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Nasce o jardim!

Jo 20,19-23

Autoras: Regina Camilli e Cecília Pellegrini

Três flores estavam no jardim olhando para os lados, demonstrando muito medo. Depois deitaram-se no chão e se cobriram com terra.

Margô, tremendo muito, falou: - Ai, que medo! Será que eles nos viram entrar aqui? Vou jogar mais terra sobre mim.

Cravina disse brava: - Fale baixo Margô! Você quer ser descoberta?

Esporinha retrucou: - Parem com isso! Já estou com medo e vocês duas ficam falando alto? Logo, logo eles virão e nós estaremos fritas, quero dizer... arrancadas, esmagadas!

As três sussurraram e tremeram mais ainda: - Ai, que medo!

A abelha Iraí entrou no jardim procurando pelas três: - Flores, flores, onde estão vocês? Preciso de ajuda! Margô, Cravina, Esporinha... Não conseguirei sem a ajuda de vocês, preciso de pólen! Por favor...

Margô pediu: - Fale baixo! Não tá vendo que já está noitinha!

Cravina continuou: - É, a noitinha os perigos aumentam...

Muito brava a Esporinha ordenou: - Vá embora sua, sua... Voe para seu enxame! Saia daqui! 

Iraí tentou intervir: - Mas florezinhas, não tenham medo, nossa amiga Lua e suas companheiras estrelas logo estarão no céu, iluminando tudo aqui. Além disso, depois da noite, sempre há um novo dia!

Margô insistiu: - Não vamos sair daqui! Nos deixe aqui, camufladas nessa terra. 

Esporinha complementou: - E fique sabendo que essa camuflagem toda está dando certo há 50 dias e 50 noites.

Cravina concluiu: - Estamos com muito, muito medo.

Iraí falou: - Mas aí dentro também está tudo escuro!

- É, mas aqui ninguém irá nos encontrar! Cravina explicou.

A abelha contradisse:- Como não?! Eu não as encontrei? Parem com isso!

Muito brava Esporinha afirmou: - Encontrou porque é muito enxerida, abelhuda e chata!

Depois falou com as outras flores: - Vocês sabem que essa zinha aí não me desce. Eu não gosto dela.

Margô tentou amenizar: - Calma Esporinha! Sei que você não gosta da Iraí, mas ela está tentando nos acalmar, só isso!

Mas Esporinha estava muito irritada: - Acalmar o quê! Sempre com esse nhenhenhém! Ela é muito chata.

Cravina explicou: - Sabe Iraí, nós não vamos sair depois do que fizeram com a nossa querida amiga e mestra árvore.

Margô continuou a contar: - É, foi horrível! Vieram com um machado enorme e derrubaram a árvore e depois a cortaram inteirinha! Não queremos que aconteça o mesmo conosco.

As flores confessaram: - Não queremos morrer também!

E esporinha colocou um basta: - Vá embora! 

Muito triste, Iraí falou antes de sair: - Só queria dizer que também tenho medo, mas não fico me escondendo! Eu aprendi muito com a árvore e vou enfrentar meus medos e mostrar ao mundo que a conheço e quero transmitir o que ela me ensinou. Sei que ela quer isso de mim. Adeus!

Esporinha ficou xingando: - Vai, vai embora, com esse zumbido horroroso.

E as três se enterraram novamente.

Uma música suave começou a tocar. Era o espírito da Árvore. Ao ouvir o som, as três saíram debaixo da terra e olharam admiradas para a Árvore.

Margô exclamou: - Olhem, é a Árvore!

A árvore cumprimentou: - A paz esteja com vocês!

Cravina disse: - Mestra, pensamos que você já era!

Esporinha mostrou: - É, vejam as marcas de machado em seu caule!

As três falaram em uníssono: - Oh, que horror!

Margô revelou: - Estamos com muito medo porque querem acabar com todos que te conhecem.

A árvore explicou: - Assim como a Mãe Natureza me enviou para ensinar as coisas boas e certas para vocês, eu também envio vocês pelo mundo, para formarem um lindo jardim.

Preocupada, Cravina perguntou: - Você quer que a gente saia daqui? 

Esporinha completou: - Que enfrente os machados, machadinhos e machadões?

Margô, Cravina e Esporinha ficaram muito nervosas: - Com esse medo todo? 

Calmamente, a Árvore explicou: Tanto eu quanto a Mãe Natureza estaremos com vocês, todos os dias.

Depois ela estendeu um dos seus galhos em cada flor e elas se acalmaram: - Cada uma de vocês tem dons especiais e devem sempre os colocar a serviço de todos. Que o amor vença todos os males. 

As três flores falaram com determinação: - Conte conosco Mestra!

A Árvore foi saindo e a Esporinha foi atrás dela: - Árvore, Árvore! Eu queria muito que a senhora perdoasse todas as maldades que eu fiz, principalmente por eu maltratar tanto a Abelha Iraí.

A Mestra respondeu: - Não é a mim que você tem que pedir perdão, mas sim para a própria Iraí. Ela é que tem que perdoar você. Vá Esporinha, jamais tenha vergonha de fazer o que é certo.

Esporinha falou: - Você tem razão. Obrigada Mestra.

A Árvore saiu e a Abelha logo chegou: - Que alegria vê-las fora da terra.

Margô explicou: - A Mestra Árvore nos envolveu com seu imenso amor e agora estamos decididas a ir ao encontro das flores, das plantas...

Esporinha continuou a fala e foi chegando perto da Iraí: - Dos insetos, dos mosquitinhos, das joaninhas, das abelhinhas.

A abelha colocou a mão na testa da Esporinha e perguntou: - Tudo bem com você Esporinha?

A flor respondeu: - Sim, está tudo bem. Eu quero pedir desculpas a você Iraí por brigar tanto. Você me perdoa?

- Claro! No nosso jardim, o amor e o perdão sempre estarão. Respondeu Iraí.

Todos ouviram a voz da Árvore: - Agora todas vocês vão levar mensagem da alegria, do amor, da união, da honestidade, da verdade a todas as plantas, insetos, mosquitos, joaninhas, abelhas e a todos os animais... Eu vou acompanhar vocês... Estarei sempre com vocês...

Margô exclamou: - Vamos que temos muito a fazer. 

Cravina continuou: - Temos que levar essa boa notícia a todos.

E Esporinha completou -Temos que mudar nosso mundo, mudar as pessoas, construir a união e a paz...

Todas falaram animadas: - Vamos. Tchau!

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