O perdão regenera
- pelegrincecilia
- 8 de fev. de 2022
- 3 min de leitura
Jo 8,1-11
Autoras: Cecília Pellegrini e Vera Pastrello
Cenário: uma aldeia indígena.
Personagens: Pajé Pojucã, índios: Runá, Canitu, Jaci, 4 figurantes: 2 crianças e 2 adultos e 1 indiazinha chamada Irani.
[Música indígena ao fundo. 3 crianças brincando e a índia Jaci está fazendo um pote de barro.]
[Entram os índios Runá e Canitu brigando. Um deles está com uma raiz de mandioca na mão.]
RUNÁ: - Você roubou a mandioca da minha terra.
CANITU: - Eu não sabia que a terra era sua. Estou com fome.
RUNÁ: - Fui eu que plantei por isso você roubou.
TODOS: - Ladrão.
RUNÁ: - Você tem preguiça de plantar, vive nadando lá no riacho da raposa amarela ao invés de trabalhar.
JACI: - É verdade, há semanas que o índio Canitu não traz caça para a aldeia.
TODOS: - Preguiçoso.
RUNÁ: - Vamos turma, vamos acabar com ele.
TODOS: - Vamos
[o Runá e o Canitu começam a brigar e os outros fazem gesto de socos no ar.]
IRANI [vai para o centro do palco e diz]: - Eu preciso ir chamar o pajé Pojucã porque ele saberá como resolver essa situação.
PAJÉ POJUCÃ [entra em cena]: - O que acontece aqui? Em terra de índio sempre se viveu em paz.
RUNÁ: - Olhe Pajé Pojucã eu peguei o índio Canitu [empurra o índio] roubando mandioca lá da minha terra.
PAJÉ POJUCÃ: - Índio Runá, eu nunca ouvi ninguém dizer meu pedaço de vento, meu pedaço de céu, meu pedaço da lua. Deus deu a terra pra todos, tudo que se planta, tudo se divide com todos da aldeia.
[A cena congela.]
IRANI [fala com a plateia]: - Pajé Pojucã está querendo dizer que ao invés de brigar por ter para si, o melhor é partilhar.
[Volta a ação.]
RUNÁ: - Pajé Pojucã está velho e pensa como os índios de antigamente. Canitu é preguiçoso e prefere roubar a plantar.
JACI: - Vamos expulsá-lo da aldeia.
TODOS: - Vamos.
PAJÉ POJUCÃ: - Primeiro Pajé quer saber se todos vocês nunca fizeram nada de errado aqui.
TODOS: - Claro que não.
PAJÉ POJUCÃ: - Então, quem é que está ajudando o homem branco a devastar a floresta?
TODOS: - Eu não [sai um índio de fininho deixando bem claro que tem culpa naquilo que o pajé disse.]
PAJÉ POJUCÃ: - Quem é que está deixando nossas tradições e nossos costumes de lado, nem falar a língua tupi-guarani quer mais?
TODOS: - Eu não [sai outro de fininho.]
PAJÉ POJUCÃ: - Quem que está só consumindo as coisas industrializadas e está acumulando lixo na natureza? [sai outro de fininho.] [Congela a cena.]
IRANI: - Pajé Pojucã quer mostrar que todos nós somos imperfeitos, por isso não devemos julgar ninguém.
PAJE POJUCÃ: - Ué, onde foi todo mundo?
CANITU: - Foram embora Pajé Pojucã.
PAJÉ POJUCÃ: - Pois então ninguém quis expulsar você da aldeia, não é? [voltando-se para as crianças da plateia]: - Nós não julgar nem condenar ninguém. Mas fazer que o amor seja mais forte. Agora é com vocês, Curumins dessa aldeia: - Vamos perdoar o índio Canitu? Vamos dar a ele chance de uma vida nova?
PAJÉ POJUCÃ: - Então índio Canitu ir em paz e não fazer mais coisa errada.
CANITU: - Obrigado pela nova chance, Pajé Pojucã. De hoje em diante eu vou trabalhar muito para melhorar nossa aldeia.
[Congela a cena e a Irani no centro do palco.]
IRANI: - Pajé Pojucã mostrou o que Jesus ensinou: A importância de saber perdoar.
PAJÉ POJUCÃ: - Então índio deve comemorar. Venham todos.
[Música indígena bem animada para a entrada de 3 crianças índias fazendo o barulho característicos dos índios, atrás virão os dois índios que saíram.
Os dois, mais o índio Canitu, se posicionam na frente e falarão, ritmados, o seguinte versinho.]
Índio hoje aprender
Uma grande lição
O importante não é julgar
Mas praticar o perdão.
TODOS: - Tchau, pessoal!
Comments