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Não basta falar é preciso executar

Mt 21,28-32

Autora: Cecília Pellegrini

Cenário: O interior de um castelo.

Personagens: Cavalo Fox Trote, Rei, 3 princesas - filhas do rei: Berinilda, Marinilda e a caçula Cacilda.

[Música imponente para a entrada do Rei e sua filha caçula Cacilda.]

REI [grita]: - Marinilda, Berinilda.

[As princesas entram, cada uma por um lado do palco.]

BERINILDA: - Fala papaizinho querido.

MARINILDA: - Falaí coroa

BERINILDA: - Mas isso é jeito de falar com o papizinho fofinho, amorzinho? [Abraça o pai.]

MARINILDA: - Qualé Berinilda, eu falo do jeito que eu quero, tá?

REI: - Calma meninas, nada de discussão. Papai chamou vocês duas aqui porque tenho um pedido muito importante para fazer.

MARINILDA: - Pô pai, lá vem você dando trabalho!

BERINILDA: - Papai, pode pedir o que quiser que farei imediatamente.

REI: - Como vou viajar e ficarei fora 1 mês, preciso que vocês levem comida para a ala sul do reino, na Festa das Crianças Pobres. Levem a Cacilda, irmãzinha de vocês. Ela quer distribuir os presentes com todos.

MARINILDA: - Mas não vou mesmo. Tenho tantas coisas importantes para fazer aqui no castelo! E além do mais ir à festa de crianças pobres? Tô fora!

BERINILDA: - Não é à toa que você se chama Má-rinilda. Você é má mesmo. Pode deixar papai, eu irei levar a Cacildinha na festa que ela tanto quer ir. [A Cacilda abraça a Berinilda.]

REI: - Obrigado filhinha. Agora preciso ir viajar para encontrar-me com o Rei Artur.

BERINILDA: - Bom trabalho papai. Eu aproveitarei e na volta da Festa posso conversar com os colonos que moram mais distantes e vejo suas necessidades.

REI: - Você fará isso também Berinilda?

BERINILDA: - Claro!

REI: - Tchau filhinhas!

PRINCESAS: - Tchau!

BERINILDA: - Tchau papaizinho, queridinho, fofinho, amiguinho...

[Rei sai de cena pelo lado direito.]

MARINILDA: - Mas, você é sebosa mesmo, heim?

BERINILDA: - E você é maldosa mesmo, heim? Eu sou boa, eu sou justa, eu sou a melhor filha. Vamos Cacildinha, vamos pegar os presentes que você quer levar. Vamos deixar essa irmã ruinzona aí, sozinha [saem de cena pelo lado esquerdo].

MARINILDA [triste]: - Eu... maldosa? Ruinzona? [Fica cabisbaixa.]

CAVALO [entra em cena cantando, puxando uma carruagem]: - “Upa, upa, upa, cavalinho alazão, ei, ei, ei não faz assim comigo não” [vê a Marinilda]: - Oi Marinilda, o rei pediu para eu levar a Berinilda e a Cacilda para a ala sul do reino. Você não irá?

MARINILDA: - Sabe o que é Burro Fox Trote...

CAVALO: - Espera aí Marinilda, eu não sou um burro, eu sou um cavalo. Nasci com as orelhas um pouco maiores que o normal, mas sou um ca-va-lo.

MARINILDA: - Sabe o que é Fox Trote, eu estou me sentindo muito mal porque meu pai pediu para levarmos a Cacilda para a ala sul do reino, mas eu mal o deixei falar e dei um NÃO bem redondo.

CAVALO: - O rei deve ter ficado muito triste.

MARINILDA: - Ficou sim, muito triste.

CAVALO: - Poxa Marinilda, você é uma garota tão legal, saudável, o que custava atender ao pedido do seu pai?

MARINILDA: - Pois é, não custava nada. Estou tão arrependida [chora.]

CAVALO [fala para a plateia]: - Não aguento ver princesinha chorando. Não chore princesa.

MARINILDA [se recompõe]: - É isso aí Fox Trote. Chega de choradeira, chega de falatório e vamos pra ação.

CAVALO: - É assim que se fala.

MARINILDA: - Eu vou junto levar as comidas e os presentes da Cacilda.

CAVALO: - Muito bem!!!

[Entra em cena a Cacilda chorando e corre para os braços da Marinilda.]

MARINILDA: - O que aconteceu Cacilda?

BERINILDA [entra gritando]: - Essa pentelha está chorando só porque eu decidi que não vou mais na Festa com ela.

CAVALO e MARINILDA: - O quê?

CAVALO: - Ôooo Berinilda, como é que você chega agora dizendo que não vai? O rei disse que você iria à festa e que na volta até era para eu levá-la a casa dos colonos.

BERINILDA: - Mas eu pensei melhor e não vou. Já conversei com a Cacilda e ela ficará de bico calado e não contará nada para o papai senão... [finge que vai cortar a língua dela.]

MARINILDA: - Senão, o quê?

CAVALO: - Mas Berinilda, seu pai acreditou tanto em você.

BERINILDA: - Só essa que me faltava, um burro falante e dando lição de moral na princesa da história.

CAVALO: - Primeiro eu não sou um burro, sou um cavalo e já vi que você fala muito, mas na hora de fazer, ó, não faz é nada.

MARINILDA: - Cacilda, eu levarei você. Vamos! [Saem de cena dentro da carruagem.]

CAVALO [sai de cena pelo lado direito cantando, puxando a carruagem]: - “Upa, upa, upa, cavalinho alazão”, a Berinilda tem é um grande papão.

BERINILDA: - Vai embora seu burro falante. [Ela finge se arrumar, depois pega uma fruta numa fruteira e finge comer]: - Nossa, o sol já está se pondo! Foi bem melhor ficar aqui no castelo o dia inteiro do que comer poeira nessas estradas.

REI [entra pelo lado esquerdo]: - Berinilda.

BERINILDA [espantada começa a gaguejar]: - Paaaa paaai! Você saiu hoje de manhã e já está de volta? Não ficaria fora um mês?

REI: - Sim, mas um mensageiro veio ao meu encontro e disse que o Rei Artur está doente e não pode receber visitas. Mas, espera aí, o que você está fazendo aqui no castelo?

BERINILDA:- Eu, bem, bem, eu...

CAVALO [entra com as 2 princesas]: - Ela, meu rei, prometeu ao senhor que iria e na hora do vamos ver, se pirulitou.

MARINILDA: - Mas não se preocupe pai, a Cacilda entregou todos os presentes, a comida deu e sobrou e aqui estão as necessidades dos colonos [mostra a lista.].

REI: Obrigada minha filha [abraça a filha]. Estou muito feliz com você.

CAVALO [para a plateia]: - É, vocês viram? A Berinilda, prometeu e não cumpriu, porém a Marinilda se arrependeu e fez a vontade do seu pai.

REI: - Você tem razão Fox Trote, é por isso que a Marinilda vai ganhar esta coroa maravilhosa cheia de brilhantes.

BERINILDA: - O quê? Mas papaizinho, queridinho, amorzinho...

REI: - Palavras, palavras são apenas palavras. O verdadeiro amor se manifesta muito mais nas obras do que nas palavras.

CAVALO [para a plateia]: - Crianças, prestem muita atenção na mensagem do dia. Não basta prometer é preciso fazer.

TODOS: Não basta falar é preciso executar. Tchau!

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