O encontro e a transformação!

Lc 19,1-10 

Autora: Cecília Pellegrini

Cenário: Um painel com o desenho de um barco com animais. Na frente do painel colocar dois banquinhos cobertos com tecido marrom. Escondido, embaixo do tecido marrom, um coração.

Antes de iniciar a apresentação, convidar algumas crianças da plateia para participarem e dar máscara de papel de bichos. Colocar as crianças sentadas.

Personagens: Carol, macaco, coelha, jacaré e algumas crianças-figurantes.

[Um macaco com uma trouxinha e uma coelha entram e ficam olhando, meio assustados].

[Carol entra com um animal de pelúcia na mão. Fala dando a entender que o barco dela está lotado com todos os tipos de bichos. Ela coloca o bichinho em cena e acaricia os bichinhos que estão desenhados no barco].

CAROL: - Meus queridos vão se acomodando para fazermos a viagem com muita tranquilidade... Todos vocês receberam um convite para ir morar na terra onde é um verdadeiro paraíso: com plantas, rios, comida para todos. Para onde vamos viveremos em paz, com muita fartura. [ela observa o macaco e a coelha]. Venha seu macaco, venha coelhinha, aqui tem um lugar bem fofinho [os dois ficam sentados, cada qual em um banquinho].

CAROL: - Agora vou a outro compartimento do barco para ver se os outros animais estão bem. Tchau. [sai de cena].

MACACO e COELHA: - Tchau Carol.

[O Jacaré entra reclamando pelo corredor central, todo imponente, cheio de jóias no corpo e dinheiro saindo pelos bolsos]: - Hum... que cheiro forte de um monte de bicho junto [vai andando e olhando para todos os espectadores sentados. Quando chega perto das crianças sentadas, que estão com máscaras, fala bruscamente]: - Sai, sai, eu quero passar [de forma grosseira começa a tirar coisas delas]: - Me dá essa garrafinha de água, sua anta balofa. E você... me dê essa maçã, seu porco focinho de tomada.

[Quando vê o macaco e a coelha sentados começa a sacudí-los]: - Ei, saiam daí porque esse lugar é meu...

MACACO: - Calma, que grosseria!

COELHA: - Nós e todos esses animais [mostra todos na plateia] entramos primeiro aqui no barco da Carol. Não é amiguinhos?

JACARÉ: - E eu com isso, quem chegou primeiro? Eu sou o rico jacaré Jacaléc, o mais importante da lagoa Brejo Seco. Quer experimentar o que a minha bocarra, com meus dentes afiados fazem numa coelhinha indefesa e um macaco fracote feito você? 

[Os dois bichos demonstram muito medo e o Jacaré, com sua cauda enorme bate nos dois obrigando-os a sair].

JACARÉ: - Saiam, saiam, já daí, esse lugar é meu! 

[O macaco pega sua trouxinha e vai saindo, quando o jacaré pega a trouxa para ele]

JACARÉ: - Ei, me dê aqui suas coisas...

MACACO: - Mas é tudo o que eu tenho e estou repartindo com a Coelhinha.

COELHA: - É seu jacaré, eu não tinha nada para trazer e o Macaco está dividindo tudo comigo.

JACARÉ [rindo]: - E eu com isso? Esse é o pagamento por eu deixá-los vivos. Sai, sai logo!

[O macaco e a coelha ficam muito tristes e vão para o lado].

JACARÉ [senta-se no banquinho, fica saboreando a maçã e fala satisfeito]: - Nada como ser aquele que manda e os outros, insignificantes, os que obedecem. 

[Entra Carol com uma cesta cheia de frutas e fala]: - Hora de comer meus queridos! 

[O macaco e a coelha e mais algumas crianças que receberam máscaras de animais levantarão e irão todos para frente da Carol e ficarão gritando, com os braços levantados]: - Carol, Carol...

[O Jacaré, como não consegue ver a Carol, sobe no banquinho e levanta o coração e olha para a plateia demonstrando estar encantado pela Carol].

CAROL [vai dando frutas para os animais-crianças, com as máscaras de papel e estas voltarão aos seus lugares, e depois ao Macaco e para Coelha]: - Toma aqui para você ovelha e para você dona girafa [citar os animais de acordo com as máscaras entregues]... Macaquinho, coelha aqui está, comam! 

[O Jacaré cada vez mais encantado, derrete-se todo quando a Carol diz o seu nome]: - Oi querido amigo Jacaléc: desça daí, toma aqui essa maçã para você.

[Ele desce depressa e muito gentil beija a mão da Carol]

MACACO [fala indignado para a Coelha]: - A Carol está tratando bem o Jacaré?

Coelha: - É, ela disse: Querido amigo Jacaléc, até o nome dele ela sabe!

JACARÉ: - Carol, eu tenho sido muito egoísta, brigando com todos, querendo tudo só para mim, mas ao ver você, algo aqui dentro de mim mudou. Estou com vontade de ser bom, de corrigir as coisas erradas que eu fiz. Toma aqui as suas coisas seu macaco [entrega a trouxa], voltem a dormir aqui [pega a coelha e o macaco e os coloca no banco novamente]. Podem ficar com as minhas coisas [começa a tirar as joias e o dinheiro do bolso e entrega aos animais em cena]. Prometo que irei tratar bem todos os seres vivos.

MACACO E COELHA [felizes]: - Aí sim!

CAROL [abraçando o jacaré]: - Hoje você encontrou o caminho da felicidade, da paz. Você estava perdido e se encontrou porque você reconheceu que estava agindo errado e está tentando melhorar.

JACARÉ: - A sua bondade me transformou. [Pega a cesta das mãos da Carol] Vamos Carol, eu quero ajudar a cuidar de todos os animais do seu barco...

CAROL: - Então vamos, querido jacaré, muitos precisam de nós! Tchau!

[eles se despedem e saem de cena]