O segredo do quebra-cabeça
- pelegrincecilia
- 8 de fev. de 2022
- 6 min de leitura
Jo 3,13-17
Autores: Cecília Pellegrini e Grupo GAM
(Bárbara, Fábio, Lídia, Marta e Marina)
No mundo dos quebra-cabeças o criador dos encaixes estava dando vida a mais uma peça. Uma era diferente da outra. Agora era a vez do amarelo nascer.
Esse criador era o Pai de todos. Ao terminar mais um encaixe do grande quebra-cabeça, lhe deu um beijo e disse: - Querida filhinha, você é mais um encaixe do quebra-cabeça e está pronta para cumprir sua missão!
Muito agitada o encaixe amarelo falou: - Hã, hã, ok entendi...
E virou-se para ir embora explorar o mundo.
O Pai tentou conte-la: - Mas filha eu preciso explicar o segredo...
Mas o amarelo queria sair correndo: - Ok, ok. Captei vossa mensagem Paizinho.
Pacientemente, o criador pediu:- Que bom! Então me explica.
- Não precisa né! Você já sabe! O amarelo falou rápido e continuou saindo.
O Pai insistiu: - Mas preciso falar do segredo...
- Hã, hã, ok, ok. Tchauzinho Paizinho... E saiu apressada para explorar o imenso mundo dos quebra-cabeças.
- Tchau, querida! O criador despediu-se e ficou olhando mais uma filha indo...
O Encaixe amarelo falava com todos que encontrava pelo caminho: - Uau, fala verdade eu fiquei toda bem-feitinha heim! Dava voltas, arrumava o próprio corpo, e continuava a falar: - Um encaixe perfeito! Sabe o que gostei? Meu encaixe não é pesado não. Carrego numa boa!
De repente começou a cantar e a dançar: - Sou feliz. Nessa vida que eu quis. Aqui e ali, sigo em frente, sou feliz...
Depois ficou cansada: - Mas pera lá, isso já cansou! O que será que eu faço agora? E aí? Faço o quê? Perguntava para quem encontrava pelo caminho.
O encaixe azul apareceu caminhando lentamente, com o corpo arqueado para frente, demonstrando que o encaixe estava pesado. Ele trazia numa das mãos uma maleta de médico.
O amarelo falou animado: - Oba, um amiguinho! Oláaaa, tudo bem?
O azul respondeu: - Tudo e você?
O encaixe amarelo confessou: - Mais ou menos, tô aqui de bobeira, sem saber o que fazer.
O encaixe azul ficou analisou:- Sem saber o que fazer? Mas o dia tem 24 horas. Podemos fazer tantas coisas boas, não é?
Animado o amarelo quis saber: - Ei amigo, você consegue fazer alguma coisa com esse peso todo? Ele pegou no encaixe do amigo e viu que é pesado mesmo.
- Claro que consigo! Minha missão é curar a todos que eu encontrar pelo caminho. O azul falou com muita determinação.
- Curar? Que missão bonita! Exclamou o amarelo.
E depois ficou ouvindo o azul atentamente: - Pois é, aqui no mundo dos encaixes, nesse grande quebra-cabeça, desde pequenino sentia uma alegria imensa quando podia ajudar a diminuir a dor de um encaixe que tinha caído, por exemplo. Eu lavava o ferimento, levava ele pra casa, fazia curativo...
Nesse momento chegou o encaixe verde. Ele era bem forte, andava pisando duro, bravo, sempre pessimista e mal-humorado: - Mas vejam só se não é esse Encaixe metido a doutor esnobando o que sabe fazer...
O amarelo ficou radiante: - Eba, mais um amigo! E correu abraçar o verde, porém este o repeliu e o amarelo caiu no chão: - Nossa, por que isso?
O encaixe azul foi ajudá-lo: - Liga não, esse aí é assim o tempo todo!
O verde falou bravo: - Seu doutorzinho de meia tigela pára de falar de mim, senão... E fez gesto de briga.
O amarelo foi até o verde e fez carinho: - Calma amigo, não precisa brigar, só estamos conversando...
O verde o repeliu novamente: - Ei, tira essa sua mão de mim. Chega pra lá!
- Eu só quero ser seu amigo... Repetia o amarelo.
Mas o verde gritava: - E quem disse que eu preciso de encaixes a minha volta? Esse mundão chamado quebra-cabeça tá me quebrando a cabeça mesmo..., mas de raiva! - Saia de perto de mim!
E pegou uma pedra enorme que estava no chão e ameaçou jogar sobre eles.
O encaixe azul disse: - Desista, ele piora a cada dia.
O amarelo, super otimista respondeu: - Mas, você não disse que se sente com vontade de curar os encaixes quando eles têm algum machucado no corpo? Então, eu estou sentindo vontade de não desistir desse encaixe.
Ele foi falando e se aproximando do verde e depois continuou: - que parece o Shrek.
O verde ficou ainda mais bravo: - Mas eu não conheço esse tal “Shrek”. Vocês estão falando mal de mim é? Olha, que eu brigo.
Pegou uma pedra e fez gestos de briga.
Com muita paciência o amarelo explicou: - Não estamos falando mal não, só estamos fazendo uma comparação. É que o Shrek, por fora era feio, verde, sujo, voz forte, sempre agressivo, mas por dentro...
O verde bradou: - Fala logo, o que ele tinha por dentro?
O azul sussurrou: - Só tem coisa ruim!
O amarelo ouviu e se dirigiu até ele: - Claro que não, todos temos coisas boas dentro de nós!
O azul pontuou: - Só você mesmo para ver bondade onde só existe maldade.
O verde estava curioso: - Fala logo, o que ele tem por dentro desse “Shrek”?
O amarelo contou a história com muito encantamento: - Ah, o Shrek é lindo por dentro! Um aborrecido e aterrorizante ogro verde, que vivia sozinho no pântano, longe de todos, mas quando ele começou a conviver e ajudar os 3 ratos cegos, os porcos que não tinham onde morar, sua vida começou a mudar.
O verde foi dando ares de estar gostando da história: - Tô começando a gostar desse ogro...
O azul completou: - Ele também fica amigo do burro...
- Amigo até de um burro? Perguntou o verde.
O amarelo continuou: - Claro! Devemos gostar de todos e o burro o ajudou a salvar a princesa Fiona.
Muito feliz o verde perguntou: Nessa história tem até princesa? E ela fica gostando dele?
Suspirando, o amarelo contou: - Eles se casaram, tiveram filhos e viveram felizes para sempre!
Animadíssimo, o verde afirmou: - Mas é essa vida que eu quero pra mim!
Impaciente o azul sugeriu: - Então tem que mudar, né!
O amarelo foi até o azul e aconselhou: - Calma, calma.
- Você tem razão. Só dele ouvir a história até o final e gostar...Você tem o dom de trazer calma e alegria pra nós. Continue... pediu o azul.
O amarelo completou, orientando o verde: - Seja como o Shrek, mostre a sua beleza interior.
- E será que eu tenho? Questionou o verde.
O azul respondeu: - Taí uma coisa que concordamos: E será que ele tem?
- Claro que tem! Todos nós temos! Afirmou o encaixe amarelo.
O verde, muito triste confessou: - Mas olhem pra mim, pareço mais um monte de... Nada!
Indignado, o amarelo ensinou: - Como assim? O Pai nos criou com o maior amor, nos deu um corpo e um mundo cheio de possibilidades. Olha só esse corpão fortão, até uma pedra você levanta com facilidade!
O verde concordou: - Ah! Isso é verdade! Eu me sinto bem carregando peso.
O amarelo continuou: - E tenho certeza de que se sentirá melhor ainda quando usar toda essa força para o bem.
- Ah?! Não entendi! Questionou o verde, muito curioso.
O azul, que a tudo ouvia respondeu: - Mas eu sim. Que tal você me ajudar. Eu ajudo a todos quando ficam doentes, se machucam...Só que meu encaixe é pesado demais e demoro horas para chegar de um lado ao outro. Muitos pioram enquanto me esperam.
- Mas eu desmaio só em ver sangue! Confidenciou o verde.
O azul explicou como seria: - Não, você não precisará me ajudar nisso, mas poderá me ajudar a carregar o meu encaixe, assim chegarei até os doentes num minuto.
Esfuziante, o verde disse: - Claro! Mas isso farei brincando, não pesa nada pra mim.
O encaixe verde segurou o encaixe azul e, imediatamente, o azul que estava com o corpo arqueado pra frente, agora estava normal, isto é: ereto.
O amarelo ficou muito feliz vendo aquela de cena de ajuda: - Perfeito!
Antes de partir o azul perguntou: - Você não quer ir conosco?
- Eu? Mas eu faria o quê? O amarelo quis saber.
O encaixe verde explicou: - Você pode acalmar os encaixes, levar essa alegria, essa paciência...
- Claro! É isso que eu quero fazer! Respondeu o amarelo,
O Pai criador, que a tudo via e ouvia, muito feliz resumiu: - Esse é o segredo do quebra-cabeça, é preciso amar seu irmão!
Os três estavam caminhando quando se uniram e uma peça se encaixou na outra e formou a frase, expondo o segredo: AMAR SEU IRMÃO.
E os três encaixes seguiram sempre juntos fazendo o bem!
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