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Não basta falar, é preciso executar!

Atualizado: 14 de out. de 2020

Mt 21,28-32

Autora: Cecília Pellegrini


Era uma vez um Rei que tinha três filhas. Certo dia ele entra no salão do castelo com a caçulinha Cacilda e chama as outras duas filhas, a Marinilda e a Berinilda.

As princesas entraram, cada uma por um lado do salão. A Berinilda que estava em seu quarto foi a que chegou primeiro:  - Fala papaizinho querido.

E a Marinilda, que estava no jardim chegou depois e foi logo dizendo: - Falaí coroa

Berinilda a repreendeu: - Mas isso é jeito de falar com o papizinho fofinho, amorzinho?

E depois que falou correu abraçar o pai.

Marinilda já partiu pra briga: - Qualé, Berinilda, eu falo do jeito que eu quero, tá?

O Rei, com carinho interveio: - Calma meninas, nada de discussão. Papai chamou vocês duas aqui porque tenho um pedido muito importante para fazer.

- Pô pai, lá vem você dando trabalho? Reclamou Marinilda.

Ao contrário, Berinilda se mostrou bem receptiva: - Papai, pode pedir o que quiser que faRei imediatamente.

O pai explicou em detalhes: - Como vou viajar e ficaRei fora um mês preciso que vocês levem comida para a ala sul do Reino, na Festa das crianças pobres. Levem a Cacilda, irmãzinha de vocês. Ela quer distribuir os presentes com todos.

Marinilda mal deixou o pai terminar de falar: - Mas não vou mesmo. Tenho tantas coisas importantes para fazer aqui no castelo! E além do mais ir à festa de crianças pobres? Tô fora!

Berinilda respondeu em seguida: - Não é à toa que você se chama Má-rinilda. Você é má mesmo.Pode deixar papai, eu levaRei a Cacildinha na festa que ela tanto quer ir. 

Cacilda ficou tão feliz que correu abraçar a Berinilda.

O Rei agradeceu: - Obrigado, filhinha. Agora preciso viajar para encontrar-me com o Rei Artur.

Berinilda despediu-se e ainda deixou o Rei mais feliz: - Bom trabalho papai. Eu aproveitaRei e na volta da Festa conversaRei com os colonos que moram mais distantes e verificaRei as necessidades daquele povo.

- Você fará isso também, Berinilda? O Rei perguntou emocionado. 

- Claro! Respondeu a filha.

O Rei as beijou: - Tchau, filhinhas!

E as princesas responderam acenando: - Tchau!

Berinilda gritava até ver o pai bem longe: - Tchau papaizinho, queridinho, fofinho, amiguinho...

Marinilda não se conteve diante de tantos “inhos”: - Mas, você é sebosa mesmo, heim?

Berinilda devolveu o insulto: - E você é maldosa mesmo, heim? Eu sou boa, eu sou justa, eu sou a melhor filha. Vamos Cacildinha, vamos pegar os presentes que você quer levar. Vamos deixar essa irmã ruinzona aí, sozinha.

E assim as duas foram para seus aposentos organizar tudo para levar na Festa.

Marinilda ficou triste no salão e falou baixinho: - Eu... maldosa? Ruinzona? 

A princesa deixou de falar ao ouvir um cavalo que chegou cantando: - “Upa, upa, upa, cavalinho alazão, ei, ei, ei não faz assim comigo não”.

Ele para de cantar quando vê a princesa: - Oi, Marinilda! O Rei pediu para eu levar a Berenilda e a Cacilda para a ala sul do Reino. Você não irá?

Marinilda respondeu: - Sabe o que é Burro Fox Trote...

O Cavalo retrucou: - Espera aí Marinilda: eu não sou um burro, eu sou um cavalo. Nasci com as orelhas um pouco maiores que o normal, mas sou um ca-va-lo.

A princesa continuou: - Sabe o que é Fox Trote, eu estou me sentindo muito mal porque meu pai pediu para levarmos a Cacilda para a ala sul do Reino, mas eu mal o deixei falar e dei um NÃO bem redondo.

- O Rei deve ter ficado muito triste. Observou o cavalo.

Marinilda concordou: - Ficou sim, muito triste.

Fox Trote deu sua opinião: - Poxa Marinilda, você é uma garota tão legal, saudável, o que custava atender ao pedido do seu pai?

Chorando, a princesa respondeu: - Pois é, não custava nada. Estou tão arrependida

O Cavalo ficou penalizado: - Não aguento ver princesinha chorando. Não chore princesa.

Marinilda se recompôs: - É isso aí Fox Trote. Chega de choradeira, chega de falatório e vamos pra ação.

- É assim que se fala! O cavalo falou feliz.

A princesa revelou: - Eu vou junto levar as comidas e os presentes da Cacilda.

- Muito bem! Gritou feliz o Cavalo.

De repente, entra a Cacilda chorando e corre para os braços da Marinilda, que ficou apreensiva: - O que aconteceu irmãzinha?

Logo atrás Berinilda entrou gritando: - Essa pentelha está chorando só porque eu decidi que não vou mais na Festa com ela.

O Cavalo e a Marinilda ficaram surpresos: - O quê?

Fox Trote argumentou: - Ôooo Berinilda, como é que você chega agora dizendo que não vai? O Rei disse que você iria à festa e que na volta até era para eu levá-la a casa dos colonos.

- Mas eu pensei melhor e não vou. Já conversei com a Cacilda e ela ficará de bico calado e não contará nada para o papai, senão...

Ela fez um gesto fingindo que cortaria a língua da caçula.

Marinilda quis saber: - Senão, o quê?

Fox Trote tentou fazê-la mudar a decisão: - Mas Berenilda, seu pai acreditou tanto em você.

Berinilda falou rispidamente: - Era só o que me faltava... um burro falante e dando lição de moral na princesa da história.

Fox Trote não gostou: - Primeiro: eu não sou um burro, sou um cavalo e já vi que você fala muito, mas na hora de fazer... não faz é na-da.

Marinilda resolveu o problema: - Cacilda, eu levarei você. Vamos!

E as duas entraram na carruagem puxada pelo Cavalo que foi cantando: - “Upa, upa, upa, cavalinho alazão”, a Berinilda tem é um grande papão”.

Berinilda gritava enquanto a carruagem desaparecia na estrada: - Vai embora, seu burro falante.

Depois que se viu sozinha no castelo, a princesa chamou as criadas e tirou o dia para ajeitar seu cabelo, fazer as unhas, etc. Ao cair da tarde ela olhou pela janela e suspirou: - Nossa, o sol já está se pondo! Foi bem melhor ficar aqui no castelo o dia inteiro do que comer poeira nessas estradas.

De repente, ouve-se um barulho! Era o Rei: - Berinilda.

A princesa espantada começou a gaguejar: - Paaaa paaai! Você saiu hoje de manhã e já está de volta? Não ficaria fora um mês?

O pai respondeu: - Sim, mas um mensageiro veio ao meu encontro e disse que o Rei Artur está doente e não pode receber visitas. Mas... espera aí, o que você está fazendo aqui no castelo? 

- Eu, bem, bem, eu ... A princesa gaguejava sem parar até que foi interrompida pela fala do Cavalo, que chegou trazendo as duas princesas: - Ela, meu Rei, prometeu ao senhor que iria e na hora do vamos ver, se pirulitou.

- Mas não se preocupe pai, a Cacilda entregou todos os presentes, a comida deu e sobrou e aqui estão as necessidades dos colonos. Explicou Marinilda mostrando a lista.

Seu pai agradeceu e lhe deu um forte abraço: - Obrigado, minha filha. Estou muito feliz com você.

O Cavalo concluiu: - Pois é: a Berinilda prometeu e não cumpriu, porém a Marinilda se arrependeu e fez a vontade do seu pai.

- Você tem razão Fox Trote. É por isso que a Marinilda vai ganhar esta coroa maravilhosa, cheia de brilhantes. Disse sua majestade colocando a linda coroa na cabeça da filha que fez a sua vontade.

Berinilda ficou inconsolável: - O quê? Mas papaizinho, queridinho, amorzinho...

Mas o Rei aproveitou para dar-lhe uma lição: - Palavras, palavras são apenas palavras. O verdadeiro amor se manifesta muito mais nas obras do que nas palavras.

Fox Trote resumiu a mensagem do dia: - Não basta prometer, é preciso fazer.

E todos concluíram que: Não basta falar, é preciso executar!

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