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Não desista, insista!

Lc 5,1-11

Autora: Cecília Pellegrini - Colaboração: Márcia Santucci

A historinha de hoje se passa na aldeia Badul, na África, junto da natureza exuberante. Todos os moradores viviam da pesca, aliás todos aprendem a pescar desde pequeninos.

Certo dia uma aldeã chamada Chamala estava com os seus dois filhos Juba e Jala perto do rio.

Chamala queria ensinar o caçula Juba a pescar: - Filho, temos o mar, rios e lagos, que Deus criou pra nós. E é dessas águas que tiramos o nosso sustento.

Muito ansioso para começar, Juba falou: - Mamãe, eu já sei como pesca: a gente pega a vara, coloca a isca no anzol e lança na água e aí é só ficar esperando, esperando, esperando.

A mãe estava muito orgulhosa porque seu filhinho foi falando e colou a isca direitinho.

O menino ficou na beira do rio, sentadinho, esperando, mas os minutos foram passando e ele começou a ficar desanimado: - Mãe, ainda tô esperando e nada de peixe.

A mãe sorriu e disse: - Não desista, insista! Confie. Continue aí tentando.

Enquanto o menino pescava, Chamala e a filha Jala foram até o barco que estava ancorado na margem do rio e tiraram de lá um cesto cheio de peixes. Chamala exclamou: - Nossa filha, veja quantos peixes eu e você conseguimos pescar hoje.

JUBA: Vocês pegaram tantos e eu até agora nada de peixe

A Mãe e a Jala disseram: - Não desista, insista!

O menino indignado perguntou: - Por que vocês conseguiram pegar bastante peixe?

Porque fomos de barco. E sabe por que fomos de barco?

Deixa que eu respondo, se antecipou a filha toda feliz: - Para avançar nas águas profundas, onde estão os peixes grandes. Pra mim só tem graça se eu pescar muitos peixes e não vale ser num pesque e pague, como tem na terra do povo da cidade, não é Juba?

Juba respondeu: - É sim, mas mãe ainda tô esperando e nada de peixe.

A mãe orientou: - Não desista, insista!

De repente o menino começou a gritar feliz: - Mãe, Jala, vejam eu peguei, peguei um peixe!

Carinhosamente a mãe disse: - Eu não te disse que era para continuar tentando?

Juba respondeu: - Falou sim mãe. Toda vez que você está ao meu lado, me orientando, você me anima e eu não perco a esperança.

Jala concordou: - Falou e disse Juba! A mamãe nos ensina e anima!

Emocionada a mãe abraçou os filhos: - Que lindo filhos... Eu amo vocês!

A linda cena foi interrompida porque Elon, um morador da aldeia chegou chamando: – Chamala, Chamala.

- O que foi amigo Elon? Ela perguntou.

- A Rainha Azinza mandou chamá-la.

Chamala não estava entendendo: - O quê? A Rainha quer me ver? Mas pra quê? Sou apenas uma simples aldeã.

Elon explicou o motivo: - Mas ela já ouviu muitos moradores desta aldeia falar de você.

Com muita obediência e presteza Chamala comunicou: - Vamos, vamos logo atender a Rainha Azinza.

E todos acompanharam-na até a Rainha.

Enquanto isso Azinza estava no salão do seu palácio rodeada de criados: depois de assistir à apresentação das dançarinas que tentavam anima-la, ela ordenou aos serviçais: - Chega, chega de dança. Você me traga frutas, você vá buscar um suco, você traga o livro sagrado da nossa aldeia.

Os criados saíram correndo, cada qual para um local do imenso palácio, quando Elon foi anunciado: - Rainha Azinza, aqui está a aldeã Chamala.

- Em que posso servi-la rainha? Falou humildemente a aldeã.

Mas, decepcionada a rainha fala só para Elon: - Nossa, do jeito que falam dessa mulher, pensei que ela fosse bonita, bem-vestida, mas ela é tão igual a todas as outras e chega a ser até feinha coitada.

Juba que não gostava de cochichos foi sorrateiramente escutar a conversa: - Ei, não fale assim da minha mãe não. Pois fique sabendo que ela é a mãe mais bonita que existe, tá?

Elon também defendeu a sua amiga querida: - A beleza de Chamala está no jeito dela tratar as pessoas, no jeito dela falar do nosso Deus.

A Rainha falou: - Sim, sim, eu sei que ela tem esse jeito de saber lidar com as pessoas e foi por isso que eu a chamei aqui.

Depois gritou: - Criados tragam logo tudo o que pedi: as frutas, o suco e o livro sagrado.

Juba falou para a irmã: - Oba, a Rainha vai nos dar comida.

Jala ficou contente e confidenciou: - Estou morrendo de fome.

Dois criados entraram com as frutas e o suco, porém eles alimentaram só a Rainha e essa falou mastigando o tempo todo e não ofereceu a ninguém. Juba e Jala ficaram só lambendo a boca com tantas coisas gostosas.

Azinza falou mastigando: - Como eu ia dizendo Chamala, quero ser popular como você, quero que todos gostem de mim, eu soube que você ganha muitos presentes...

Chamala explicou: - Mas eu não ajudo para ganhar presentes, eles me dão sim, mas eu reparto tudo com as pessoas.

A Rainha ficou surpresa: - Você reparte com as pessoas? Pois eu acho que cada um é cada um, se você não nasceu rico, paciência, se você está doente, paciência, se você não teve estudos, paciência. Se eu tirar de mim pra dar aos outros vou ficar com menos.

Entra outro criado trazendo o livro sagrado.

Azinza falou: - Vejam, o grande livro sagrado do nosso povo. Coloque aqui em cima, em destaque.

O criado colocou num suporte e o deixou fechado.

A Rainha alertou: - Vejam, ele é todo folheado a ouro.

Mas Chamala alertou: - Com todo respeito Rainha Azinza. Não adianta a senhora ter o livro sagrado e deixá-lo fechado. Ele pode ser folheado a ouro, mas se a senhora não ler e viver os ensinamentos que tem dentro dele, não tem valor algum.

A aldeã foi e abriu o livro.

A Rainha confidenciou: - Eu até já tentei ler uma vez, mas logo desisti.

Juba e Jala ensinaram: - Não desista, insista!

E a mãe deles continuou: - É Rainha. Os ensinamentos de Deus nos ajudam a avançar na nossa vida. Precisamos ir para águas mais profundas.

Mas Azinza não entendeu: - Ir para águas mais profundas? Isso quer dizer o quê?

Jala explicou: - Até uma criança sabe que quer dizer que precisamos buscar mais conhecimento dos ensinamentos que o nosso Deus nos deixou.

A Rainha ficou admirada com tanta esperteza: - Até uma criança já sabe? Estou muito envergonha em admitir, mas eu não sei que ensinamentos são esses.

Jala então foi citando boas ações: É repartir, perdoar, não brigar, ajudar sempre...

O Juba contou a experiencia dele: - Rainha, hoje eu estava cansado de tanto ficar tentando pescar e não conseguia peixe nenhum, mas a minha mãe, que estava pertinho de mim, me orientou e eu não desanimei e consegui pegar esse peixão aqui ó. Toma para a senhora.

Azinza ficou encantada e, emocionada quis se transformar: - Pra mim? Que peixe lindo! Eu também quero repartir minhas coisas. Aliás, eu quero aprender muito mais e fazer coisas boas todos os dias. Prometo que não vou desistir.

E todos completaram: - Não desista, insista!

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