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Vida nova para Giraldo

Jo 11,1-45

Autoras: Cecília Pellegrini e Vera Pastrello

Cenário: Lagoa: um pano azul no chão e uma pedra na beira da lagoa.

Figurantes: Relógio, sapo Giraldo, carneiro, borboleta e duas sapinhas (figurantes).

RELÓGIO [entra em cena girando]: - Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac. Dia e noite, Tic Tac, Tic Tac Noite e Dia.

RELÓGIO: - Bom dia amiguinhos. A historinha de hoje é sobre o Girallllldo. Vocês conhecem o Girallllllldo? Não? Pois hoje, nesta lagoa, a qualquer hora, a qualquer minuto, a qualquer segundo o Girallllldo aparecerá. Psssssiiiuuuuu! Fiquemos aqui, na beira da lagoa, esperando o Girallllldo aparecer.

[Som engraçado – Giraldo sai detrás da pedra, primeiro só a cabeça, depois uma parte do corpo. De repente entram duas sapinhas pulando [2 crianças fantasiadas]. Giraldo volta correndo atrás da pedra. As duas sapinhas ficam conversando mais para o lado e Giraldo fica observando.]

GIRALDO: - Ai, ai, como eu também gostaria de estar na beira da lagoa, brincando e pulando como aquelas sapinhas ali. Elas sim que são felizes, tem uma cor tão esverdeada, uns olhos tão lindos... e umas pernas tão fortes... E eu? Ah, como sou infeliz com esse corpo tão desmilinguido, tão deformado, esse corpo todo molenga. Nem posso sair da água.

RELÓGIO: - Tic Tac, Tic tac.

GIRALDO: - Quem está aí?

RELÓGIO: - Sou eu, o tempo. Muito prazer.

GIRALDO: - O tempo?

RELÓGIO: - Sim, eu conto os dias, as horas, os minutos, os segundos..., mas deixe pra lá. Não aguento mais ver você, dia após dia, reclamar, reclamar, reclamar...

GIRALDO: - Mas, veja o meu estado. Vivo só dentro dessa lagoa enquanto tantos outros animais passam por aqui, alegres, saltitantes e correm para longe. Eu queria tanto ser diferente.

RELÓGIO: - Calma, meu amigo tenha esperança, isso é uma questão de tempo.

GIRALDO: - Tempo, tempo, você não sabe falar em outra coisa, não é?

RELÓGIO: - Sei sim, sei falar de fé na vida que se transforma.

GIRALDO: - Gente [olhando para plateia], esse daí de tanto contar os dias e as noites está meio lelé da cuca. Quanta complicação!

RELÓGIO: - Giraldo eu só estou querendo dizer que você é um girino.

GIRALDO: - Por isso meu nome é Giraldo. Giraldo - girino. Faz sentido.

RELÓGIO: - Sim e é a sua primeira fase na sua vida que está em constante transformação. Agora você vive na água, mas daqui há um tempo... tcham tcham tcham...

[Entra em cena um carneiro berrando. O relógio fica estátua.]

CARNEIRO: - Ora, ora, ora, veja só quem está aí! Vou beber minha água rapidinho senão pode até me dar indigestão ficar olhando para esse ser tão feioso [bebe e sai de cena.]

GIRALDO: - Eu não disse que sou uma aberração da natureza?

RELÓGIO: - Que aberração, que nada. O desenvolvimento dos anfíbios se dá através da metamorfose.

GIRALDO: - Mas você gosta de falar difícil, né. Não entendi nada.

RELÓGIO: - Metamorfose é um processo de mudanças pelo qual você passa desde o nascimento até chegar ao estágio adulto.

GIRALDO: - Mas eu quero sair da água [chorando escandalosamente], eu quero, eu quero. Esse dia não chega nunca.

RELÓGIO: - Tenha fé e acredite Giraldo, esse dia logo chegará.

GIRALDO: - Acredite, acredite. E se não acontecer? E se meu destino for ficar enterrado aqui dentro dessa água e ainda por cima ser tão feioso assim para o resto dos meus dias? como vou coaxar na beira da lagoa para arrumar uma namorada? Ninguém me ama, ninguém me quer...

RELÓGIO: - Calma, meu amigo, calma.

GIRALDO: - Calma, calma. Cansei desse blá, blá, blá todo.

BORBOLETA [entra em cena]: - Oi Sr. Tempo, que bom encontrá-lo.

RELÓGIO: - Nossa, como você está crescida. Que linda!

BORBOLETA: - Obrigada por ter me ajudado no verão passado. O sr. tinha razão, é preciso acreditar em vida nova. Oi, Giraldo, tudo bem?

GIRALDO: - Oi. Você me conhece?

BORBOLETA: - Lógico que conheço. O Sr. Tempo falou muito de você para mim.

GIRALDO: - Falou é? Falou o quê? Coisa boa ou ruim?

BORBOLETA: - Quando eu estava dentro do casulo, eu reclamava o dia todo e aí ele disse: - Você parece o Giraldo, o girino que mora lá na lagoa. Ele também reclama o tempo todo.

GIRALDO: - Você estava dentro de um casulo?

BORBOLETA: - Sim, eu era uma lagarta feiosa, gosmenta...

GIRALDO: - Feiosa? Mas você é linda!

BORBOLETA: - Agora, meu caro, agora. Antes, você nem imagina que coisa horrorosa. Mas vou andando porque tenho muitos campos floridos para visitar. Tchau, Giraldo, Tchau, Sr. Tempo.

GIRALDO e RELÓGIO: - Tchau!

RELÓGIO: - Viu só?

GIRALDO: - Então é possível mesmo. Eu vou me transformar, vou me transformar. Vou dormir rapidinho para o tempo passar logo e esse dia glorioso chegar [boceja.] Boa noite, amiguinhos!

RELÓGIO [sai de cena girando]: - Tic tac, tic tac. Passa o tempo. Dia e noite. Noite e Dia. Tic Tac.

[Música – Giraldo sai da pedra. olha para o seu corpo e vê sua imagem na água.]

GIRALDO [alegre]: - Uau, veja Sr. Tempo. Eu agora sou um sapo. Vou poder sair por aí pulando e coaxando... Sr. Tempo. Poxa vida onde será que ele se meteu?

RELÓGIO [entra em cena]: - Tic, tac, calma Giraldo. Opa aconteceu a sua transformação. Você viu só? Foi preciso morrer como girino para ressurgir como sapo. De agora em diante você se chamará: Sapolino.

SAPINHA 1: - Sapolino, que nome bonito!

SAPINHA 2: - Você não quer brincar conosco?

GIRALDO: - É pra já, vamos nessa! [os três sapos saem de cena saltitando.]

RELÓGIO: - Ei, não me deixem aqui passando o tempo sozinho!

Esperem por mim...

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