Parar para Ouvir
- pelegrincecilia
- 7 de jul. de 2020
- 6 min de leitura
Atualizado: 14 de out. de 2020
Lc 10,38-42
Autoras: Rafaella, Flávia e Cecília Pellegrini.
Utilização dos personagens da historia da Branca de Neve e os 7 anões.
Oi crianças, bom dia! Eu tenho em minha mão um lindo passarinho chamado Lilico.
Cumprimente as crianças, Lilico!
Estão ouvindo o som do passarinho? Piu, piu, piu! O Lilico disse: Bom dia, com alegria!
Quem conhece a Branca de Neve e os 7 anões? Vocês gostam deles? Pois bem, hoje eu estou aqui para contar uma historinha em que aparece a Branca de Neve e os seus amiguinhos, os 7 anões.
Olha só quem entrou aqui correndo...
– Ei, ei Dunga, que correria é essa? Nossa, crianças!! Ele nem parou! O que será que aconteceu? Será que ele foi treinar a seleção brasileira?
- Piu, piu, piu... O Lilico cochichou em meu ouvido...
- Ah! Ele me contou que o Atchim, o Mestre, o Zangado, o Feliz, o Dengoso e até o Soneca já estão aqui esperando para entrar. Só faltava o Dunga, que é o menorzinho de todos. Isso significa que a historinha já pode começar! Com vocês a Branca de Neve e os 7 anões em “Parar para ouvir”.
Os sete anões entraram com uma carriola e ferramentas, cantando: - Eu vou, eu vou, pra mina agora eu vou. Eu vou, eu vou, pra mina agora eu vou. Pra ra ra timbum. Parara timbum. Eu vou, eu vou!
O Zangado gritou: - Chega, chega de parara timbum, bum bum. O prazo para entregarmos essas 1.000 pedras preciosas para o Rei Ruan já está quase no fim. Vamos, vamos trabalhem...
O anãozinho Feliz explicou: - Mas, Zangado, eu fico tão feliz quando o dia amanhece assim, ensolarado! Eu gosto de cantar!
E todos os anões disseram: - Queremos cantar! Queremos cantar!
Mas o Zangado retrucou: - Que cantar, vamos é trabalhar, trabalhar!
O Dengoso sugeriu: - Sabe Zangaaaaaado, pra que se estressar. Podemos trabalhar, cantando.
E Zangado se irritou ainda mais: - Que mané trabalhar cantando. Tem que trabalhar é marretando. Marretando!
E a única coisa que se ouviu foi o som forte das marretadas.
De repente, o Soneca bocejou e parou de trabalhar. Ele sentou-se e começou a roncar num sono profundo.
Depois de dar vários espirros, Atchim percebeu que o Soneca estava cochilando e foi acordar o amigo: – Soneca, Soneca, acorde senão o Zangado vai brigar.
Soneca, rapidamente, se levantou e voltou ao trabalho.
O Mestre falou muito preocupado: - Vejam, outra pedra preciosa saiu com defeito.
Com seu semblante franzino, Zangado resmungou: - Viram só? E vocês ainda querem marretar e cantar! Desse jeito, vamos ficar com as pedras todas encalhadas. O rei Ruan não vai querer pedras preciosas defeituosas. Marretem com força!
E todos os anões seguiram o exemplo da marretada forte do irmão. No meio daquele barulhão Branca de Neve entra na mina trazendo uma cesta cheia de frutas: – Oi amiguinhos!
Todos os anões, menos o Zangado, largaram tudo e correram até ela: - Oi Branca de Neve!
O Dengoso foi o primeiro a falar: - Que bom que você veio nos ver aqui na mina. O Zangado está tão zangado hoje!!
A querida Branca de Neve explicou: - Eu trouxe umas frutas para todos e este pêssego delicioso para você, Zangado. Eu sei que você gosta tanto...
Mas nem mesmo a fruta preferida foi capaz de acalmar o Zangado: Tá, tá, tá, tá. Dá esse pêssego pra cá que temos de trabalhar.
E ele foi marretando e comendo ao mesmo tempo.
Branca de Neve percebendo que Zangado nem a agradeceu, respondeu: - De nada, Zangado. Ficarei só olhando. Prometo não atrapalhar.
Todos os anões, menos o Zangado, gritaram: - Viva a Branca de Neve!
Mas o Zangado foi logo acabando com a alegria dos irmãos: - Fechouuu a matraca. Agora só quero ouvir o som da marreta nas rochas.
Dali em diante o único som que se ouviu foram as marretadas fortes nas rochas para extrair as pedras preciosas. Branca de neve sentou-se numa pedra e ficou lendo um livro.
Depois de alguns minutos, o Atchim deu vários espirros e mostrou: - Outra pedra defeituosa.
Todos mostraram pedras defeituosas e falaram: - Mais pedras defeituosas.
O Zangado falou pegando as pedras da mão de cada anão e as jogou no chão: - Essa não serve, essa não serve. Agora teremos que trabalhar dobrado. Marretem, marretem. Com força!
E novamente só se ouvia o som ensurdecedor das marretadas com força na rocha. O Zangado adentrou mais na mina, sempre marretando tudo o que via pela frente.
O mestre aproveitou-se da ausência do irmão bravo e foi beber água no seu cantil, indo se desabafar com a Branca de Neve: - Ai, querida Branca de Neve, se você soubesse o quanto estamos trabalhando, e nem tudo o que estamos produzindo está dando para aproveitar...
A amiga respondeu: - Hoje eu vim aqui porque tenho notado que vocês estão todos muito cansados. Passam horas e horas aqui na mina, chegam em casa sempre brigando, mal comem e já vão dormir.
O Mestre também aproveitou para descansar um bocadinho: - Estamos há meses nesta mina e a cada dia aparecem mais pedras preciosas defeituosas.
- Vocês não alimentam mais os passarinhos, não conversam comigo, nem querem mais ouvir minhas histórias. Pontuou Branca.
E o Mestre concordou: - Você tem razão. Acredita que tenho até pesadelo? As pedras todas ganham vida e pegam as marretas e me marretam e marretam...
Ela abraçou o amigo e concluiu: - Querido amiguinho, se continuar assim, logo, logo estará doente.
Quando os anões a viram abraçando o Mestre largaram tudo e foram até ela, em busca de carinho também: – Nós também ficaremos doentes.
- É isso mesmo. Concordou Branca.
Depois ela sentou-se numa enorme pedra e os anões ficaram sentados no chão, ao redor dela.
Atchim, após vários espirros perguntou: - O que podemos fazer?
E o Mestre logo refletiu: - É, precisamos trabalhar para tirar o nosso sustento.
A amiga concordou: - Lógico que precisam trabalhar, mas vocês estão marretando com muita força.
E Dengoso explicou: - Mas, o Zangado diz que é assim que deve ser.
E todos os anões mostraram com gestos: - Marretar e marretar!
A Branca sugeriu: - Porque vocês não tentam tratar a rocha com carinho? A natureza sabe agradecer quando retiramos dela aquilo que precisamos, mas cuidamos para preservar. E vocês podem sim cantar.
Atchim espirrou e depois falou: - É, eu gosto de cantar, mas o Zangado não deixa.
Branca de Neve continuou: - Ele está muito bravo. Nesse trabalho tão cansativo é preciso parar um pouco para descansar. E marretar com calma!
O Mestre, sempre muito reflexivo, concluiu: - Poxa, você está nos ensinando um jeito novo de trabalhar.
De repente, o Zangado chegou, viu a cena e ficou muito irritado: - O que é isso? Além da Branca de Neve vir aqui na mina, também fica tirando os meus irmãos do trabalho? A senhorita não se importa que os meus irmãos me deixem sozinho com todo o serviço?
Calmamente e com muito carinho, a Branca foi até ele e explicou: - Zangado, você se preocupa e anda agitado por muitas coisas. Porém uma só coisa é necessária. Seus irmãos escolheram a melhor parte.
- Que melhor parte é essa? Gritou Zangado, sem entender a explicação da amiga.
E todos os seus irmãos anões falaram: - Parar para ouvir!
E ela continuou o ensinamento: - Mais importante do que fazer as coisas é fazê-las de modo novo.
O Mestre refletiu: - Para isso foi preciso parar e ouvir o que a Branca de Neve tinha a nos dizer.
Após bocejar foi a vez do Soneca falar: - Aprendemos um jeito novo de trabalhar.
Mas o Zangado retrucou: - Que jeito novo? Pra extrair pedra preciosa basta marretar e marretar com força!
Todos intervieram: - Não!
E a Branca continuou sua explicação: - É preciso marretar com carinho. É essa força que está danificando as pedras.
O Zangadão pensou por alguns minutos e mais calmo concluiu: - É, tem sentido, mas só acredito vendo. Vamos experimentar?
E todos os anões concordaram: - Vamos!
E eles foram marretando e cantando no ritmo da música parabéns a você: - Marretando com carinho, eu vou de mansinho, retirando a pedra... Está perfeita, que festa!
E conseguiam uma pedra preciosa mais bonita que a outra.
O carrinho ficou lotado de pedras perfeitas para serem vendidas ao Rei Ruan. Com união, alegria e com a força na medida certa, os 7 anões tiveram um dia muito produtivo e ao cair da tarde retornaram ao lar com a amiga, cantando: - Eu vou, eu vou pra casa, agora eu vou. Parara timbum, pararatim bum. Eu vou, eu vou!
Amei!