O encontro e a transformação!
- Ovelhinha
- 27 de set. de 2018
- 4 min de leitura
Atualizado: 15 de out. de 2020
Lc 19,1-10
Autora: Cecília Pellegrini
Carol construiu um enorme barco para viajar com vários animais até uma terra abençoada, um verdadeiro paraíso.
Depois que vários bichos já estavam acomodados no barco chegou um macaco com uma trouxinha e também uma coelha, e ficaram olhando meio assustados.
A Carol chegou trazendo um filhotinho na mão. Depois de acariciá-lo e colocá-lo num local confortável: - Meus queridos vão se acomodando para fazermos a viagem com muita tranquilidade. Todos vocês receberam um convite para ir morar na terra onde é um verdadeiro paraíso: com plantas, rios, comida para todos. Aonde iremos viveremos em paz, com muita fartura.
Enquanto falava observou o macaco e a coelha: - Venha seu macaco, venha coelhinha, aqui tem um lugar bem fofinho.
Os dois se acomodaram confortavelmente.
E Carol continuou: - Agora vou a outro compartimento do barco para ver se os outros animais estão bem. Tchau.
Os animais responderam: - Tchau, Carol.
Assim que a Carol saiu daquele compartimento entrou o Jacaré reclamando, todo imponente, cheio de joias no corpo e dinheiro saindo pelos bolsos: - Hum que cheiro forte de um monte de bicho junto!
Ele falava bruscamente, andava e olhava para todos os bichos acomodados: - Sai, sai, eu quero passar.
E de forma grosseira começou a tirar os pertences deles: - Me dá essa garrafinha de água, sua anta balofa. E você me dê essa maçã, seu porco focinho de tomada.
Quando ele viu o macaco e a coelha sentados começou a sacudi-los: - Ei, saiam daí porque esse lugar é meu...
- Calma, que grosseria! Falou o Macaco.
- Nós e todos esses animais entramos primeiro aqui no barco da Carol. Não é amiguinhos? Indagou a Coelhinha.
Mas o Jacaré respondeu com desdém: - E eu com isso, quem chegou primeiro? Eu sou o rico jacaré Jacaléc, o mais importante da lagoa Brejo Seco. Quer experimentar o que a minha bocarra, com meus dentes afiados fazem numa coelhinha indefesa e um macaco fracote feito vocês?
Os dois bichos demonstram muito medo e o Jacaré, com sua cauda enorme, bateu nos dois obrigando-os a sair.
E o Jacaré gritava: - Saiam, saiam já daí! Esse lugar é meu!
O macaco pegou sua trouxinha e foi saindo, quando o jacaré puxou a trouxa para ele: - Ei, me dê aqui suas coisas...
O Macaco falou: - Mas é tudo o que eu tenho e estou repartindo com a Coelhinha.
A Coelha tentou argumentar: - É, seu jacaré, eu não tinha nada para trazer e o Macaco está dividindo tudo comigo.
Jacaléc deu uma gargalhada: - E eu com isso? Esse é o pagamento por eu deixá-los vivos. Sai, sai logo!
O macaco e a coelha ficaram muito tristes e mudaram de lugar.
O Jacaré sentou-se e ficou saboreando a maçã e falou satisfeito: - Nada como ser aquele que manda e os outros, insignificantes, os que obedecem.
Nesse exato momento Carol entrou com uma cesta cheia de frutas e falou: - Hora de comer, meus queridos!
O Macaco, a Coelha e os outros animais daquele compartimento do barco foram perto da Carol e ficaram gritando, com os braços levantados, pedindo comida: - Carol, Carol...
O Jacaré, como não conseguia ver a Carol, subiu num banquinho e, ao vê-la, ficou encantado... apaixonado, que seu coração não parava de bater em descompasso.
A bela e bondosa Carol foi dando frutas para os animais, que pegavam o alimento e calmamente voltavam para os seus lugares: - Toma aqui para você ovelha e para você dona girafa, agora para a vaca, para o cavalo, os porquinhos... Macaquinho, coelha aqui está, comam!
O Jacaré estava cada vez mais encantado e se derreteu todo quando a Carol disse o seu nome: - Oi querido amigo Jacaléc! Desça daí, toma aqui essa maçã para você.
Ele desceu depressa e, muito gentilmente, beijou a mão da Carol.
O Macaco falou indignado para a Coelha: - A Carol está tratando bem o Jacaré?
- É, ela disse: Querido amigo Jacaléc. Até o nome dele ela sabe! Respondeu a Coelha.
Jacaléc confessou: - Carol, eu tenho sido muito egoísta, brigando com todos, querendo tudo só para mim, mas ao ver você, algo aqui dentro de mim mudou. Estou com vontade de ser bom, de corrigir as coisas erradas que eu fiz. Toma aqui as suas coisas, seu macaco.
Entregou a trouxa ao legítimo dono e continuou: - Voltem a dormir aqui!
Ele pegou a coelha e o macaco e os colocou no lugar que a Carol tinha reservado a eles e depois partilhou seus bens com todos os animais do barco: - Podem ficar com as minhas coisas. Prometo que irei tratar bem todos os seres vivos.
E começou a tirar as joias e o dinheiro do bolso e entregou aos animais que, felizes, exclamavam: - Aí Sim! Obrigado!
A Carol abraçando o jacaré, disse: - Jacaléc, hoje você encontrou o caminho da felicidade, da paz. Você estava perdido e se encontrou porque você reconheceu que estava agindo errado e está tentando melhorar.
O Jacaré pegou a cesta das mãos da Carol e disse: - A sua bondade me transformou. Vamos Carol, eu quero ajudar a cuidar de todos os animais do seu barco...
A Carol respondeu: - Então vamos, querido jacaré... muitos precisam de nós!
E assim, todos puderam seguir viagem em paz, pois o encontro com a Carol transformou o Jacaré.
Comentários