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Vigilantes e sempre atentos

Atualizado: 15 de out. de 2020

Mt 24,37-44

autora: Cecília Pellegrini


No salão do Castelo, o relógio Tic Tac estava dormindo, com o corpo todo arqueado e roncava muito.

Mas, vejam só, de repente ouve-se um ronco estrondoso: era o alarme do relógio. Ele próprio se assustou e ficou girando e levantando os braços sem parar, enquanto falava: - Um novo ano litúrgico se inicia! Agora estamos no ano “A”. “A” de amor, “A” de amizade, “A” de alegria...

A Rainha Ana entrou gritando no salão, muito animada, com seu bebê no colo: - “A” de Ana!

Depois foi até o relógio: - Tic Tac, Tic Tac, você despertou e meu marido Ano ainda não voltou! Ai! Que saudade do meu maridinho...

O choro do bebê tomou conta do Palácio e a Rainha acarinhava e balançava o pequeno, enquanto falava: - Meu marido Ano vai voltar, não sei o dia, nem a hora. Será agora ou no romper da aurora? Daqui a um mês ou um século, talvez? Vou me preparar e da nossa filha, Aninha, cuidar.

O Relógio falou com desdém: - Que se preparar que nada, aproveite a vida camarada!

Todo empolgado ao acabar de falar, o Relógio deu um tapinha nas costas da Rainha.

Indignada ela falou: - Mas o que é isso? Claro que estarei preparada. Você, relógio, pode ter a hora certa, mas está falando uma coisa muito errada.

A fala da Rainha Ana é interrompida ao se ouvir os Soldado Sol e o Soldado Dado: - “Marcha soldado, cabeça de papel, quem não marchar direito, vai preso pro quartel...”

O Soldado Sol foi o primeiro a falar, após as devidas reverências: - Rainha Ana, estamos aqui para ajudá-la na grande espera.

Em seguida foi a vez do Dado: - Conte conosco nesta sua caminhada.

A Rainha agradeceu os seus servos leais: - Obrigada, Sol! Obrigada, Dado!

O Relógio, desdenhando, falou: - Obrigada Sol, obrigada Dado. Que perda de tempo! Seu marido Ano não avisou quando chegará, então... seja danadinha, aproveite a vida, rainha!

Cada soldado pegou num dos ponteiros do relógio e o girou, enquanto falavam: - Pare com isso Tic. Pare com isso Tac.

O Soldado Sol afirmou: - Ano e Ana juraram amor eterno.

E o Soldado Dado complementou: - E nossa rainha prometeu que nesse tempo de espera fará tudo o que o nosso rei ensinou.

Ao ouvir essas palavras quatro crianças entraram perguntando: - Nosso rei chegou?

A resposta que todos deram foi: - Ainda não!

Ana lembrou: - Vocês sabem o quanto meu marido Ano, que também é nosso rei, é um homem maravilhoso, né?!

- Claro! Todos concordaram prontamente.

As crianças foram falando alternadamente: - Nosso rei é bom, ele é honesto, é trabalhador, ajuda a todos, partilha o que tem... não só dinheiro, mas os seus dons, sempre tem uma palavra amiga, visita os doentes, ele é da paz, não briga...

A Rainha concordou: - Sim, sim, sim! Ele é um exemplo de amor ao próximo.

Até o Tic Tac concordou: - Tenho que concordar, ele tem um jeito especial de amar.

Os dois Soldados gritaram esfuziantes: - Viva! O nosso rei chegará!

Nisso o Relógio começou a girar os seus ponteiros: - Olhe o tempo, olhe o tempo! Já passou mais um momento! O tempo passa como o vento!

A Rainha concordou: - Sim, a vida está passando rápido! Vou me preparar e só coisa boa praticar. Sol e Dado fiquem atentos, vigiem a entrada do castelo e me avisem quando Ele chegar.

- Vigilantes e preparados, sempre ao vosso lado! Reverenciaram a Rainha e ficaram perfilados de prontidão na entrada do Castelo.

As crianças trouxeram várias dificuldades do reino para a Rainha solucionar: - Alteza, dona Mariquinha, uma aldeã idosa, está doente.

- Vamos lá ajudá-la. Levaremos o médico do Castelo. Solucionou prontamente a Rainha.

O Relógio não parava de fazer tic tac, tic tac enquanto as crianças foram com a Rainha curar dona Mariquinha.

Outra criança trouxe nova demanda: - Rainha, há um desempregado, seu Bartolomeu, o coitado ainda não comeu.

- Pegaremos comida da despensa, ele terá sua recompensa.

Com o tic tac, tic tac do tempo a passar, Ana foi a fome do pobre homem saciar.

Ela nem bem chegou e outra criança problematizou: - Rainha, os moradores do vilarejo estão brigando, uma verdadeira guerra está se formando.

E mais uma vez ela se prontificou: - Não há quem suporte, guerra é morte! Vou tentar a paz pra aquele lugar.

Por último, uma criança abriu um pergaminho enorme: - Alteza, veja quantos problemas pra senhora solucionar.

E com firmeza a Ana falou: - Com a ajuda de todos vocês, é fácil governar. Sol, Dado, vocês estão vigilantes?

- Vigilantes e atentos. Responderam os valentes Soldados.

A Rainha, então, ensinou que com os olhos e o coração bem abertos nosso encontro com o Rei é certo!

E assim, todos procuraram vigiar suas vidas para perdoar, partilhar, ajudar, amar enquanto aguardaram a chegada do Rei.

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