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Missão de Servir!

Mc 10, 35-45

Autora: Cecília Pellegrini

Cenário: Uma bonita sala de jantar com uma mesa posta, sendo que a cadeira da ponta estará toda enfeitada (lugar do homenageado da festa) e as demais cadeiras serão sem enfeites. A cadeira da direita e da esquerda terão em cada uma um papel com o nome de um dos empregados escrito: Rata Bem e Rato Bom.

Personagens: Rata Olinda, Rata Orlanda, Médico Ratul, Rata Bem e Rato Bom (2 ratos empregados) e alguns ratos convidados (figurantes).

[Música animada. Entram os ratos convidados que fingem conversar entre si, comer etc. e os dois empregados ficarão servindo o tempo todo. Sairão algumas vezes de cena e mudarão o alimento servido (só bandeja e jarra).]

RATA OLINDA [uma convidada que entra em cena]: - Uau, quantos ratos na festa! Ainda bem que vim com um vestido chiquérrimo [observa alguns convidados]: - Oi querida! [beijos e abraços exagerados, que quase esmagam os ratinhos.]

RATA ORLANDA [outra convidada que entra em cena]: - Rata Olinda!

RATA OLINDA: - Rata Orlanda! [Beijos]

RATA ORLANDA: - Você também foi convidada?

RATA OLINDA: - Lógico né. Eu sou a rata mais ratalada, quero dizer mais badalada da Ratolândia.

RATA ORLANDA: - Sim, sim. Pois eu vim mesmo é para prestigiar o homenageado da festa.

RATA OLINDA: - Já sei que ele se chama Ratul, que ele é um camundongo de laboratório, se formou médico, é bonitão, fortão. Ouvi dizer que ele não é ratado. Você sabe se ele é ratado, quero dizer casado?

RATA ORLANDA: - Não.

RATA OLINDA: - Não é casado?

RATA ORLANDA: - Não, eu não sei.

RATA OLINDA: - Ah, que pena. Mas assim que ele chegar eu descubro. Olha só, veja a dona da casa. Ai, eu não gosto dela [Aponta alguma senhora na plateia e fala alto]. Oi querida, eu vim à sua festinha, meu amor! [Fala baixo para os convidados em cena]: - Eu só vim mesmo pra tentar arrumar um namorado. [Fala alto] - Você está linda, chique, maravilhosa queridinha!

RATA ORLANDA: - Rata Olinda, desculpe, mas está dando na vista.

RATA OLINDA: - Rata Orlanda, é preciso buscar privilégios dentro da comunidade, meu bem!

RATA ORLANDA: - Pois eu não acho. Isso é se aproveitar das pessoas, da situação. Precisamos nos relacionar bem com todas as pessoas, sem interesses.

RATA OLINDA [desvia do assunto]: - Olha, quanta comida! [Finge que come algo.]

[Entra o médico Ratul].

TODOS [em cena viram para frente da plateia e cumprimentam o Ratul]: - Seja bem-vindo!

RATA OLINDA: - Dr. Ratul, entre, fique à vontade. [Fala baixo para a Rata Orlanda]: - Nossa, eu me segurei para não tascar um abração e um beijão nele.

RATA ORLANDA: - Estamos muito felizes em estarmos aqui para homenagear um cidadão que ajuda tanto nossos irmãos e irmãs, os ratinhos que sofrem, que estão doentes.

RATUL: - Muito, mas muito obrigado pela homenagem, mas eu tenho a missão de servir e luto para combater toda atitude que cause sofrimento aos ratos.

RATA ORLANDA: - O senhor está certo Dr. Ratul, nós, os ratos somos portadores de muitas doenças transmissíveis aos homens, como leptospirose, hantavírus, peste bubônica...

RATA OLINDA: - Será que é por isso que muito humano tem medo da gente? Mas, mudando de assunto Dr. Ratul, logo mais a dona da casa...

RATUL: - Ela está na outra sala e me recebeu super bem. Eu agradeci muito esta festa que ela organizou.

RATA OLINDA: - Sim, sim ela é uma gracinha [faz gestos ao contrário para a plateia = falsidade]. Então, me deixa falar antes que ela chegue. Eu precisava que você fizesse um favor para nós duas [mostra ela e a Rata Orlanda ]. Você faz?

RATA ORLANDA: - Pra nós? O que você vai aprontar agora Rata Olinda?

RATA OLINDA: - Fica na tua. Deixa comigo!

RATUL: - O que vocês querem que eu faça?

RATA OLINDA: - Veja [mostra a cadeira da ponta da mesa]. A dona da casa virá e dirá a todos que esse lugar de honra é pra você. Deixa-nos sentar eu à tua direita e a Rata Orlanda à tua esquerda?

RATA ORLANDA [puxa a Rata Olinda para um canto]: Mas o que é isso?

RATA OLINDA: - Você acha que eu vou perder a oportunidade de todos me olharem também? Já pensou que prestígio estar ao lado do rato médico mais ilustre da festa?

RATUL: - Você não sabe o que está me pedindo. Somos sim, todos ratos, iguais em nossa missão de entregar um pouco de nós para o bem de todos, mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. É para aqueles a quem foi reservado.

TODOS [os ratos em cena perguntam curiosos]: E para quem foi reservado?

RATUL: - Vamos ver [vai até as cadeiras e levanta os nomes que estão ao lado da cadeira em que ele irá se sentar]. É para a Ratabem e o Ratobom [neste momento estarão os dois empregados, um em de cada lado do palco].

RATABEM e RATOBOM [admirados]: - Nós?

TODOS: - Eles?!

RATUL [pega na mão dos dois empregados e os traz para o centro do palco]: -Sim, quem quiser ser o primeiro seja o escravo de todos.

RATA OLINDA: - Quer dizer que eu tenho que virar empregada?

RATA ORLANDA: - Claro que não. O ser escravo significa servir, que significa ajudar, repartir.

RATA OLINDA: - Mas eu reparto. Por exemplo, ontem mesmo eu peguei tudo quanto é alimento vencido na minha despensa, as roupas velhas, já furadas, bijuterias quebradas e levei tudo na creche que a comunidade do Macacalhães ajuda. Estou com a alma lavada!

RATA ORLANDA: - Só se for lavada de lama né? Como você pode doar um alimento vencido? Pode deixar algum rato doente. E bijuterias, ou brinquedos ou qualquer outra coisa quebrada! Você gostaria de recebê-los como presente?

RATA OLINDA: Claro que não!

RATUL: - Então, é preciso ajudar, repartir, mas aquilo que nossos irmãos poderão comer, usar, entendeu?

RATA OLINDA: - Poxa, eu entendi a vida até hoje totalmente errado.

RATA ORLANDA: - Como assim?

RATA OLINDA: - Eu sempre pensei que ser o primeiro é ter mais coisas, mais dinheiro, mais fama, mais empregados...

RATUL: - O segredo é servir e não ser servido!

RATA OLINDA: - Será que eu entendi? Quem quiser ser o primeiro tem que procurar ajudar a todos?

TODOS: - Sim!

RATA OLINDA: - Amigos, prometo que vou tentar, não sei se consigo mas vou me esforçar bastante, porque sabe como é né, eu achei que tivesse nascido para brilhar e não para servir. Mas vocês têm certeza disso? Quem quiser ser o primeiro tem que procurar ajudar a todos? 

TODOS: - Sim

RATUL: - Exatamente! É servir e não ser servido.

TODOS: - É servir e não ser servido! Tchau amiguinhos.

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