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Ser Alguém ou Ninguém

Lc 17,5-10

Autora: Cecília Pellegrini - Contribuição: Pe. Luiz Carlos Magalhães

Cenário: será minimalista - apenas um tecido vermelho esticado, no fundo do palco. Ao centro colocar um gongo asiático: improvisar com uma arara e uma enorme tampa de panela pendurada. Um ator mirim estará com traje típico e tocará o gongo nos momentos apropriados.

Personagens: Felícia: uma sábia asiática, respeitada e que dá conselhos aos moradores. Ela terá na cabeça duas tranças enormes que devem estar emendadas com velcro, para obter o efeito de corte.

Alguém: pessoa otimista, que acredita no seu potencial, que tem no seu coração, uma fé inabalável por Deus. Uma pessoa lutadora, incansável.

Ninguém: pessimista, nervosa, insegura, sente-se incapaz, não acredita em nada.

Figurante: ator mirim que baterá no gongo.

Vela: terá fala equilibrada, normal.

Relógio: terá uma fala mais acelerada.

FIGURANTE [bate no gongo].

FELÍCIA [entra pelo lado direito do palco e faz gesto de cumprimento para a plateia]: - Oi crianças, eu me chamo Felícia e vivo num país bem longe do Brasil, que fica no continente Asiático. Nossa cultura é bem diferente e hoje é um dia muito importante aqui no meu país. É o dia em que cortarei um pedaço da minha trança e entregarei às pessoas que tem fé. Fé no pensar, fé no jeito de fazer as coisas, fé em Deus, fé na vida. Que entrem os candidatos!

FIGURANTE [bate no gongo].

[Entram em cena dois personagens: Alguém e Ninguém [este entra pelo lado esquerdo, apressado, nervoso e Alguém entra pelo lado direito, com segurança, calma.]

FELÍCIA [faz gesto para o cumprimento. Ninguém não responde, apenas Alguém cumprimentará Felícia: - Como vocês se chamam?

ALGUÉM: - Eu me chamo Alguém e quero agradecer a oportunidade que estou tendo.

NINGUÉM: - Meu nome é Ninguém.

FELÍCIA: - Sejam bem-vindos! Fico feliz em conhecer as pessoas que querem um pedaço da minha trança.

ALGUÉM: - É uma honra receber um pedaço da sua trança querida Felícia, não é Ninguém?

NINGUÉM [fala com desdém]: - Eu quero deixar claro que só estou aqui porque meus pais me obrigaram, disseram que a tradição é importante [e fala apressadamente]. Eu estou com muitos problemas, aliás, eu sou um problema enorme, nada dá certo comigo. É claro que eu não tenho chances de ganhar nada, nem mesmo um pedaço da sua trança.

FELÍCIA: - Calma, respire fundo [Ninguém respira de qualquer jeito.] - Nossa respiração é muito importante e não podemos respirar de qualquer jeito. Respire assim: - Cheire a florzinha e apague a velinha. Está mais calmo?

NINGUÉM: - Sim. Respirar assim realmente me deixou mais calmo.

FELÍCIA: - Você não quer ganhar um pedaço da minha trança?

NINGUÉM: - Quero!

FELÍCIA: - Então é preciso acreditar.

NINGUÉM: - Acreditar?

ALGUÉM: - Sim, acreditar que você consegue, acreditar que é possível você ganhar.

FELÍCIA: - Muito bem Alguém, você explicou direitinho. Agora vamos à tarefa que vocês deverão fazer para conseguir o pedaço da minha trança. Qual é o sonho de vocês nesse momento?

ALGUÉM: - Eu quero passar de ano.

FELÍCIA: - E você Ninguém?

NINGUÉM: - Ah... Sei lá, pra mim tanto faz. Ihhhhh, mas eu também tenho que querer isso de passar na escola né, senão... Tô perigando repetir o ano na escola.

FELÍCIA: - Então os dois querem passar de ano na escola. Muito bem, então está lançada a tarefa.

RELÓGIO e VELA [entram em cena, sendo que o relógio entrará pelo lado esquerdo correndo e falará apressadamente e a vela entrará pelo lado direito, andando e falará de forma normal. Falam ao mesmo tempo, mas cada um num ritmo diferente.]: - Chegamos para ajudar!

FELÍCIA: - Que bom! Uma vela e um relógio, quem vocês escolhem? NINGUÉM [apressado]: - Claro que eu quero o relógio! Vem, vem logo! [Puxa o relógio e saem apressadamente pelo lado esquerdo.]

ALGUÉM: - Fico feliz com a vela, uma luz em meu caminho. Obrigado! [Saem de mãos dadas pelo lado direito do palco.]

E você, amiguinho ou amiguinha que está lendo essa historinha, o que fará para passar de ano? Que tal perguntar para um adulto que cuida de você, o que poderia dizer para que você consiga atingir esse objetivo?

FIGURANTE [bate no gongo].

FELÍCIA: - E os meses se passaram...

[Alguém e Vela entram felizes, pelo lado direito do palco, trazendo um boletim grande, onde as notas estão em azul significando que estão acima da média]: - ALGUÉM: - Eu passei! [abraça a Felícia e abraça a Vela]: - Eu passei!

FIGURANTE [bate no gongo].

[Ninguém e o Relógio entram desanimados, pelo lado esquerdo do palco, trazendo um boletim grande, onde as notas estão em vermelho significando que estão abaixo da média.]

NINGUÉM: - Eu não consegui, nem sei por que eu tentei... Eu já sabia que isso iria acontecer. Mas a culpa foi do Relógio que ficou nesse tic-tac infernal, nem me acordar ele acordou.

RELÓGIO [indignado]: - Espera lá, mas quem tinha que colocar o alarme era você. A tarefa era sua.

[Eles começam a discutir: - A culpa foi sua, você que atrapalhou, etc.]

FELÍCIA: - Calma, calma. Vamos ouvir como cada um viveu nesses meses até aqui. Fale você primeiro Alguém, afinal você conseguiu passar de ano.

ALGUÉM: - Bem, saímos daqui muito animados e acreditando realmente que iríamos conseguir.

VELA: - Alguém estudou muito, também procurou viver de forma saudável: dormiu cedo, não ficou no celular, internet, videogame muito tempo, equilibrou bem as horas do dia. Ah, se alimentou direitinho: comeu frutas, legumes... E rezou, rezou com fé.

ALGUÉM: - Sim, eu sei que cada um de nós tem um anjo da guarda, eu nunca estou sozinho.

FELÍCIA: - Isso é muito importante, acreditar que Deus nos ama e está conosco o tempo todo. E na escola, como foi?

ALGUÉM: - Na escola eu prestei bastante atenção na explicação dos professores, fiz todas as lições, revisei a matéria em casa... A vela estava sempre comigo, clareando não só a minha vida, mas a minha mente, aquecendo o meu coração! [se abraçam.]

FELÍCIA: - Parabéns! Aqui está um pedaço da minha trança [tira e entrega.]

NINGUÉM [arrependido]: - Poxa, eu não fiz nada disso. Conforme o relógio dizia que o tempo passou e que era hora de estudar, eu continuei no jogo do videogame [falar aqui um nome conhecido de jogo], na escola eu queria mesmo era a hora do recreio, ao invés de prestar atenção na professora eu ficava olhando para o relógio e vendo a hora pra ir embora, ou ficava pensando que eu tinha de falar com o meu amigo sobre o futebol. Eu não me dediquei e muito menos rezei.

RELÓGIO: - Viu que a culpa não foi minha?

NINGUÉM: - É que é sempre mais fácil colocar a culpa nos outros. Me desculpe.

FELÍCIA: - Viram a diferença? Se você acredita que vai conseguir, se você se esforça, até se sacrifica, com certeza você merecerá a recompensa. Entendeu a mensagem de hoje Ninguém?

NINGUÉM: - Claro que entendi, essa é a hora, eu posso mudar a minha história. Eu queria fazer um pedido a vocês, posso?

TODOS: - Claro!

NINGUÉM: - Eu queria mudar o meu nome para Amém!

FELÍCIA: - Amém significa verdade, certeza. Excelente escolha! Então chega de ficar dizendo que não é ninguém. Use essa fé que eu sei que você tem.

TODOS: - É isso aí, tchau!

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