o erro já é um excelente passo. Agora crianças falem para a Sereia e para a Estrela o que elas precisam fazer para serem melhores. [Esperar algumas falas da plateia]

ESTRELA: - Pois é: preciso mudar, preciso fazer uma recauchutagem completa no meu coração!

PEIXINHOS: - É fácil mudar, basta querer!

ESTRELA e SEREIA: - E nós queremos.

REI: - É preciso que o nosso coração seja puro...

TODOS: - Um verdadeiro mar de amor. Tchau!

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