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Os sentimentos na família

Lc 1, 39-56

Autoras: Vera Pastrello e Cecília Pellegrini


O amor, a Alegria e a Sabedoria estavam felizes, dançando ato redor de uma linda família que estava na sala de estar: o pai e a mãe estavam sentados no sofá tomando cafezinho, e no chão, brincando no tapete, estavam os filhos.

O senhor Jorge contemplou aquele momento: - Eu me sinto tão bem quando estou assim, juntinho de vocês, que não tenho vontade de sair. Mas está na hora de ir para o trabalho. Fiquem com Deus.

Depois ele deu um beijo na esposa e as crianças levantaram-se e despediram-se do pai com um beijo e disseram: - Tchau papai!

Dona Glória avisou: - Meus filhos, eu preciso ir entregar essa costura para a dona Ângela e a pia está cheia de louça para lavar.

Gabriel, o caçula falou: - Pode deixar com a gente, mãe, um lava e o outro enxuga.

Bianca confirmou: - Isso mesmo mamãe, nós vamos fazer rapidinho e depois a gente pode voltar logo a brincar juntos.

Os dois foram até a cozinha e começaram o serviço. A mãe viu a cena, olhou para o alto e disse: - Obrigado Senhor pela vida que eu tenho. Você me deu um marido amoroso e dois filhos maravilhosos.

Depois foi até as crianças: - Bom, agora preciso sair. Tchau crianças! Pegou uma sacola que estava em cima de uma cadeira e saiu.

O Amor, a Alegria e a Sabedoria estavam radiantes em ver aquele lar tão unido e feliz.

Mas, assim como existem sentimentos bons também há os maus.

Raivina não estava satisfeita com o que via naquela família e esbravejou:- Hoje eu acordei de mau humor, estou louquinha para acabar com a alegria, e o amor daquela casa.

Depois gritou chamando sua amiga inseparável: - Invejéticaaaaaaaa. Onde será que foi parar a minha companheira? Aquela frenética!

A Invejética apareceu correndo: - Calma Raivina, eu sou uma só, né, e eu estou sendo tão solicitada. Estou esparramando tanta inveja por aí.

Raivina revidou: - Não precisa ficar se gabando, porque você não ganha de mim não, tá?

A amiga quis saber: - Mas então porque você me chamou?

A raiva entregou um binóculo para a colega espiar: - Olhe só aquela casa ali, veja só como o Amor e a Alegria tomaram conta da família toda.

Depois de observar minuciosamente, respondeu: - Ai que inveja! E a sabedoria está coladinha nelas!

A Raivina confidenciou: - Eu estou com tanta raiva disso que vou dar um jeito de acabar com essa união toda, e você vai me ajudar.

O que se ouviu foi uma forte gargalhada da Invejética: - É pra já. Mas como vamos fazer para entrar lá. O amor não vai deixar.

Raivina estava muito brava: - Amor, amor, eca ... Aquele intrometido. Ele sempre dá um jeito de transformar as coisas, mas eu tenho um plano.

Ela cochichou algo no ouvido da Invejética, que entendeu tudo: - É isso aí, vamos começar o nosso ataque pelas crianças. Vou fazer um irmão ter inveja e ciúmes do outro.

A amiga completou: - E eu vou fazer com que eles tenham muita raiva um do outro, assim o amor vai acabar. E a besta da alegria e o bobão da sabedoria não vão aguentar e vão desaparecer.

As duas riram bem alto balançando os chocalhos de caveira que traziam nas mãos e então entraram na casa.

As duas crianças que estavam trabalhando começaram a brigar.

O Gabriel abriu o armário e pegou um copo colorido, bem diferente: - Sempre que eu venho guardar as louças, fico olhando para esse copo. Eu acho lindo!

Bianca falou bruscamente: - Espera aí, largue já este copo. Ele é meu, foi a mamãe que me deu.

O menino revidou: - Ah é, ela deu um copo para você e não deu um para mim? pois agora eu vou quebrar. Ele jogou o copo no chão e saiu correndo para a sala.

A irmã saiu correndo atrás dele aos berros: - Volta aqui, seu idiota, seu imbecil, seu estúpido.

Quando chegou na sala foi pra cima do irmão e começou a bater nele.

A raiva e a inveja começaram a vibrar enquanto a alegria começou a chorar e o amor ficou triste, cabisbaixo.

A sabedoria pediu: - Amor reaja, não deixe que a raiva e a inveja tomem conta dessa casa.

O amor pensou e disse: - Já sei o que vou fazer.

Ele se concentrou como se estivesse invocando alguém.

Nesse exato momento ouviu-se um chamado: - Cadê os meus netinhos?

A alegria e a sabedoria começaram a dar pulinhos de felicidade, mas a raiva e a inveja ficaram em estado de alerta.

Era a vovó Chica: - Mas o que está acontecendo aqui?

Bianca respondeu: - Não sei o que deu nesse aí, de repente ele ficou com inveja de mim.

O Gabriel se defendeu: - E essa chata então, ficou com uma raiva de mim só porque eu peguei a porcaria de um copo dela.

Dona Chica explicou: - Estou vendo que vocês deixaram a raiva e a inveja entrar de mãos dadas dentro do coração de vocês.

Gabriel apontou para a irmã: - Foi ela quem começou...

Bianca gritou: - Ah é, não vem dar um de santinho, não ta?

A vovó falou: - Pelo jeito vocês querem espantar o amor, não é?

Dona Glória chegou e ao ver sua mãe deu-lhe um beijo: - Oi Mãe, que bom que você veio nos ver. Eu já estava com saudades.

A filha falou agressiva: - Sem essa mãe, a vó mora aí do lado.

Glória ficou espantada com a fala da filha: - Meus filhos, aconteceu algo enquanto estive fora?

A Bianca respondeu: - Aconteceu sim, esse chato nasceu e veio infernizar a minha vida.

A mãe e a avó se olharam sem entender nada. Enquanto isso a raiva e a inveja estavam vibrando, dando gargalhadas e agitando os seus chocalhos.

Dona Chica explicou: - Sabe filha, eu estava fazendo o meu crochê lá em casa, de repente senti um aperto no peito, corri aqui e vi essas crianças se atarracando.

A mãe nervosa começou a gritar: - Vão já pro quarto de castigo, não quero ver a cara de vocês tão cedo. Que vida, que inferno, que família!

A filha falou espantada: - Mãe, você nunca falou assim com a gente antes.

Dona Glória disse: - Também nunca senti tanta raiva de vocês antes. Saiam daqui, antes que eu dê uma surra nos dois. Vamos, vamos...

As crianças saíram pisando duro, com muita raiva.

A Raivina e a Invejética estavam vibrando com a vitória.

Dona Chica tentou acalmar a filha: - Filha, não fique assim, raiva só atrai mais raiva. Vamos na cozinha fazer um chá.

A raiva vibrou: - Há-há, veja só Invejética, conseguimos o que queríamos, olha só para o amor, todo encurvado lá no cantinho. Ui, ui ...

Mas a amiga estava bocejando: - Hum, hum, estou vendo. Agora que o lugar é nosso, que tal uma cochilada?

Raivina estava bocejando também: - Depois de tanto trabalho, merecemos um descanso. Está me dando uma preguiça... Mas vamos cochilar só um pouquinho, heim. E começaram a roncar exageradamente.

O amor falou quase desfalecido: - Nossa, estou muito mal. Mas coitadinhas da Raivina e da Invejética, estão tão carentes que querem tomar conta dessa casa.

A alegria falou indignada: - Elas passaram a rasteira em nós e você ainda tem dó delas?

Mas a Sabedoria lembrou: - Sabe, Alegria, a Raivina e a Invejética são sentimentos como nós.

Alegria discordou: - Como nós, não. Elas só querem destruir.

O amor refletiu: - É verdade, mas elas existem. Só não podemos deixar que elas tomem conta do coração dos humanos. Eles precisam entender que se eles deixarem que elas fiquem fortes, a vida deles será triste.

De repente a Sabedoria, com toda a sua inteligência, viu uma solução: - Eu tenho uma ideia! E cochichou no ouvido dos outros sentimentos bons.

O amor afirmou: - Decisão sábia essa sua. Deixe comigo.

Depois ele pegou o celular e ligou: - Alô, Perdão, como vai? Há quanto tempo... Estou com saudades de você. Eu estou bem, mas muito preocupado. A situação nessa casa não está boa. A Raivina e a Invejética já soltaram seus venenos por aqui. Você vem? Que ótimo! O endereço é rua da felicidade, nr.100, vila Carinho de família.

A Alegria vibrou: - Ai, que legal, ele vem prá cá! O perdão virá!

Mas a Sabedoria alertou: - Fala baixo, senão aquelas duas que estão cochilando acordam e aí vão desconfiar.

O Amor avisou: - O Perdão disse, que dentro de instantes estará aqui. Ele ficou preocupadíssimo!

A Alegria quis saber: - Ele é bonito?

E a Sabedoria explicou: - Ele é MARAVILHOSO! Tão pequenino, mas quem está sempre com ele, também está sempre comigo, e contigo, e contigo.

A Alegria confidenciou: - Ah! não entendi.

E calmamente a Sabedoria ensinou: - É simples, quem perdoa, é porque sabe amar e depois que perdoa sente uma grande alegria em seu coração.

Logo em seguida o perdão chegou e foi até a mãe e a envolveu num abraço e depois foi para os quartos dos filhos.

Dona Glória, que estava na cozinha tomando chá com sua mãe, disse: - Mãe, estou me sentindo tão mal em ter brigado com as crianças. Você tem razão, as vezes por tão pouco, a gente se descontrola.

Depois chamou os filhos: Gabriel, Bianca, venham aqui!

Eles entram rodeados pelo perdão, e a mãe continuou: - A mamãe quer pedir perdão por ter brigado com vocês.

Bianca falou: - Eu é que fui muito egoísta com o Gabriel.

O irmão refletiu: - Eu também não devia ter quebrado o seu copo, eu tive muita inveja. A mãe e os filhos se abraçaram.

A vovó admirou: - Que cena linda, assim é que deve ser! E se juntou no abraço.

A mãe falou feliz: - Que bom que tudo voltou ao normal!

A Raivina e a Invejética começaram a gemer: - Ai, ai, ui, ui. Esse amor sempre tem um truque escondido nas mangas, ai que raiva.

A invejética sugeriu: - Vamos logo embora daqui antes que elas nos encham de amor e alegria. Vamos!

E as duas saíram correndo daquela casa.

O senhor Jorge chegou: - Ora, ora, eu saio para trabalhar e deixo minha família toda unida, eu retorno e ela permanece unida.

Querido (a) leitor (a), para encerrarmos essa historinha queremos declamar uma poesia, que escrevemos para sintetizar o texto:

A grande sabedoria

É viver com alegria

Com gestos de perdão,

Levando amor no coração

Mas, prestem muita atenção.

Se você vacilar...

A briga vai começar!

Vamos ficar juntinhos

Unidos com carinho

Para a briga afastar

E o amor Reinar!

Desejamos que vocês vivam sempre num lar de amor e união!

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