O roubo do mês de Outubro - Dia das Crianças
- pelegrincecilia
- 10 de mar. de 2022
- 6 min de leitura
Autora: Cecilia Pellegrini (inspirada no texto teatral:
O rapto das cebolinhas-Maria Clara Machado)
- Colaboração: equipe teatro da Paróquia Cristo Rei
Hoje a historinha se passa na sala da casa da menina Cristina, que estava muito feliz com a proximidade do mês de outubro, o mês dedicado às crianças.
O Relógio e o Ano estavam dançando animados na sala. Ao verem a chegada da Cristina eles pararam imediatamente: - Oi menina Cristina!
Ela respondeu: - Oi Tic Tac, oi Ano!
- Você está bem feliz hoje heim? Perguntou o Ano, curioso.
A menina respondeu satisfeita: - Claro! Hoje termina o mês de setembro!
O Ano confirmou: - Isso mesmo! Veja aqui ó, hoje é dia 30 de setembro e amanhã começará o mês de outubro!
Cristina não se conteve de tanta felicidade: - Viva!
O Relógio perguntou rindo: - E o que será que tem em outubro para deixar uma criança tão feliz?
Como um verdadeiro professor o Ano explicou: - Ora Tic Tac, é que aqui no Brasil foi escolhido o dia 12 de outubro para comemorar o Dia das Crianças!
E a menina mostrou a imagem que trazia na camiseta e disse: - E é o dia de Nossa Senhora Aparecida também.
Tic Tac lembrou: - Ah, Nossa Senhora Aparecida, mãe de Jesus e das crianças! Tá explicado: outubro realmente é um mês muito especial...
Cristina deixou os amigos na sala e foi para o seu quarto: - Tchau!
O Relógio se despediu: - Tchau Cris!
E o Ano também: - Tchau, criança feliz!
De repente o Relógio começou a dar sinais de que estava parando, pois ele andava feito robô e falava meio pausado]: - Oooo Ano amigão, eu sei que sua mãe Ana não gosta que você fique sozinho, mas eu tenho que ir ali trocar minha bateria e já volto.
O Ano ficou sozinho na sala e estava com medo, olhando para todos os lados do cômodo: - Tchau Tic Tac. Pode ir tranquilo que eu vou ficar aqui quietinho. Mas volte logo porque o tempo não pode parar para outubro chegar e o Dia das Crianças comemorar.
De repente surgem as malvadas irmãs Derrota e Lorota, disfarçadas com uma capa preta com capuz. Elas seguraram o Ano, retiraram o mês de outubro e saíram correndo, deixando-o girando, descontrolado.
Depois de muito custo o Ano conseguiu parar de girar, olhou o vazio que ficou no lugar do mês de outubro e chorando gritou pela mãe: - Mamãe! Socorro! Socorro!
Ana, sua mãe, entrou desesperada: - O que foi filhinho?
O filho, chorando muito, tentou falar, mas não conseguia: Buáááá... Meeeee pepepepe...
A mãe tentava tranquilizá-lo: - Calma meu amor! Passou meu querido...
Ela notou a ausência do Relógio e falou brava: - Mas cadê o Relógio Tic Tac?
Tic Tac entrou correndo: - Dona Ana, estou aqui...
Ana gritou: - Agora você está aqui? Agora? Veja o estado do meu filhinho! Ele mal consegue falar... Calma Ano respire fundo e conte o que aconteceu.
O filho respirou e depois falou meio gaguejando, demonstrando muito medo: - Me pegaram, me giraram e raptaram o mês de outubro. Olha! E mostrou o buraco em seu corpo.
O Relógio entrou em pânico e fica andando de um lado para o outro: - O quê? Não haverá outubro? Como ficarão as crianças e o mundo sem esperança?
Ana também se desesperou: - O Relógio Tic Tac não pára de andar e o mês de setembro já irá acabar!
- Foi tudo culpa minha... Culpa minha... O Relógio gritava sem parar.
Ana se questionava: - Mas quem, quem poderia fazer uma maldade dessas? Vou contratar um detetive para investigar...
Nesse exato momento Lorota e Derrota entram disfarçadas de detetives, trazendo uma enorme lupa na mão: - Estamos aqui dona Ana!
- Ahn, mas quem são vocês?
Lorota explica, se apresentando com um forte aperto de mãos: - Somos as irmãs Furtado. Detetive Lorota.
Derrota imita a irmã apertando as mãos de todos os presentes na sala: - Detetive Derrota a seu dispor.
As falsas irmãs detetives rodeiam Ana e, aceleradamente começam a vender a imagem profissional delas.
Girando Ana para o seu lado Lorota falou: - Somos as melhores detetives da região.
Derrota fez o mesmo: - Fazemos todo tipo de investigação.
Lorota já emendava: - Todos os casos solucionados.
Derrota imitava: - E nenhum cliente decepcionado.
Com muita eloquência Lorota explicou, enquanto Derrota examinava Ana com sua lupa: - Nossas investigações são sigilosas, com seriedade e competência.
Saindo do meio delas, Ana fez uma observação: - Muita coincidência aparecerem duas exatamente no momento em que eu ia chamar um detetive.
Derrota tentou justificar: - Somos muuuuuito eficientes, né Lorota?
A irmã concordou: - Sim, claro! Roubamos tudo, quero dizer, encontramos tudo...
A menina Cristina entrou super animada: - O Dia das Crianças já chegou?
E o Ano começou a chorar escandalosamente: - Buááááá...
Tic Tac também entrou no clima de desolação: - Não chore Ano. Não posso ver ninguém chorar que... Buááááá...
Mas Lorota quis resolver o problema: - Nada de choradeira. Podem ir fazer suas coisas que ficaremos aqui para investigar e encontraremos o culpado.
Derrota puxou a irmã para o lado: - Que lorota boa né Lorota? As culpadas procurando o culpado. E riu muito: - kkkkkk
A irmã pediu: - Psiuuuu, quieta. Ninguém pode desconfiar.
Depois respirou fundo e voltou a dar as instruções: - Então podem ir, saiam todos para trabalharmos...
Ana disse: - Vamos filhinho...
Mas Lorota Interviu: - Não! Todos vão, mas o Ano fica.
Todos questionaram: - Por quê?
Inclusive Derrota: - É Lorota, por quê?
A Lorota ficou brava com a ignorância da irmã e buscou responder de forma convincente: - Porque, porque... Ah porque vamos procurar evidências em cada centímetro.
Enquanto Derrota, com a lupa ficou investigando no corpo do Ano, Lorota ordenou: - Vão, saiam todos... Saiam...
Ana concordou, mas pediu: - Tá, tá, mas não deixem meu filhinho sozinho.
Lorota afirmou: - Claro que não deixaremos...
Ana saiu, acompanhada do Relógio, mas a Cristina estava meio desconfiada e aproveitou e se escondeu embaixo da toalha da mesa.
Derrota colocou a lupa no rosto da irmã e perguntou: - Por onde começaremos a investigação?
A irmã respondeu brava, tirando a lupa do seu rosto: - Não terá investigação.
O inocente Ano ouviu e começou a chorar: - Ahn? Não terá investigação? Buáááá
Lorota tentou corrigir: - Psiuuuu, claro que terá! Olha fica aqui que vamos ali buscar mais uma lupa e já voltaremos. Vem Derrota.
Derrota lembrou: - O Ano não pode ficar só...
Lorota puxou a Derrota para o canto e sussurrou: - Derrota, as irmãs Furtado estão aqui para furtar os meses do Ano, lembra? Agora vamos pegar o mês de Dezembro. Nada de Natal!
- Ah é mesmo! Lembrou a irmã.
Então Lorota ordenou: - Vem, vamos colocar nosso disfarce.
Enquanto ficaram colocando as capas pretas num canto da sala, a Cristina saiu do esconderijo, que estava do outro lado e falou sussurrando: - Preciso buscar ajuda. E saiu correndo.
As irmãs pegaram nos braços do Ano, uma de cada lado e já estavam tentando roubar outro mês, quando Ana entrou e gritou: - Mas o que significa isso?
As duas irmãs tentaram fugir pelo lado esquerdo, mas são impedidas pelo Relógio e por Cristina, que estavam bloqueando a saída. Ana e o Relógio puxaram o capuz delas.
Ana delatou: - Lorota e Derrota, as falsas detetives! Depois ela correu até o filho: - Ano, meu filhinho, você está bem?
- Vocês chegaram na hora certa. Elas queriam furtar o mês de dezembro! Ano contou a todos.
A mãe reconheceu: - Ainda bem que a Cristina desconfiou dessas duas e foi nos avisar.
Tic Tac deu uma lição de moral nas farsantes: - Que coisa feia, duas irmãs pegando aquilo que não lhes pertence! Devolvam o mês de outubro agora mesmo.
Lorota estava irredutível: - Não quero devolver o mês de outubro. Eu não gosto de festejar o Dia das Crianças.
Mas Derrota correu pegar o mês de outubro que estava escondido e disse: - Mas eu gosto. Tá aqui.
- Derrota o que você está fazendo? Lorota gritou desconsolada.
Depois do Ano ficar completinho novamente, ele pegou na mão da Cristina: - Eba! O Dia das Crianças está salvo. Ana e o Relógio vão abraçá-los também e formam uma rodinha gritando: - Eba, eba!.
Lorota puxa a Derrota e fala baixinho: - Vamos aproveitar para fugir. E as duas saíram correndo...
Cristina avisou: - Elas fugiram...
Ana revelou: - Não se preocupe, um dia elas aprenderão que fazer o mal só traz prejuízo para elas mesmas.
E o Relógio continuou: - O importante é que é tempo de comemorar o Dia das Crianças, pois de todas as obras de Deus a mais perfeita é a criança, porque ela nos ensina a amar e acreditar na vida.
Ana concluiu: - Criança nos traz esperança, simplicidade e muita alegria!
Cristina concordou: - Ser criança é ser feliz!
O Ano gritou: - Viva as crianças1
Todos responderam: - Viva!
Ele gritou novamente: - E um viva para Nossa Senhora Aparecida!
E todos ovacionaram: - Viva!
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