Não desista, insista!
- pelegrincecilia
- 3 de out. de 2021
- 5 min de leitura
Lc 5,1-11
Autora: Cecília Pellegrini - Colaboração: Márcia Santucci
Cenário: Objetos rústicos, que lembrem uma aldeia africana.
Personagens: aldeã Chamala e seus filhos: Juba e Jala, o amigo aldeão Elon, 3 dançarinas e a rainha Azinza.
[Uma aldeã chamada Chamala entra em cena, com seus 2 filhos: Juba e Jala (cada personagem entra com um objeto: vara de pesca, um cestinho de vime e uma rede de pesca). ]
CHAMALA [cumprimenta a plateia]: - Oi amigos, bom dia! Eu me chamo Chamala e esses são meus filhos Juba e Jala. Filhos, cumprimentem as pessoas.
JUBA e JALA: - Bom dia!
CHAMALA: - Nós moramos aqui, na aldeia Badul, junto dessa natureza linda, que Deus nos deu. Nós vivemos da pesca.
JUBA: - É, desde pequeninos aprendemos a pescar.
JALA: - Aqui todo mundo sabe pescar: homem, mulher, criança...
CHAMALA: - Temos o mar, rios e lagos, que Deus criou pra nós. Quem sabe como se faz para pescar? [Deixar algumas crianças da plateia falarem]. É isso mesmo: A gente pega a vara de pesca, coloca a isca no anzol e lança na água e aí é só ficar esperando, esperando, esperando [o Juba pega a vara e fará os gestos].
CHAMALA: - A gente não pesca só na beira do rio, não é Juba?
JUBA: - É sim, mas mãe, ainda tô esperando e nada de peixe.
CHAMALA: - Não desista, insista! Confie. Continue aí tentando que a conversa aqui tá boa. Vejam [Jala tira vários peixes de dentro do cesto] quantos peixes eu e meus filhos conseguimos pescar hoje.
JALA: - E sabem por que a gente pegou bastante peixe? Porque fomos de barco, não é Juba?
JUBA: - É sim Jala, mas até agora nada de peixe.
CHAMALA e JALA: - Não desista, insista!
CHAMALA: - E sabem por que fomos de barco? Para avançar nas águas profundas, onde estão os peixes grandes. Pra mim só tem graça se eu pescar muitos peixes e não vale ser num pesque e pague, como tem aí na terra de vocês, não é Juba?
JUBA: - É sim, mas mãe, ainda tô esperando e nada de peixe.
CHAMALA e JALA: - Não desista, insista!
JALA: - Eu gosto mesmo é de pescar com rede de pesca, igual essa aqui ó [mostra], não é Juba?
JUBA [feliz]: - Mãe, Jala, [levanta a vara] eu peguei, peguei um peixe!
CHAMALA: - Eu não te disse que era para continuar tentando?
JUBA: - Falou sim mãe. Toda vez que você está ao meu lado, me orientando, você me anima e eu não perco a esperança.
JALA: - Falou e disse Juba! A mamãe nos ensina e anima!
CHAMALA [emocionada]: - Que lindo filhos... [abraça os filhos.]
ELON [entra em cena chamado ]: – Chamala, Chamala.
CHAMALA: - O que foi amigo Elon?
ELON: - A Rainha Azinza mandou chamá-la.
CHAMALA: - O quê? A rainha quer me ver? Mas pra quê? Sou apenas uma simples aldeã.
ELON: - Mas ela já ouviu muitos moradores desta aldeia falarem de você.
CHAMALA: - Vamos, vamos logo atender a rainha Azinza.
TODOS: - Vamos [os 4 sairão de cena. ]
[Música africana – 3 dançarinas entram em cena dançando e fazem gestos para a entrada da rainha.
RAINHA: - Chega, chega de dança. Você me traga frutas, você vá buscar um suco, você traga o livro sagrado da nossa aldeia.
3 dançarinas: Sim, rainha Azinza. [cada atriz sairá correndo por um lado do palco].
[Elon, Chamala, Jala e Juba entram em cena]
ELON: - Rainha Azinza, aqui está a aldeã Chamala.
CHAMALA: - Em que posso servi-la rainha?
RAINHA [fala só para Elon]: - Nossa, do jeito que falam dessa mulher, pensei que ela fosse bonita, bem-vestida, mas ela é tão igual a todas as outras e chega a ser até feinha coitada.
[Enquanto a rainha falou Juba foi escutar].
JUBA: - Ei, não fale assim da minha mãe não. Pois fique sabendo que ela é a mãe mais bonita que existe, tá?
ELON: - A beleza de Chamala está no jeito dela tratar as pessoas, no jeito dela falar do nosso Deus.
RAINHA: - Sim, sim, eu sei que ela tem esse jeito de saber lidar com as pessoas e foi por isso que eu a chamei aqui [grita]: - Criados, tragam logo tudo o que pedi: as frutas, o suco e o livro sagrado.
JUBA: - Oba, a Rainha vai nos dar comida.
JALA: - Estou morrendo de fome.
[Dois criados entram, um de cada lado diferente, e trazem as frutas e o suco, porém vão alimentando só a Rainha e essa fala mastigando o tempo todo e não oferece a ninguém. Juba e Jala farão cara de que estão famintos.]
RAINHA [mastigando]: - Como eu ia dizendo Chamala, quero ser popular como você, quero que todos gostem de mim, eu soube que você ganha muitos presentes...
CHAMALA: - Mas eu não ajudo para ganhar presentes, eles me dão sim, mas eu reparto tudo com as pessoas.
RAINHA: - Você reparte com as pessoas? E vocês crianças repartem também? [falando com a plateia]. Pois eu acho que cada um é cada um, se você não nasceu rico, paciência, se você está doente, paciência, se você não teve estudos, paciência. Se eu tirar de mim pra dar aos outros vou ficar com menos.
[Entra o terceiro criado trazendo o livro sagrado.]
RAINHA: - Vejam, o grande livro sagrado do nosso povo. Coloque aqui em cima, em destaque.
[O criado colocará num suporte e o deixará fechado].
RAINHA: - Vejam, ele é todo folheado a ouro.
CHAMALA: - Com todo respeito rainha Azinza. Não adianta a senhora ter o livro sagrado e deixá-lo fechado. Ele pode ser folheado a ouro, mas se a senhora não ler e viver os ensinamentos que tem dentro dele, não tem valor algum [vai e abre o livro.]
RAINHA: - Eu até já tentei ler uma vez, mas logo desisti.
JUBA e JALA: - Não desista, insista!
CHAMALA: - É Rainha. Os ensinamentos de Deus nos ajudam a avançar na nossa vida. Precisamos ir para águas mais profundas.
RAINHA: - Ir para águas mais profundas? Isso quer dizer o quê?
JALA: - Até uma criança sabe que quer dizer que precisamos buscar mais conhecimento dos ensinamentos que o nosso Deus nos deixou.
RAINHA: - Até uma criança já sabe? [fala com as crianças da plateia], é verdade que vocês já sabem os ensinamentos de Deus? [Orientar crianças da plateia a dizerem palavras chaves: repartir, perdoar, não brigar, etc.]
JUBA: - Rainha, hoje eu estava cansado de tanto ficar tentando pescar e não conseguia peixe nenhum, mas a minha mãe, que estava pertinho de mim, me orientou e eu não desanimei e consegui pegar esse peixão aqui ó. Toma para a senhora.
RAINHA: - Pra mim? Que peixe lindo! Eu também quero repartir minhas coisas. Aliás, eu quero aprender muito mais e fazer coisas boas todos os dias. Prometo que não vou desistir.
TODOS: - Não desista, insista!
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