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O importante é deixar o amor brotar

Jo 13,31-33a34-35

autora Cecília Pelegrini


Cenário: Uma caixa de costura gigante (papelão), com uma entrada por trás. Pendurado na parede uma placa dizendo “Costureira - Bonecos de Pano”. Ao lado da caixa, sentadas no chão, algumas crianças vestidas de bonecos.

Num dos lados do palco haverá uma cadeira.

Personagens: Amélia, Amália, Boneca Mel, Boneca Tatá e Costureira Bonequeira e outros bonecos figurantes: palhaço, dorminhoca, etc.

[Início da música “Emília” do sítio do Pica Pau Amarelo. Duas bonecas (Amália e Amélia) estão dentro da caixa de costura e vão jogando o carretel de linha, pano e agulha para o lado de fora da caixa. Quando a música diz: “Nasceu uma menina valente, Emília...” [as 2 gritam.]

AMÁLIA e AMÉLIA: - Para, para! Emília, não! [Uma sacode a outra.]

AMÁLIA: - Amélia, sua chata, não fale o nome dela.

AMÉLIA: - Amália, você é que falou. Eu nunca falo.

AMÁLIA: - Mas você é uma chata mesmo né. Quem disse que eu falei o nome da Emília. Opa [põe a mão na boca], saiu sem querer...

AMÉLIA: - Eu não disse? Você é uma burra mesmo.

AMÁLIA: - Eu sou burra, mas sou feliz, mais burra é quem me diz. Se eu falei o nome da nossa prima Emília, opa [põe a mão na boca] é porque eu falo rápido demais, mas eu sei que a E...opa [põe a mão na boca], nossa prima, desde que foi convidada para participar do Sítio do Pica Pau Amarelo, ficou assim, exibida, metida.

AMÉLIA: - É, até música ela tem.

AMÁLIA: - E você puxou esse lado da família. O lado dos encrenqueiros, mexeriqueiros. Acho que a dona Costureira Bonequeira colocou muito pano nessa sua cabeça de melão azedo.

AMÉLIA: - Você é que deve ter sido costurada com linha podre e a dona Costureira deve ter colocado aquelas bolinhas de isopor dentro de você, porque falta conteúdo aí dentro, entendeu?

[As duas começam a brigar.]

[Todos os bonecos acordam, fecham ouvidos e gritam]: - Parem!

MEL: - Que barulheira é essa? Queremos dormir!

TODOS OS BONECOS: - É, queremos dormir!

AMÁLIA: - Azar o de vocês, eu não estou com sono e vou continuar brigando com essa minha inimiga mortal, que é horrorosa, sebosa...

AMÉLIA: - Sua melequenta, briguenta, horrorenda... [brigam.]

TATÁ: - Chega, chega [separa as duas]. Nem parece que vocês são irmãs.

AMÁLIA: - Não precisa me lembrar. Eu, irmã dessa Amélia, cara de remela.

AMÉLIA: - Pior é você, Amália, cara de palha...

[Entra a costureira Bonequeira, com uma agulha de costura gigante e trazendo uma bonequinha semi-pronta [criança pequenina] no colo.]

COSTUREIRA: - Bom dia, meus filhinhos bonequinhos!

BONECOS: - Bom dia Costureira Bonequeira!

COSTUREIRA: - Nossa, eu estava costurando essa boneca e tive que parar porque ouvi uma gritaria... [deixa a boneca sentada numa cadeira.]

AMÁLIA: - É essa Amélia que briga comigo o tempo todo.

AMÉLIA: - É você Amália que briga comigo, sua mentirosa de uma figa...

AMÁLIA: - Mentirosa é você [briga - uma sacode a outra].

AMÉLIA: - É você!

COSTUREIRA [separa as duas]: - O que é isso, duas bonequinhas brigando desse jeito? Vocês sabem que existe apenas uma condição para fazer parte da família dos bonecos de pano. Qual é essa condição?

BONECOS: - Viver como verdadeiros irmãos e irmãs!

AMÁLIA: - Ser prima daquela E... tanranran, do Sítio do Pica Pau Amarelo já é uma dureza, irmã dessa daí [mostra a Amélia], nem pensar.

AMÉLIA: - Pois eu digo a mesma coisa [mostra a língua.]

COSTUREIRA: - Eu amo todos vocês e sempre ensinei que um deve ajudar o outro, viver em paz. Não ensinei?

BONECOS: - Ensinou.

MEL: - Só que essas duas parece que estavam dormindo nesse dia.

TATÁ: - Será que a senhora não costurou demais os ouvidos delas?

AMÉLIA e AMÁLIA: - O quê? [pondo as mãos no ouvido.]

AMÁLIA: - Se ela costurou demais o meu ouvido, em compensação deixou a sua boca escancarada.

AMÉLIA: - É isso mesmo, sua abestalhada.

COSTUREIRA: - Eu queria tanto que o meu desejo de ver todos os bonecos unidos, sem brigas, se realizasse.

AMÉLIA e AMÁLIA: - Mas, é difícil pra mim.

COSTUREIRA: - Quando eu vejo cada boneco que eu criei [aponta todos, inclusive as crianças da plateia], se dando bem com seus coleguinhas, com os pais em casa, com todos com quem convivem, eu fico tão feliz. [Senta-se na cadeira, vai falando e continua a costurar a bonequinha]. É vendo esse amor que eu sei que esse meu pedido foi atendido.

AMÉLIA e AMÁLIA: - Amor, amor... Nem pensar!

AMÉLIA: - Somos inimigas para sempre!

AMÁLIA : - Sabe, dona Costureira, eu sou muito grata porque a senhora me fez, toda bonitinha, esperta, inteligente, perfeitinha mesmo, mas não adianta impor esse amor que comigo não cola, ok?

COSTUREIRA: - Eu não imponho nada, não obrigo vocês a se amarem. Eu proponho, dou a sugestão, faço o pedido para que todos os bonecos vivam no caminho do bem, um ajudando o outro. Quando eu termino de dar vida a um boneco [coloca a bonequinha no chão], coloco todo o meu amor [dá um beijo nela e a bonequinha começa a se mexer].

AMÉLIA e AMÁLIA: - Que linda! É minha, é minha [puxam a bonequinha, na confusão o braço da Amália é arrancado por Amélia. Faremos um braço de pano gigante e ele cairá no meio da plateia e Amália colocará o seu braço verdadeiro atrás do corpo.]

AMÁLIA: - Aiiiiii que dor, socorro, me ajudem! [choro, dor, desespero.]

AMÉLIA: - Nossa, o que foi que eu fiz? Desculpe Amália! Por favor, dona Costureira Bonequeira, ajude a minha irmã. Cadê o braço dela [pega com a plateia]?

AMÁLIA: - Eu vou morrer, eu sei que vou morrer. Está doendo muito. Acho que eu vou desmaiar [Amália fica chorando baixo o tempo todo.]

AMÉLIA: - Aguenta firme, irmãzinha.

BONECOS: - Tem jeito de consertar, dona Costureira?

COSTUREIRA: - Lógico que tem jeito, eu vou costurar, mas para não doer, precisarei da sua ajuda Amélia.

AMÉLIA: - Pode dizer, farei qualquer coisa pela minha irmã.

COSTUREIRA: - E da sua também Amália, você aceita esse meu convite?

AMÁLIA: - Aiiiiiiiii, aceito, aceito.

MEL: - Nós também queremos ajudar!

AMÁLIA: - Isso, isso, por favor amigos, ajudem porque está doendo muito [choro.]

COSTUREIRA: - Ótimo, com todos os bonecos ajudando, o conserto será rápido.

COSTUREIRA: - Todos devem se abraçar para que a costura possa começar [pedir para que todas as pessoas da plateia deem um abraço na pessoa ao seu lado]. A agulha vai consertar para que a briga possa parar. Um beijo vai selar a paz que vai reinar. [pedir para que todas as pessoas da plateia deem um beijo na pessoa ao seu lado].

BONECOS [felizes]: - Viva! Deu certo!

AMÁLIA e AMÉLIA [agradecem a costureira e os bonecos]: - Obrigada!

COSTUREIRA: - Com uma nova maneira de se relacionar é possível fazer a confusão se apagar. Pode acontecer devagar... Mas o importante é deixar...

TODOS: - O amor brotar!

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