top of page

Palavras que duram pra sempre!

Atualizado: 14 de out. de 2020

Mc 13,24-32 

Autora: Cecilia Pellegrini


No sertão nordestino do Brasil viviam duas irmãs cactos: a Cactilina e a Cactilene.

Certo dia, a Cactilina estava com muito medo, e olhando para todos os lados exclamou: - Oxe, quanta coisa ruim tá acontecendo aqui no nordeste! Vixi tá estranho, muito estranho. 

Ela olhou pra cima e sentiu um pingo d’água: - Ihhhh, lá vem o aguaceiro. É um chuá, chuá e começou a apertar...

A dona Chuva, mãe de todas as gotinhas que estavam caindo chegou apressada, segurando um cacto desfalecido.

Cactilina observou: - Oxente, que pressa dona Chuva...

E a chuva revelou: - Cactilina, não estou conseguindo controlar a força da água. Veja! Mais um cacto se afogou. Você me ajuda a salvá-lo? 

Mas a Cactilina nem se abalou: - Ah, não dá, mal consigo comigo!

A chuva tentou conscientizá-la: - Você tá bem de saúde, é adulta, tá conseguindo armazenar a chuva dentro do seu corpo... Ajude, por favor!

Mas a danada estava irredutível: - Por isso mesmo, por ainda estar bem, preciso guardar minha energia só pra mim.

A Chuva estava desolada: - Pobre cactozinho! Preciso salvá-lo...

Nesse momento Cactilene entrou apressada e disse: - Dona Chuva, eu ajudarei.

Que alegria, agora a chuva teria uma ajudante: - Muito bem! Você ouve e pratica as Palavras do Mestre Natus! Vamos!

E lá foram elas fazer o salvamento!

Cactilina falou brava: - Essa é boa! Minha irmã Cactilene correu ajudar. Mas ela não tinha nada que ir, deveria ter ficado comigo porque eu tô com medo! A natureza está sem controle! O que será de mim?

De repente, ela percebe que o céu estava todo escuro: - Oh não... o sol se apagou?!

E, como mágica, todo sertão estava cheio de neve.

A Cactilina ficou mais nervosa ainda e gritou: - Que loucura! Há neve por toda parte! Frio em pleno sertão?

Ela começou a tremer ainda mais de frio e de medo: -  Xiiiii, a chuva aumentou. Chuáááá, Chuáááááá. Tem raios e trovões também: Cabrumm chuáááá Cabrumm chuááá.

A dona chuva chegou apressada, segurando um peixe de cabeça para baixo: - Virei tempestade! Até os peixes estão se afogando! Está um caos, muitos estão precisando de ajuda. Ainda bem que sua irmã está me ajudando a cuidar das pobres criaturas que estão sofrendo!

E saiu correndo, levando o pobre peixe.

Cactilina gritou apavorada: - Peixe morrendo afogado? Que tragédia! Que muvuca, que vida maluca, caduca... O mundo vai acabar!

Cactilene chegou trazendo uma enorme sombrinha aberta e, cobrindo a irmã, falou: - Calma, Cactilina! Pare de ficar dizendo que será o fim do mundo porque não acontecerá absolutamente nada! 

Ainda tremendo muito, ela respondeu chorando: - Cactilene, você sequer tá tremendo. Eu estou com medo, nervosa, assustada com todo esse sofrimento.

- Calma, minha irmã, logo tudo passará! Falou Cactilene tranquilamente.

Mas Cactilina queria saber: - Como eu faço para ter essa confiança?

E Cactilene revelou: - Basta seguir as palavras do Mestre Natus!

A dona Chuva entrou e completou: - Isso mesmo, bons ensinamentos que duram pra sempre!

Cactilina não se conteve de tanta alegria ao ver que tudo tinha passado: - Eba! A Chuva está controlada! O Sol apareceu, a neve parou! 

E todos viram a transformação no sertão e saudaram: - E a primavera chegou!

- Viva! Catilina gritava e girava em rodopios, toda feliz!

A dona Chuva fez belas recordações: - Cactilene, você manteve a nossa esperança, você nos ensinou a construir um mundo melhor porque você só faz o que o nosso Mestre Natus quer. Você confiou em dias melhores e ajudou para que isso acontecesse.

Com ciúmes, Cactilina falou desdenhando: - Nossa, quantos elogios! Tá podendo, heim maninha?! A escolhidinha do Mestre Natus.

Sua irmã lembrou: - Mas você também pode ser a escolhida.

Muito interessada Cactilina perguntou: - Posso? 

Cactilene apontou para o céu e respondeu: - Claro! Basta estar com Ele!

- Mas se o nosso Mestre está no céu como é que eu vou estar com Ele? Questionou a irmã.

E Cactilene fez a grande revelação: - Basta viver como Ele ensinou.

Sem saber direito, sua irmã perguntou: - Ôxe, mas o que eu tenho que fazer? 

Dona Chuva que a tudo ouvia ensinou: - Desejar o bem à todos, cuidar com carinho dos que tem menos que você, estar sempre disposta para ajudar a todos.

Muito inteligente Cactilina entendeu rapidamente: - Basta eu ajudar nas tarefas de casa, não falar palavrões, participar da santa missa...

E indo até a sua irmã falou: -  Nossa irmãzinha, tudo o que você sempre fez!

Cactilene completou: - E sabe por que eu ajo assim? Porque só assim teremos um Mundo mais justo e feliz!

Com muita convicção, Cactilina prometeu: - Eu prometo que, de agora em diante, vou seguir as palavras do nosso Mestre.

E todos completaram: - Palavras que duram pra sempre!

Posts Relacionados

Ver tudo
Mãe Natureza

Jo 9,1-41 Campanha da fraternidade 2004: Água, fonte da vida. Autoras: Vera Pastrello e Cecília Pellegrini A Mãe Natureza estava andando...

 
 
 
A alegria do encontro

Lc 1,26-38 Autoras: Cecília Pellegrini e Padre Magalhães A palhaça Paçoca entrou no picadeiro do Circo Alegria com o mágico Guto. Eles...

 
 
 

Comments


bottom of page