Ninguém é tão mal que não possa mudar
- Ovelhinha
- 27 de set. de 2018
- 4 min de leitura
Atualizado: 15 de out. de 2020
Lc 7,36-8,3 ou 36-50
Autora: Cecília Pellegrini
A historinha de hoje se passa na floresta da Grécia e todos os personagens são cinco animais, com características de personagens conhecidos. Apresento-lhes: Zebraus (uma zebra, com características de Zeus), Abena (uma abelha, com características de Atena), Porcodon (um porco com características de Poseidon), Merduza (um peixe merluza com características de Medusa) e Cleopata (uma pata com características de Cleópatra).
Certo dia, Merduza organiza uma recepção em sua casa. Tudo do bom e do melhor para que os animais da floresta possam receber o grande Zebraus.
Quando todos os convidados já haviam chegado em sua linda casa, a anfitriã pede para parar a música para ela poder falar: - Estou muito feliz em receber em minha casa o grande Zebraus, rei do Olimpo. Viva Zebraus!
Todos os convidados gritam: - Viva!
Abena, amiga íntima de Merduza, diz: - Querida amiga, obrigadíssima por ter me convidado.
Merduza justifica: - Para estar em minha casa, na presença do rei Zebraus, só escolhi os animais que são como eu: justos, seguem a lei, os que só fazem o que é certo, ou seja, os que são 100%, os “nota 10”, os “top de linha”.
Porcodon, outro convidado complementa: - E o principal: os que não erram e não falham.
Todos concluem: - Somos os melhores!
Merduza convida a todos para o banquete: - A mesa está servida, vamos comer.
Todos vão até a mesa e comem as deliciosas iguarias.
De repente uma pata chamada Cleopata entra correndo, chorando e se dirige ao Rei: - Mestre Zebraus!
E ajoelha-se diante do mestre e continua: - Eu estou muito arrependida de todas as coisas erradas que eu fiz.
Os convidados vão para um canto, longe da Cleopata, pois não querem se misturar com ela.
Porcodon puxa a anfitriã e fala indignado: - Merduza, como você ousa convidar a Cleopata para entrar em sua casa?
Merduza responde alto e brava: - Ela é uma intrusa, penetra, estrangeira. Uma “zinha” pecadora.
Abena que a tudo ouvia, complementa: - Ela não deve se juntar a nós.
Merduza, indignada, fala: - Muito me admira que o Mestre, que tudo sabe, que tudo vê, deixe que essa Cleopata toque nele e ainda fale com ele...
Cleopata, ainda chorando, pede: - perdoe os meus erros, Mestre.
Zebraus levanta a Pata e diz: - Fique tranquila Cleopata, os seus erros estão perdoados.
Os convidados perplexos questionam: - O quê?
Cleopata fica muito agradecida: - Obrigada, Mestre.
Zebraus completa: - Só não faça mais coisas erradas.
A pata promete: - Não farei mais coisas erradas, meu arrependimento é verdadeiro. Daqui para frente serei uma pata que sempre andará no caminho certo e levarei os Seus ensinamentos a todos os animais desta floresta. Mais uma vez obrigada.
Zebraus abençoa: - Vá em paz!
A pata despede-se dos outros bichos, mas além de não responderem, todos se viram de costas, deixando claro que ela era uma excluída.
A dona da casa diz indignada: - Eu ainda não acredito no que vi acontecer nesta sala. Zebraus, você se aproximou de uma pecadora e o pior: você foi bom com ela! Ela é uma perdida!
Zebraus diz: - Para vocês não importa como e por que a Cleopata errou tanto. Ela foi condenada desde sempre.
Todos respondem afirmativamente: - Sim, desde sempre e para sempre!
Zebraus faz um pedido: - Por que vocês não a perdoam também?
Porcodon fala em nome de todos: - Não perdoamos porque nos julgamos melhores do que ela. Não fazemos as coisas erradas que ela faz.
Abena completa: - Ela é uma pessoa má.
Zebraus ensina: - Ninguém é tão mal que não possa mudar.
A Merduza dá sua opinião: - Pois eu acho que quando a pessoa é má, ruim, ela não tem jeito. Eu não conheço ninguém que era ruim e virou bonzinho. Zebraus explica que não nos cabe a missão de julgar. E se, quem errou se arrepende... devemos perdoar sempre.
Os bichos ficam surpresos e perguntam: - Sempre?
Zebraus responde: - Sempre! São justos os que, reconhecendo as falhas, os seus erros, ficam arrependidos e pedem perdão.
Os animais ficam pensativos. Merduza é a primeira a reconhecer: Nossa, eu nunca parei para pensar no jeito que eu vivo porque eu nunca perdoei.
Porcodon diz: - Eu também não. Achei que bastava seguir as leis, ir à missa...
Abena fala em seguida: - Eu sempre aponto os erros nos outros porque acredito que eu não erro.
Com muito carinho Zebraus ensina: - Pois fiquem sabendo que não adianta ir à missa e ficar falando mal do outro, ficar apontando os erros dos outros. Precisamos ajudar o nosso irmão a não errar mais. Ninguém é melhor que ninguém.
Merduza entende as palavras do Mestre: - Caramba, essa serviu pra mim... Zebraus, eu tenho errado muito porque sempre me julguei melhor do que os outros, por isso eu não perdoava.
Os outros animais confirmam que eles também sempre agiram assim e recolhessem que eles têm muitas falhas.
Zebraus, que sempre nos quer no bom caminho diz: - Mesmo com tantos erros e com tantas falhas, vocês são melhores do que imaginam.
Os bichos animados perguntam: - Então, nós temos jeito?
Zebraus conclui: - Claro! Precisamos estar prontos para recomeçar. Lembrem-se: ninguém é tão mal que não possa mudar.
Todos prometeram que não irão se esquecer, pois querem sempre melhorar.
Merduza resolveu provar que a promessa era verdadeira. Ela correu atrás da Cleopata e a trouxe ao convívio de todos. E a partir daquele dia a paz, a união e a tolerância foram ingredientes comuns naquela floresta.
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