O perdão gera o amor
- pelegrincecilia
- 14 de jul. de 2020
- 4 min de leitura
Atualizado: 14 de out. de 2020
Lc 7,36-50
autoras: Rafaella e Cecília Pellegrini
No jardim do Castelo as princesas Aurora, Charlote e Caroline estavam preparando uma linda festa para a rainha que iria chegar.
Aurora exclamou: - Vejam só que bolo lindo!
Charlote respondeu: - A rainha ficará encantada com esta surpresa!
Caroline disse: - Adorei esta sua ideia da festa aqui no jardim do palácio para a chegada da rainha.
Aurora explicou a situação: - Ela merece né. Ela viajou há três meses para o Reino da Saúde e o mensageiro disse que ela chegará hoje, totalmente curada!
Ah! Que alegria! Nossa rainha sadia! Exclamaram as princesas.
Aurora observou: - Ela saiu daqui tão doentinha, não é?
Charlote contou: - Vocês acreditam que fiquei na cozinha do palácio quatro horas seguidas, ajudando a cozinheira a fazer esse bolo todo confeitado? Era ovo, açúcar, farinha, leite. Bate aqui, cozinha ali. Recheio, cobertura com glacê...
Caroline pediu: - Pára, pára, porque já estou com água na boca. Saber que precisamos esperar para comer essa gostosura é uma tortura...
E fez um gesto fingindo que iria passar o dedo no bolo.
Aurora e Charlote puxaram o braço dela e gritaram: - Nada disso!
Charlote resumiu: - Vamos esperar, partilhar e só depois devorar.
As princesas concordaram: - Isso, vamos esperar!
De repente Aurora fez um convite para sua amiga: - Charlote, vamos comigo até o jardim da ala norte para pegar umas flores e fazer um lindo buquê para a rainha?
- Que ótima ideia! Vamos sim! E assim, as duas foram colher as flores.
Assim que ficou só, Caroline olhou para os lados e passou o dedo no bolo. Lambeu o glacê dos dedos. Olhou para os lados novamente e tirou um pedaço do bolo. E depois outro e mais outro. Quando estava toda melada, Aurora e Charlote entraram com as flores e gritaram indignadas: - O que é isso?
Muito sem jeito, Caroline tentou se explicar: - Nossa, não sei o que deu em mim. Eu experimentei só um pouquinho, aí estava tão gostoso que...
Aurora interrompeu aos berros: - Você é uma egoísta, mal-educada.
Quando as princesas começaram a xingar a Caroline, entrou uma bruxa e ficou rindo, mas permaneceu atrás de uma árvore, sem ser vista pelas princesas.
Charlote gritou também: - Sua gulosa, desmancha festa.
Caroline tentou se explicar: - Eu...
Mas Aurora falou mais alto: - Não tem eu, nem mais eu. Saia já daqui.
- Saia, vamos, o que você está esperando, sua chata. Charlote mandou, também aos berros.
Aurora e Charlote foram empurrando a Caroline até ela sair do jardim. Ao se virarem ficaram assustadas ao se depararem com a bruxa.
A Bruxa foi logo dizendo: - Não precisam ficar assustadas, queridinhas. Eu sou a bruxa Agnes, amiga de vocês!
- Amiga? Questionaram surpresas.
- Lógico, babies, vocês são como eu. Brigam mesmo... Sabem xingar, empurrar, maltratar. A bruxa explicou.
Aurora confirmou: - Ela mereceu.
Agnes concordou: - Mereceu mesmo. Quem erra não merece perdão. Merece é um safanão. Um, não, merece dois... três. Agora vou engatar uma primeira aqui na minha vassoura voadora e dar um alô para outras pessoas que estão brigando por aí. Vou é colocar uma pimentinha malagueta na confusão... E saiu voando, dando muita gargalhada de tão satisfeita que estava.
Charlote comentou: - Nossa, até que essa bruxa é legal, não é mesmo?
Mas Aurora estava nervosa: - Deixa pra lá essa bruxa, olha só o bolo todo mordido por aquela ratazana. O que podemos fazer para consertar essa situação?
De repente ouviu-se um trotar de cavalo, era o Cavaleiro Real: - Bom dia, queridas princesas!
Elas responderam bravas: - Bom dia, Cavaleiro Real.
Ele ficou curioso: - Nossa, o que se passa com duas princesinhas tão lindas?
Aurora explicou: - O que se passa, o que se passa? Aquela gulosa, balofa da Princesa Caroline que acabou com a nossa festa surpresa.
Charlote continuou: - Festa que nem aconteceu ainda. Você acredita que ela devorou o bolo que eu levei quatro horas ajudando a cozinheira do palácio a fazer?
- É fiquei sabendo... Respondeu o Cavaleiro.
As princesas ficaram espantadas: - Ficou sabendo? Como?
Ele explicou: - Eu encontrei a princesa Caroline no caminho. Ela chorava muito e me contou o erro que cometeu.
- Ainda bem que reconheceu que errou. Caroline falou com muita convicção.
- Nós enxotamos ela daqui. Foi bem feito! Explicou Charlote.
Mas o Cavaleiro fez uma revelação: - Ela está muito arrependida.
- Agora não adianta se arrepender. Concluiu Charlote.
- Lógico que adianta, princesas. Perdoem-na. O Cavaleiro real pediu.
As duas ficaram indignadas: - Perdoar? Nunca!
- Todos merecem uma nova chance. Insistiu o Cavaleiro.
Mas Charlote desabafou: - Eu estou é com muita raiva, ódio mesmo, entende?
O Cavaleiro real refletiu: - Quando estamos nervosos não resolvemos o problema da melhor maneira possível, mas quando ficamos mais tranquilos somos capazes de pensar melhor e encontrar uma solução. Prestem bem atenção nas palavras que vou dizer: O perdão gera o amor. A princesa Caroline é amiga de vocês há tantos anos, não é?
- Sim. Desde pequenina. Responderam prontamente.
- Então, por que jogar fora uma amizade tão bonita? É tão bom quando alguém nos perdoa e continua nosso amigo. Explanou!
Charlote, depois de pensar, falou: - Poxa, é verdade. Uma vez, ela me emprestou a coroa novinha dela. Ela nunca tinha usado e eu fui na festa, fui dançar e a coroa caiu e quebrou.
Aurora ficou surpresa: - Nossa, amiga. Você nunca me contou isso. Nem ela. Ela brigou com você? Te fez dar outra novinha?
Charlote respondeu: - Pelo contrário, ela me abraçou e disse que sabia que tinha sido sem querer.
O Cavaleiro real argumentou: - Estão vendo só? Por que não fazer o mesmo agora? Garanto que a rainha ficará feliz ao saber que as princesas sabem perdoar.
Charlote concluiu: - Você tem razão. Eu fui injusta com ela. Vamos correndo buscar a princesa, antes que a rainha chegue.
Os três foram saindo e deram de cara com a Caroline que estava entrando com um lindo bolo nas mãos.
Aurora e Charlote exclamaram: - Princesa Caroline! Que bolo lindo!
Caroline se desculpou: - Desculpem, amigas. Eu errei, mas estou muito arrependida.
Charlote também quis falar: - Nós também erramos julgando você.
As três princesas se abraçaram felizes.
O Cavaleiro resumiu a lição do dia: - Amigas, prestem atenção no que vou lhes falar: só quem sabe, realmente, perdoar é capaz de amar!
E as princesas concluíram: - O perdão gera o amor! Tchau!
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