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Todos juntos, felizes para sempre!

Lc 24,46-53

Autoria: Cecília e Gabriella Pellegrini

Na floresta havia várias lagoas e cada jacaré morava em uma. Certo dia Jaca e Joca ficaram com muito medo porque a Jeca apareceu por aquelas bandas, com um chicote e uma sacola cheia de peixes.

Os dois jacarés se entreolharam e com muito medo sussurraram: - Iiiii, lá vem a Jeca!

Jeca gritou: - E aí seus bobões, como vão de pescaria?

O medo que tomava conta dos dois jacarés era tanto, que eles ficaram em silêncio. Jeca deu uma chicotada no chão e berrou: - Não ouviram a minha pergunta?

Jaca respondeu gaguejando: - Sim, sim, ouvimos.

Depois de dar mais uma chicotada no chão a Jeca falou: - Então respondam!

Então foi a vez do Joca explicar: - Nossas lagoas estão com pouco peixe. Veja só como estamos fracos e famintos.

Sem sentir nenhuma compaixão a Jeca disse: - Eu não quero nem saber, quero peixe, quero peixe. E é pra já.

- Mas está difícil conseguir achar um peixe. Explicou Jaca.

Jeca contou sua intenção: - Quero encher minha sacola. Se bem que já está cheia, mas eu quero mais, e mais e mais. Andem, nadem e só parem quando encontrarem um peixe.

E ela começou a dar várias chicotadas na beira das lagoas e os dois jacarés nadaram muito para tentar encontrar um peixinho.

Por fim, Joca que não estava mais aguentando, falou: - Ufa, que cansaço, nado, nado e nada.

Mas Jeca gritou: - Chega de papo. Trabalhe. Olha que te dou uma rabada. E mostrou sua cauda enorme.

Jaca que era desatenciosa entendeu errado: - Você vai nos dar rabanada?

E Jeca ficou furiosa: - Você está de gozação comigo, é? Eu estou ficando nervosa.

Mas Joca tentou consertar a situação: - Calma Jeca, calma.

E falou baixinho para a amiga: - Jaca, ela não falou rabanada e sim que vai nos dar uma rabada, um baita safanão com a cauda, entendeu?

Aí foi que que ela entendeu: - Ui, ai, eu entendi, entendi tudo. Nadar, nadar, nadar. Vejam encontrei um peixe. Mas Jeca, deixe-me repartir com a minha amiga Joca, por favor, estamos há dias sem comer.

Com ironia Jeca desdenhou: - Nossa que dozinho. Coitadinhas, estão com fome... E eu com isso? Dá aqui. Olha, eu vou nas outras lagoas e quando voltar quero no mínimo mais10 peixes de cada uma entenderam?

Jaca e Joca com muito medo responderam: - Sim, sim, sim.

E Jeca foi embora dando chicotadas no chão e reclamando: - Bando de bobos.

Jaca encolhidinha dentro da sua lagoa dizia: - Que medo da Jeca, que medo.

O Juca chegou todo animado trazendo um livro: - Oi amigos, e aí, tudo beleza?

- Não, tudo malvadeza. Respondeu a Jaca.

E o Juca logo entendeu: - Nem precisam falar, a Jeca, eeeeeca, esteve por aqui.

Joca explicou: - Sim, esteve e está cada dia mais agressiva, exigindo todos os peixes só pra ela.

Juca entrou na sua lagoa para se refrescar um pouco e depois falou: - Pois é, essa situação está insuportável. Se ela acreditasse no Mestre Jacaré seria nossa irmã e não teria tanta maldade no coração.

E Jaca deduziu: - Mas ela não acredita em nada e nem em ninguém.

E Joca continuou: - A lagoa dela é a mais profunda, com enormes cardumes. Ela só pensa na vida dela aqui na Terra, pra ela o céu não existe.

Juca abriu o livro e leu em voz alta: - E o Mestre Jacaré disse: Todo jacaré, quando morrer, vai para a Lagoa Azul, que fica no céu.

Depois fechou o livro e saiu explicando para vários jacarezinhos filhotes que estavam na beira de uma lagoa tomando sol: - Vocês sabiam jacarezinhos que depois que cada um de nós morrermos, vamos para o céu morar com o nosso Mestre Jacaré e seremos todos muuuuuuuito felizes.

Encantada a Jaca exclamou: - Que lindo o que você leu no livro!

- É, esse é o livro sagrado de todo jacaré. Contou Juca.

Joca também ficou interessadíssimo: - Fala mais sobre o nosso Mestre.

E Juca explicou em detalhes: - Ele só pregou o bem e quer que todos os jacarés, de todas as lagoas sejam irmãos.

Intrigada com a revelação a Jaca perguntou: - De todas as lagoas? Até a Jeca?

Juca respondeu: - Sim, mas é preciso que todos acreditem no Mestre. Todos devem viver unidos, como irmãos. Não importa de que lagoa seja. O Mestre nos mostrou um projeto de vida: Viver em paz, em comunidade, repartindo.

Imediatamente Joca iniciou sua boa ação: - Ôoo, Juca eu quero repartir uma coisa com você, toma o meu jabonete Monange para você tomar banho na sua lagoa.

Juca agradeceu: - Obrigado Joca. Agora vou até o Pântano Verde ler mais sobre o nosso Mestre, tchau.

Quando Juca já estava saindo Jeca chegou: - Opa, opa, opa, pode ir parando aí seu Juca fujão.

Juca se explicou: - Oi, Jeca, eu não sou fujão não, eu só ia...

Como sempre a Jeca interrompeu: - Stop, calado, chega, fecha a matraca. Eu sou poderosa, a mais rica, a que manda no pedaço.

Com indignação Juca propôs reflexão: - Mas isso não está certo. Todos nascemos iguais: somos todos jacarés e o nosso Mestre ensinou que ao invés de juntar coisas só para nós e explorar os outros, ele propõe a partilha.

A desatenciosa Jaca mostrou: - Eu tenho uma cartilha. Olha aqui B com A forma Bá.

Joca muita paciência, Joca fala baixo com a Jaca: - O Juca falou Partilha e não cartilha.

E a amiga entendeu: - Ah tá. O Juca é tão legal e nos ensina coisas boas. Eu queria que a Jeca ouvisse ele.

Como sempre a Jeca interrompeu: - Stop, calada, chega, fecha a matraca.

Mas Juca concordou com a amiga: - A Jaca tem razão, você deveria ouvir mais as coisas que o Mestre Jacaré nos ensinou. Depois que você morrer você não quer ir para o céu?

Intrigada a Jeca questionou: - Céu, que lugar é esse? Sempre me disseram que depois que um jacaré morre ele vira bolsa de madame.

Todos os jacarés se admiraram: - Ohhhhhhhh!!!!!

Como um verdadeiro educador Juca explicou: - O que vai para o céu não é o nosso corpo de carne e ossos, mas sim o nosso espírito.

Joca e Jaca afirmaram: - A nossa alma.

E Jaca bem lembrou: - E a sua deve estar bem escondida.

Desentendida Jeca falou: - Escondida por quê? Pois eu vou encontrá-la rapidinho. Cadê você, cadê você?

E ela começou a procurar em cada cantinho da floresta e perguntava a todos os animais que encontrava: - Vocês viram a minha alma por aí?

Juca achou graça da cena: - Calma Jeca, não é assim.

Jeca perguntou: - Ah, não? Então o que eu tenho que fazer?

E todos foram unânimes ao responder: - Seguir o caminho do Mestre.

Jeca saiu procurando: - Como assim? Cadê o caminho? É pra cá? É pra lá? Ela estava preocupada em encontrar o caminho, quando percebeu que vários jacarés filhotes estavam achando graça: - Olha aí esses jacarezinhos, eles estão rindo de mim só porque eu não sei encontrar o caminho do Mestre. Tá difícil, vou desistir.

Ela foi saindo, mas todos foram buscá-la: - Não desista!

Juca explicou: - Seguir o caminho do Mestre Jacaré não é fácil. É preciso coragem, estar certo do que quer. A missão é sempre recomeçar. Caiu, levantou, caiu, levantou.

Jeca questionou: - Como assim? Caiu, levantou, caiu, levantou? Parece aquela brincadeira: morto, vivo, morto vivo...

Jaca sabia bem o que falava: - É isso mesmo, morto: você fez alguma coisa errada, por exemplo, querer todos os peixes pra você e deixar a gente com fome.

O amigo Joca continuou: - Vivo é você ser boazinha, repartindo, sendo amiga de todos...

- Eu preciso de ajuda para mudar. Jeca confidenciou aos outros jacarés.

E ouviu todos com muito carinho: - Nós te ajudaremos!

Juca complementou: - E do Mestre virá a força que ajuda a melhorar sempre mais e mais.Com Ele somos capazes de enfrentar qualquer dificuldade. É preciso falar e praticar o que Ele nos ensinou. Tome o livro sagrado para você aprender.

Com gratidão Jeca prometeu: - Obrigada. Vou ler todos os dias um pouquinho. Mas eu já fiz tanta coisa errada...

E Juca ensinou como é fácil seguir em frente: - Basta de agora em diante você procurar ser sempre boa, como Ele, amiga de todos.

- Aí quando eu morrer eu vou para o céu? Jeca perguntou.

E Juca respondeu: - Claro! Quando morrermos estaremos juntos com o Mestre.

E unidos finalizaram: - Todos juntos, felizes para sempre!

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