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Um pequeno gesto

Lc 16,1-13

Autoras: Cecília Pellegrini e Vera Pastrello

Contam que, certa vez, no ponto mais alto de uma serra, em uma clareira em que só cresciam capins e cipós, de repente chegou, uma semente.

Como é que ela foi parar ali? Quem foi que a semeou? Vamos descobrir? Vou chamar o meu amigo: - Ventoooooooo!

Após uma forte ventania ele falou: - Quem me chama, quem me chama?

- Vento foi você quem trouxe a semente?

- Não, não, não, não. Eu não fui! Mas eu já sei quem deve ter sido.

- Sabe? Então diga logo!

- Foi a minha irmã nuvem. Eu a vi agorinha mesmo no lado sudoeste. Vamos chamá-la bem alto: - Nuuuuuuvem, nuuuuvem.

A nuvem chegou dançando animadamente: - Pelas gotas de chuva, quem foi que me chamou? Eu estava numa tremenda festa nuvesca, dancei tanto, mas dancei tanto...

- Desculpe Nuvem, mas preciso saber se foi você que semeou aquela semente que está ali deitadinha?

- Não acredito, não acredito, não acredito. Eu lá, no meu rock, paquerando legal e você me chama pra isso? Não, não fui eu não. Mas o meu irmão Sol não foi na nossa festa, deve ter sido ele.

- Então, vamos chamá-lo rápido: - Sooooool, Sooooool.

E o solzão chegou de óculos escuros: - E aí galera, ouvi um som legal. Soooolll! sou euzinho aqui. O grandão, o fortão, o radiante Solzão.

- Ah! Então só pode ter sido você quem semeou aquela semente!

- Eu me acho o máximo, mas não posso mentir, não é mesmo? Infelizmente não fui eu, mas bem que eu gostaria. Como ela é lindinha.

O vento refletiu: - Se não fui eu, não foi a minha irmã nuvem, não foi o meu irmão sol, quem terá sido?

Todos indagavam: - Quem terá sido?

A nuvem avisou: - Desculpem-me, mas vou continuar dançando um rock maneiro na festa, tchauzinho.

O Sol pediu: - Irmãzinha, nos leve com você.

A nuvem concordou: - Vamos, vocês vão adorar!

E os três saíram para se divertirem na festa.

- Ninguém que morava naquela serra sabia dar a resposta. Mas lá estava ela. E a sementinha dormiu seu longo sono, bem cobertinha por um punhado de terra. Mas, certo dia de manhã, ela mostrou para o mundo, devagarinho, a sua carinha verde de felicidade e foi crescendo, crescendo até se transformar em uma linda árvore, bem grande chamada Macieira.

Mas com o tempo ela começou a ficar feia, seus galhos começaram a cair, ela parecia tão triste. O vento passando por ali e vendo toda aquela tristeza, perguntou a ela: - Macieira por que você está assim tão triste?

Ela respondeu: - É que estou muito sozinha. E esta solidão está dando formigamento em minhas raízes.

- E sabem por que ela estava se sentindo só? Porque uma árvore não sabe viver sozinha, ela precisa de outras árvores ao redor de si: para conversar, brincar, para enfrentar perigos, para compartilhar alegrias e para outras coisinhas mais.

E o vento então, preocupado com aquela árvore, chamou os seus amigos o sol e a nuvem para conversarem: - Olá amigos, precisamos fazer alguma coisa para ajudar a Macieira!

O Sol falou: - Tudo bem, contanto que eu não tenha que fazer muito esforço. Eu já trabalho muito.

A nuvem disse: - Não sei não, para eu ajudá-la, vou ter que me transformar, ficar grandona, cheiona de gotinhas e eu não tô a fim de mudar de forma não!

E o Sol quis mesmo é ir embora: - Irmão Vento, você parece aquela senhora que conta história, quer saber de tudo, quer ajudar todo mundo. Vamos brincar nuvem?

Ela concordou na hora: - Vamos, vamos!

E os dois começaram a brincar.

O Vento explanou: - Como vocês são preguiçosos e egoístas.

Eles olharam feio para o Vento e continuaram a brincadeira.

- Já que vocês não querem me ajudar eu vou tentar fazer alguma coisa so-zi-nho E o Vento saiu bravo.

O Sol parou de brincar: - Não quero mais brincar, tô chateado, tô ardidão.

Toda agitada a Nuvem zombou: - Ei, amarelô é, só porque eu tava ganhando?

Mas o amigo respondeu: - Não é isso, é que to me sentindo mal com o que o vento disse.

A Nuvem perguntou: - Você acha que devemos ajudar a Macieira também?

Ele analisou: - Será que ainda dá tempo?

Ela afirmou: - Mas é lógico que dá, o tempo é nosso amigo.

- Então vamos lá. O Sol falou animado.

A nuvem saiu correndo e o Sol se aproximou da árvore ficando atrás dela.

Vejam só que coisa maravilhosa. De regiões bem distantes, que ficavam além daquela serra, o vento trouxe sementes e as plantou.

Vocês pensam que a dona nuvem foi dançar novamente? Não, não! Ela trouxe uma chuva suave e miudinha. Que lindo! Os brotos verdes logo apareceram.

E o sol os fez crescer com o mais caloroso de seus afagos. Quanto mais calor o sol dava para as plantas, mais elas cresciam.

E naquela região solitária da serra, em que só cresciam capins e cipós, começou a surgir ao redor daquela macieira, um verdadeiro bosque com muitas árvores. E fortes e unidas, todas estas árvores enfeitaram o azul do céu.

Com a historinha de hoje aprendemos mais uma lição: Basta uma pequena ação, um gesto de doação, para alegrar o irmão! Tchau!

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