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Um convite à mudança

Atualizado: 15 de out. de 2020

Mc 2,1-12

Autora: Cecília Pellegrini


Certo dia, o menino Ditão chegou no bosque e encontrou vários animais: - Bom dia amigos!

Uma garbosa árvore, vendo a educação do menino, resolveu cumprimentar também: - Bom dia amigos!

Parece que o Ditão não gostou: - Oh dona árvore, eu estava aqui sossegadinho, olhando o movimento do bosque, vejo meus amigos filhotes e me animo a dar aquele bom dia e vem você e estraga tudo.

A árvore sem entender falou: - Poxa Ditão, eu estraguei tudo? Como assim?

O menino explicou: - Os amigos são meus, o bom dia é meu!

Ela perguntou: - Mas, qual o problema se eu dei bom dia também? Quanto mais bom dia, mais alegria!

- Sei não... Falou Ditão, meio cabreiro.

Pois dona árvore, com muita firmeza explicou: - Pois eu sei sim! Eu sei que você está tão egoísta quanto a Vaca Vanda. E por falar nela...

Chegou a Vaca, com alguns enfeites de carnaval, cantando a paródia da música carnavalesca “me dá um dinheiro aí”: - “Ei olha eu aqui, não dou dinheiro aí (bis). Não vou dar, não vou dar não. Você vai ver a grande confusão. Eu vou juntar dinheiro até cair. Não dou, não dou, não dooou. Pare de pedir.”

E depois de dar o show cantando, ela danou-se a falar: - Pronto, já estou linda, maravilhosa para o grande baile de carnaval. Vai ser animal! Ah! Vai ter um concurso de chapéu, em homenagem a Carmen Minhocanda. O prêmio será uma tonelada de alimentos. Vou me esbaldar. Vou entupir a minha casa de comida. Eu vou mostrar o chapéu que eu fiz, mas não falem pra ninguém como é, ok? Senão vão copiar a minha idéia.

Depois de mostrar o chapéu para a árvore e o Ditão ela perguntou: - Não é lindo? Eu sou linda, o chapéu é lindo e chega... porque eu já ganhei!

Uma linda Borboleta e mais dois bichinhos também chegaram cantando, uma paródia carnavalesca: - “Mamãe eu quero, mamãe eu quero, mamãe eu quero ajudar. Quero doar, quero doar, quero doar e o mundo melhorar.”

A Vaca ficou muito brava: - Parem de cantar essa musiquinha chata. Que marchinha mais sem graça.

A Borboleta falou: - Em primeiro lugar, bom dia amiga Vanda! Poxa, nós criamos a letra dessa música para que todos os animais da floresta queiram partilhar o que tem.

- Mas estamos na época do carnaval, um carnaval animal: muita dança, folia, comida, bebida. Eu é que não quero estragar a minha festa pensando em bicho pobre. Explicou Vanda.

Mas a Borboleta lembrou: - Pois o Rei Leão não quer isso não. Ele quer nos ver todos unidos: ricos ajudando aos pobres, pessoas com saúde ajudando quem está doente...

- Ah Borboleta, como você é careta! Gritou a Vaca.

Os bichinhos defenderam a amiga: - Ela não é careta não!

Mas a Borboleta não se abalou e foi logo convidando: - Vaca Vanda, nós temos um grupo comandado pelo Macacalhães, um macaco que ajuda muitos bichinhos carentes. Venha fazer parte desse grupo.

A Vanda deu logo uma desculpa: - Ihhhh... não tenho tempo, não tenho nada para dar.

A Linda Borboleta ensinou: - Todos nós temos algo para dar. Não só coisas materiais, como também os nossos dons: cantar, contar histórias, bordar, costurar. Podemos dividir nosso tempo com os outros visitando os doentes, consolando os que perderam seus entes queridos, ajudando pessoalmente nas creches...

Então Vanda confidenciou: - Ah! Eu sou muito talentosa, talentosa mesmo. Não comente com ninguém, mas eu fiz um chapéu lindo para o concurso da Carmen Minhocanda.

A Vaca falou, mas não mostrou o chapéu com medo de ser copiada.

A Borboleta contou: - Nós também fizemos, veja!

Ela então mostrou um chapéu grande e bonito e explicou: - Vários bichinhos se reuniram e saiu esta obra de arte. Queremos ganhar para doar o prêmio para a creche que a comunidade do Macacalhães ajuda.

- Doar uma tonelada de alimentos? Vocês são loucos! Gritou a Vaca indignada.

Com muita calma, a Borboleta disse: - Desculpe Vanda, mas temos muita coisa a fazer ainda.

E lá se foram, saíram muito animados cantando: - Mamãe eu quero, mamãe eu quero, mamãe eu quero ajudar.

A Vaca não cabia em si: - Vocês viram que chapéu lindo? Que ódio, que raiva...

O Ditão que estava por perto e a tudo ouviu disse: - Que inveja, né Vanda?

- Já não chega aquela Borboleta metida e agora tenho que aguentar esse aí.

A dona Árvore saiu em defesa: - Esse aí não. Esse é o meu amigo Ditão e ele tem razão. Você deveria mudar esse seu jeito tão egoísta. O Rei Leão não quer isso não!

Ditão falou: - Amiga árvore: você tinha razão, eu estava egoísta como essa Vaca Vanda. Que horror!

Dona Vaca, muito brava: - Espera aí seus tagarelas. Parem de falar. Árvore, você está querendo dizer que o Rei Leão não gosta de mim? Que Ele não me aceita?

- O Rei Leão, com sua bondade, aceita cada animal do jeito que é, mas convida a todos a uma mudança interior. Explicou a árvore, com muita sabedoria.

E o Ditão confirmou: - Mudança interior... é isso aí!!! Mudança do coração, mudança de mentalidade...

A Vaca disse: - Mas, que mal há em querer tudo só pra mim. Vocês dois não sabem de nada, nem são animais como nós da floresta.

Aí, então, ela pergunta aos filhotinhos que brincavam embaixo da Árvore: - Ei, filhotinhos: vocês acham que eles têm razão?

Os animaizinhos dizem que sim e a árvore então fala: - Viu só? Até os filhotinhos já conhecem os ensinamentos do Rei Leão: um ser irmão do outro, um ajudar ao outro.

E aí a Vaca falou sua idade de forma enrolada para ninguém entender: - Mas eu já tenho sessenta e seis anos. Já está tarde para mudar.

O menino Ditão deu uma linda lição de vida: - Para ser bom, não existe idade não. Só não muda quem não quer. Esse negócio de dizer que eu nasci e vou morrer assim, está fora de moda. Se você não quer mudar então joga o seu celular fora, anda de carroça... Por que você muda nas coisas externas e não pode mudar seu espírito?

A Borboleta e seus fiéis amigos chegaram repetindo a frase: - Para ser bom, não existe idade não!

E a Borboleta ajudou na lição: - Nunca é tarde para recomeçar. Basta querer e fazer o bem. Querer é poder, e ainda mais com a ajuda de Deus!

Vanda refletiu e depois perguntou: - Borboleta, aquele convite para eu fazer parte da Comunidade do Macacalhães ainda está em pé?

A Borboleta e os bichinhos responderam: - Claro! Pode vir. Aqui tem lugar para todos. Quem faz alguma coisa pelos outros, cresce e é muito mais feliz!

- Então vamos começar agora mesmo. Falou Vanda com muita firmeza.

E lá se foram todos ajudar ao próximo cantando: - Mamãe eu quero, mamãe eu quero, mamãe eu quero ajudar. Quero doar, quero doar, quero doar e o mundo melhorar.

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