Unidos no Amor!
- pelegrincecilia
- 4 de jan. de 2021
- 4 min de leitura
Mc 10,2-16
Autora: Cecília Pellegrini
Cenário: um painel de floresta e no centro um coração gigante e na frente do painel um genuflexório. Um contrarregra ficará atrás do painel para retirar o coração.
Personagens: Todos animais: um macaco chamado Macacalhães será o MACACO, a família de cachorros: os noivos Cachorraldo e Cachorrina, os filhos Banzé e Bizu e outros animais figurantes.
[Em cena o macaco atrás do genuflexório. Alguns bichos, todos com vestimentas chiques são os convidados (metade de cada lado do cenário)].
MACACO: - Estamos aqui reunidos para celebrar o casamento do Cachorraldo com a Cachorrina [O noivo aparece no lado direito do palco e a noiva aparece no lado esquerdo e ficam parados].
MACACO: Cachorraldo deixará seu pai e sua mãe [Ele abraçará um casal que estará do lado direito como pais do noivo] e Cachorrina também deixará seu pai e sua mãe [ela abraçará um casal que estará do lado esquerdo como pais da noiva] e os dois [um dá tchau para o outro de longe e joga um beijo] serão uma só carne.
[Marcha nupcial. Os noivos caminham lentamente, dão as mãos quando chegarem ao centro e ajoelham.]
MACACO: - Vocês têm certeza de que querem ficar juntos na alegria, na tristeza, na saúde e na doença, um amando o outro, um ajudando o outro?
CACHORRALDO e CACHORRINA: - Sim.
MACACO: - Então, em nome do nosso grande Mestre o Rei Leão, eu vos declaro marido e mulher. Vocês estão unidos no amor!
TODOS: - Viva!
CACHORRALDO [beija a testa da Cachorrina]: - Vamos para a festa!
[todos vão saindo de cena, menos o macaco.]
CACHORRINA: - Vamos para a festa Padre Macacalhães.
MACACO: - Eu irei. Podem indo na frente, pois tenho uma palavrinha com todos esses animaizinhos que estão aqui na igreja.
CACHORRALDO: - Então vamos.
TODOS: - Vamos! [Saem animados, abraçando os noivos.]
MACACO: - Meus filhos e filhas, como vocês viram, celebrar um casamento é sempre um momento de muita alegria, festa, mas é preciso ficar firmes na missão de estar junto. Cada um de nós tem um projeto de vida e o casamento é um projeto de amor. Lembrem-se sempre disso: O casamento é um projeto de amor.[Macaco sai de cena pelo lado esquerdo]
[Música animada para os contrarregras retirarem o genuflexório e colocar uma poltrona e alguns objetos simbolizando a casa do casal.]
[Uma criança passa com uma placa escrito: Anos depois...]
[Entram em cena dois cachorrinhos, filhos do casal, fazendo muito barulho.]
CACHORRINA [entra em cena grávida, toda descabelada e irritada]: - Parem filhotes, a mamãe está cansada depois de um dia inteiro trabalhando fora. Agora preciso fazer o jantar, arrumar a casa, cuidar de vocês. [os filhos continuam brincando].
CACHORRALDO [entra em cena cansado e irritado]: - Oi.
CACHORRINA: - Oi [ela continua seus afazeres domésticos e ele senta e começa a responder as mensagens no celular.]
CACHORRALDO [grita]: - Querem fazer o favor de ficarem calados?
CACHORRINA: - Cachorraldo, será que dá para você me ajudar?
CACHORRALDO: - Não, não dá porque eu tenho que ver meus compromissos de amanhã.
CACHORRINA: - Eu também preciso ver minhas coisas de trabalho para amanhã, mas temos nossa casa, nossos filhos para cuidar. [um contrarregra tira o coração do painel.]
CACHORRALDO: - Isso é serviço das fêmeas.
CACHORRINA: - o quê? serviço das fêmeas? [começam a discutir alto – Colocar som de latidos.]
BANZÉ [fala com os irmãos]: - O papai e a mamãe estão brigando de novo.
BIZU: - É, eles sempre brigam. Antes eles se beijavam se abraçavam...
BANZÉ: - É eles sempre estavam felizes, agora todo dia é briga e mais briga.
BIZU: - Já sei o que fazer.
BANZÉ: - Então diga logo.
BIZU: - Vou chamar o Macaco Macacalhães aqui em casa.
CACHORRINHOS: - Boa ideia! [Bizu sai correndo.]
CACHORRINA: - Volta aqui Bizu, tá vendo Cachorraldo a culpa é sua.
CACHORRALDO: - A culpa é minha? O moleque é sapeca e a culpa é minha?
[Som – latidos - nova discussão.]
[O Macaco Macacalhães entra com o Bizu.]
CACHORRINA: - Padre Macacalhães, que honra!
[Os cachorrinhos vão correndo abraçar o macaco.]
CACHORRINA [pega os filhotes e fala brava]: - Deixa o Padre Macacalhães em paz.
MACACO: - Deixe que os filhotes venham até mim. Não proíba não, pois o reino do Rei Leão é de todos que são como eles.
CACHORRINHOS: - Eba! [Abraçam o macaco com carinho]
MACACO: - Oi meus filhos. Como vão as coisas?
CACHORRALDO: - Mal, muito mal. O senhor não escolheu o melhor dia para aparecer.
CACHORRINA: - Nossa casa parece um inferno, Padre.
MACACO: - Mas, o que está acontecendo?
CACHORRINA: - Eu não aguento mais ter essa vida de tripla jornada: trabalho fora, acordo a noite quando o bebê chora, chego cansada e ainda tenho que lavar, passar, cozinhar, ajudar os filhotes na lição da escola. Ufa, não está fácil.
MACACO: - Mas o Cachorraldo não ajuda?
CACHORRALDO: - Como assim? Eu ajudar? Isso não é serviço para um cachorrão feito eu!
MACACO: - Filho, quem escolhe se unir e formar uma família tem responsabilidades e dividir o serviço é uma delas.
CACHORRALDO: - Mas, e as minhas coisas? O meu trabalho?
MACACO: - O seu serviço é uma coisa muito importante, pois traz o sustento para o lar, mas a sua esposa e os seus filhotes também precisam de você. Você acha justo a Cachorrina trabalhar fora e ainda trabalhar dentro de casa sozinha?
BANZÉ: - O papai e a mamãe mudaram. Eles não dão mais beijo.
BIZU: - Não contam mais historinhas pra gente, não vamos mais passear no parque.
TODOS OS CACHORRINHOS: - Eles só brigam.
MACACO: - Vejam, seus filhos estão pedindo para vocês pensarem nos dias maravilhosos que esta família já viveu e ver se não vale a pena voltar a serem felizes.
CACHORRALDO: - Nossa, eu nunca pensei que meus filhotinhos também estivessem tristes. [Abraça os filhos]. Desculpa-me Cachorrina, realmente estou sendo muito egoísta. [Vai até a esposa e a abraça.]
CACHORRINA: - Obrigada Padre Macacalhães, precisamos ser mais calmos...
CACHORRALDO: - Prometo que serei mais companheiro, um pai presente, que divide todas as tarefas.
MACACO: - Vocês prometeram que estariam unidos, lembram?
CACHORRALDO e CACHORRINA: - Na saúde, na doença, nas alegrias e nas tristezas.
MACACO: - Sempre unidos...
TODOS: - Unidos no amor! [contrarregra coloca o coração no painel].
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