Vida e alegria!

Lc 7,11-17

Autora Cecília Pellegrini 

Cenário: Colocar no chão um pano dupla-face cinza e verde. Ao iniciar a apresentação o pano deve estar com o lado cinza para cima. Colocar 4 folhas verdes de palmeira escondidas embaixo do pano.

Ao fundo do cenário colocar uma pedra-cênica e atrás dela estará um contrarregra que segurará 1 placa dupla-face do Planeta Terra: de um lado o planeta triste e do outro sorrindo. Inicia-se a peça com o lado TRISTE.

Personagens: Cacto, Mãe Natureza e 4 pessoas que serão as palmeiras (segurarão galhos secos de palmeira no início do teatro e galhos verdes. Chamaremos de Palmeiras 1,2,3 e 4).

[O teatro começa com as 4 Palmeiras em cena, com os galhos secos nas mãos]

[entra o CACTO reclamando): - Eita sol quente e terra seca... Mas hoje comemoramos o Dia do Meio Ambiente e não vou reclamar! Quero festejar!

PALMEIRAS [tristes]: - Estamos com sede! Ajude-nos, por favor! Água... Água...

CACTO: - Vejam que fracotes! [mostra as plantas pedindo água]. Qual planta consegue sobreviver num lugar assim? Qual? Claro que sou eu, o cacto! [dá uma gargalhada]

PALMEIRA 1 [vai se rastejando até o cacto]: - Tenha pena de nós Cacto, nos dê um pouco da sua água...

CACTO: - Mas não dou mesmo, sai de perto de mim [coloca seus espinhos na palmeira].

PALMEIRA 1 [se afasta e dá um grito de dor]: - Aiii...

CACTO [bravo]: - Se tenho a capacidade de conservar água em meu caule, é para mim, o espinhudinho aqui: me, mim, comigo.

PALMEIRA 2: - Veja, essa palmeira já está quase mor-ren-do... Ohhhhh [Enquanto fala a Palmeira 3 vai se curvando e cai de olhos fechados e as outras palmeiras começam a chorar].

PALMEIRAS 1,2 e 4: - Ela morreu, ela morreu! [Choram].

CACTO [bravo]: - Além desse calor terrível eu ainda tenho que aguentar essa choradeira das palmeiras...

[Entra em cena a mãe natureza].

[CACTO a vê de longe e já começa a reclamar]: - Ainda bem que a senhora chegou, Mãe Natureza, porque não tá fácil aguentar esse chororô.

[A mãe natureza vai até a Palmeira 3, caída, coloca a mão sobre ela e diz]: - Levanta-te! [A Palmeira 3 se levanta e as outras palmeiras ficam espantadas, mas felizes].

[O contrarregra vira a placa: planeta feliz].

PALMEIRAS 1, 2 e 4: - Hãã?! Ela viveu! Obrigada Mãe Natureza! [demonstração de muita alegria].

CACTO: - Uau, caramba! A Palmeirinha ali caidinha, mortinha e agora está vivinha!

PALMEIRA 1 [agradecida]: - Mãe, você nos dá força, esperança...

PALMEIRAS: - Você nos dá vida!

CACTO: - É mesmo, tenho que concordar: você sempre é amorosa, mesmo comigo que sou assim... assim... assim... um pouco espinhudinho.

PALMEIRAS: - Muito espinhudo!

MÃE NATUREZA: - Cacto, você acha certo ser egoísta e não repartir a água que você tem com as palmeiras? 

[O cacto gesticula dando a entender que não sabe]

MÃE [pergunta para as crianças da plateia]: - Vocês não acham que o cacto deveria ajudar as palmeiras que estão sofrendo?  [Esperar resposta].

- Vocês não acham que o Cacto deveria ser sempre bom? [Esperar resposta].

- Ouviu, meu filho, tá na hora de você despertar, acordar pra vida.

CACTO: - Acordar pra vida? Mas eu estou vivinho, todo verdinho... Veja aqui ó! [começa a pular, mostra próprio corpo].

MÃE: - Eu te conheço desde que você nasceu e fico triste em ver que você está no caminho errado, do egoísmo, da tristeza.

CACTO: - Triste eu? Que nada eu dou risada o tempo todo há, há, há...[aponta as palmeiras e começa a rir].

MÃE: - Será que isso é alegria? Rir da desgraça, da miséria do outro? Meu filho, você está sempre sozinho...

PALMEIRAS: - É, sempre sozinho!

PALMEIRA 1: - Você quer tudo só para si.... 

MÃE: - Todos nós nascemos para sermos bons, não é crianças? [fala com as crianças da plateia]. O tempo está passando e você está desperdiçando a sua vida.  

CACTO: - Você acha?

MÃE: - Tenho certeza! 

CACTO: - E mesmo eu sendo tão errado, a senhora se preocupa comigo? Não desiste de mim?

MÃE [vai até o cacto e olha bem nos olhos dele]: - Filho, eu te amo tanto! [mãe dá um forte abraço no cacto.]

CACTO: - Eu sempre usei meus espinhos para afastar os outros de mim, mas como é gostoso esse tal de abraço... [abraça a mãe novamente e fala para as crianças da plateia]. Você já deu um abraço bem gostoso na mamãe hoje? Quem não deu precisa dar, precisa dar [fica abraçando a mãe enquanto fala]. É tão bom! Tão bom! Mãe, você perdoa tudo de ruim que eu já fiz?

MÃE: - Claro meu filho!!! Mas preste atenção para não repetir os mesmos erros. Agora me respondam: quem eu sou?

TODOS: - A nossa mãe.

MÃE: - Se sou a mãe de todos vocês significa que vocês são irmãos, não é?

TODOS: - Sim!

MÃE: - Pois é exatamente quando eu não estou aqui que vocês precisam ajudar uns aos outros, entenderam?

TODOS: - Sim!

CACTO: - Mãe, você me deu bons conselhos. Eu prometo tratar melhor as plantas e todo meio ambiente, não fazê-las sofrer e ajudá-las sempre. Tó aqui água pra você, pra você, pra você e pra você. [vai em cada Palmeira e finge alimentá-las e cada uma trocará o ramo seco pelo verde que estará escondido sob o pano dupla face, virarão juntas o pano para verde, deixarão os galhos secos embaixo e agora todas ficarão em pé e sorrindo.]

[O contrarregra ficará movimentando o Planeta Terra, para chamar bem a atenção para o planeta que estará sorrindo].

[Enquanto o Cacto alimenta as Palmeiras a Mãe Natureza pede palmas para a plateia].

MÃE: - Uma salva de palmas para o Cacto que agora só faz o bem! E viva a vida!

TODOS: - Viva! Tchau!