Meu próximo
- pelegrincecilia
- 10 de mar. de 2022
- 4 min de leitura
Lc 10,25-37
Autoras: Cecília Pellegrini e Andréa Ferraz
Uma ginasta brasileira estava em sua humilde casa, se preparando para viajar.
Sua mãe Mara fechou a mala da filha e disse: - Pronto Raiane, mamãe colocou tudo aí dentro e o seu uniforme para a cerimônia de abertura, deixei bem esticadinho. To tão orgulhosa de te vê indo mostrar a sua ginástica olímpica no Pan!
Raiane beijou a mãe e agradeceu: - Obrigada mãezinha. Se não fosse a senhora que me incentivou desde pequenina eu não teria chegado aonde cheguei.
- Filha, cuidado nesse tal de Rio de Janeiro. Na televisão mostra muito a violência que tem lá.
- Mas mãe, esses jogos olímpicos são uma ocasião ideal para a cidade mostrar seu lado generoso e acolhedor.
- É, você tem razão. Raianinha, ta com medo de andar de avião?
- Se to, mãe. Só de lembrar já me dá um frio na barriga...
- Então vai logo pra não perder o vôo. Olha, eu fiz um lanche e coloquei umas frutas também. A vizinha disse que dentro do avião agora só dão um pacotinho de amendoim.
- Ah! Então o lanche vai descer redondinho porque ninguém merece ficar só com amendoim no estômago. Tchau, mãe.
Eles se beijaram e lá se foi a ginasta, rumo ao Pan.
Raiane chegou na metrópole olhando os arranha céus, encantada com a cidade: - Nossa, como aqui é grande! Olha lá o Cristo Redentor! Que lindo!
De repente apareceu um assaltante armado e anunciou: - Dá aqui a mala, a grana, o relógio
A ginasta começou a gritar: - Soc...E o bandido colocou a mão na boca dela: - Cale a boca, garota.
Raiane mordeu a mão do assaltante e gritou: - Socorro!
O bandido bateu na ginasta. Ela gritou de dor e caiu no chão. O assaltante saiu correndo, levando tudo.
Passou uma senhora com sacolas de compras, viu Raiane caída e não faz nada.
Depois passou um senhor de terno, também viu a garota e não fez nada.
Passou então uma pessoa chamada Samanta, viu a Raiane caída e sentiu compaixão: - Minha nossa, pobre moça! Ela ajudou a ginasta a se levantar e sentar e avisou: - Vou naquele bar pegar um pano limpo e água para limpar esses machucados.
Raiane reclamou: - Está doendo muito, aiiiiii.
Samanta chegou trazendo o pano e a água e limpou o machucado: - Pronto! Será que dá para você se apoiar em mim para irmos até a farmácia no próximo quarteirão?
- Dá sim. Muito obrigada...
- Samanta é o meu nome, muito prazer.
- O meu é Raiane. Se não fosse você eu estaria até agora no chão. Mas não precisa me levar para a farmácia não.
- Nada disso, é preciso desinfetar corretamente esses arranhões. Pode ficar tranquila que pagarei os curativos. Eu sei que devem ter levado tudo, não é?
- Bem que minha mãe avisou que era para eu ficar esperta. Minha mãe passou tão bem o uniforme para a abertura do PAN. Sabe, eu estava procurando ônibus para ir para a Vila Olímpica.
- Não acredito, não acredito... Você é a... Raiane dos Anjos!
- Isso mesmo.
- Vamos à farmácia e depois eu te levo até a Vila do PAN.
- Obrigada Samanta!
Enquanto as duas foram fazer os curativos na farmácia, os atletas estão muito animados na vila olímpica, se arrumando para a abertura.
Um atleta do basquete comentou: - Essa Vila do Pan ficou uma maravilha!
O colega do volleyball afirmou: - É a cidade do Rio de Janeiro, toda preparada para as 41 modalidades esportivas em disputa.
Os atletas brasileiros gritavam esfuziantes: - E o Brasil vai ganhar! E o Brasil vai ganhar!
O atleta do México perguntou: - Todos preparados para o desfile de abertura?
E os amigos responderam em uníssono: - Sim! Preparadíssimos!
Um coordenador quis saber: - Pera aí, alguém viu a ginasta Raiane?
Todos afirmaram: - Não!
O coordenador avisou: - Mas é ela que levará a bandeira do Brasil.O que será que aconteceu?
Neste instante a Samanta e a Raiane chegaram e todos ficaram aliviados: - Raiane!
O coordenador viu a ginasta com os curativos e perguntou: - Nossa, o que aconteceu?
Ela explicou: - Eu fui assaltada, mas a Samanta me ajudou, me levou numa farmácia e me trouxe aqui.
Todos gritaram: - Viva a Samanta!
Um atleta analisou: - Você fez exatamente o que o bom samaritano fez naquela parábola que Jesus contou.
Outro concordou: - Tem razão. Parabéns Samanta por esse gesto de amor ao próximo. Hoje em dia são raras as pessoas que ajudam alguém sem conhecer.
A Samanta revelou: - Só que levaram tudo dela.
Raiane lamentou: - Como irei desfilar, como irei disputar os jogos? Vejam só a roupa que me restou.
O coordenador afirmou: - Somos um exército de homens e mulheres de bem e vamos encontrar uma solução, não é pessoal?
Todos concordaram: - É isso aí!
Os atletas se uniram e cada um ofertou algo: - Vou correndo buscar uma blusa.
- Vou pegar uma calça. - Você poderá usar os meus colants em todas as competições. - E eu vou pegar um tênis.
Enquanto todos correram para os seus alojamentos para buscar os itens, Raiane falou emocionada: - Nossa Samanta, com amigos tão legais, já me sinto uma vitoriosa.
Logo em seguida os atletas chegaram trazendo as roupas e Raiane foi se arrumar.
Antes da abertura eles deram as mãos e refletiram: - Os Jogos Pan-Americanos é o maior evento esportivo das Américas e nós esperamos que até o último dia haja uma corrente de alegria e paz.
- Todos juntos como irmãos. Está na hora, vamos...
Raiane agradeceu a todos, principalmente a nova amiga carioca: - Obrigada Samanta por essa presença solidária de amor e carinho.
Após um longo abraço Samanta se despediu: - Todos nós brasileiros estaremos unidos a vocês, torcendo pela vitória.
E todos gritaram: - A hora é agora... PAZ no PAN!
E graças a Deus tudo se transcorreu na maior harmonia e alegria.
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