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Última chance

Lc 13,1-9

Autora: Cecília Pellegrini


Cenário: Um painel no centro do palco, com figuras de árvores frutíferas, desenhos e duas árvores representadas por atores: 1 macieira repleta de maçãs e 1 figueira sem figos.

Personagens: Macieira, Figueira, 1 Menina, Patrão, Funcionário Fernando e 1 Fadinha (uma criança).

MACIEIRA [alegre]: - Bom dia, Figueira!

FIGUEIRA [emburrada]: - Um mau dia pra você também.

MACIEIRA: - Ei, ei, quanta frieza. Estamos no tempo de refletir e se arrepender.

FIGUEIRA: - Pois sim, se arrepender... Arrepender do que? Tá louca sua Macieira fofoqueira. Escuta, vem vindo alguém e é uma criança. É agora mesmo que irei aprontar.

MENINA [entra em cena]: - Uau, uma macieira carregadinha! [a menina vai caminhando e a figueira coloca o pé (raiz) na frente e a menina cai].

MENINA [chorando]: -  Ai que dor, acho que torci meu pé. Também pudera, nem vi essa raiz enorme! Vou voltar pra casa. Ai que dor [sai de cena mancando].

FIGUEIRA [rindo]: - Bem feito! Bem feito! Eu adoro aprontar com as crianças! 

MACIEIRA: - Coitadinha da Menina. Ela só queria pegar umas maçãs. Você não deveria fazer tantas maldades.

FIGUEIRA: - Fica na tua. Eu cuido da minha vida.

MACIEIRA: - A Mãe Natureza deve estar muito triste com você. Ela nos dá a vida e quer que cuidemos bem de tudo e de todos.

FIGUEIRA [brava]: - Pare de falar e me deixe em paz. Essa sua conversa chata atraiu o Dono do pomar. Já posso sentir o cheiro daquele homem daqui.

PATRÃO [entra em cena]: - Vejam só que Macieira carregadinha! Bela e boa árvore, sua produção me renderá um excelente dinheiro. [olha para o painel que estará no centro do cenário]: -  Vocês também quantas frutas deliciosas e lucrativas. Ficarei rico com essa colheita. [vê a Figueira]: -  O quê? Nenhum figo? Você, Figueira ao contrário das outras fruteiras só me dá prejuízo, há três anos não dá um figo sequer. Sua preguiçosa. Ah, mas vou resolver isso agora mesmo [sai de cena bravo, pisando duro.]

FIGUEIRA [fala após o PATRÃO sair de cena]: - Não dou figo mesmo. O figo é meu e não dou pra ninguém.

MACIEIRA: - Amiga Figueira, mas o que é isso? Pense bem...

FIGUEIRA [brava]: - Se eu fosse um lenhador fazia picadinho de você. Fecha essa matraca.

FADINHA [entra em cena].

MACIEIRA: - Fadinha! A Mãe Natureza só te manda quando é coisa séria. Aconteceu alguma coisa?

FIGUEIRA: - Se não aconteceu, pode se mandar porque estou sentindo cheiro de chuva e suas asas vão molhar e você não vai poder voar.

FADINHA: - Eu trouxe esse recado pra você [entrega um bilhete em formato de folha de árvore.]

MACIEIRA: - Amiga Figueira, uau... Você recebendo um recado direto da nossa Mãe Natureza!

FIGUEIRA: - Sou a filha preferida da Mãe Natureza. Morra de inveja, sua Macieira invejosa... [Começa a ler]: - Querida filha Figueira, eu estou sempre ao lado dos meus filhos e confio em cada um deles. Sei que farão apenas o bem e ajudarão a todos. Eu confio em você, minha filha.

MACIEIRA: - Que lindo, nossa Mãe nos ama tanto!

FIGUEIRA: - Ei, ei sua intrometida. O bilhete foi pra mim. Fica na tua... [Faz som com o nariz ]: - Sinto cheiro de gente. 

MACIEIRA: - Se esconda Fadinha. [ A Fadinha se esconde atrás do painel do cenário].

[O Patrão entra com seu Funcionário. Eles trazem um machado]: - Venha Fernando, venha ver que decepção para a natureza, uma Figueira seca, sem frutos.

FUNCIONÁRIO: - Sim, sim estou vendo.

PATRÃO: - Há 3 anos venho procurando figos e não encontro, corte essa árvore! [faz gesto de corte, com o machado].  Ela só está inutilizando a terra. Vamos plantar uma fruteira que mereça as coisas boas que a Mãe Natureza dá.

FUNCIONÁRIO: - Senhor, deixa a Figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e colocar adubo. Pode ser que venha a dar fruto.

PATRÃO: - Mas veja bem, se depois de todo esse cuidado, mesmo assim ela não der frutos você a cortará.

FUNCIONÁRIO: - Claro, claro, se mesmo assim ela não der figos, Aí então eu cortarei.

PATRÃO: - Vou confiar e esperar mais 1 ano [o patrão sai de cena.]

FUNCIONÁRIO [falando com a Figueira]: - Vou fazer tudo o que eu puder para salvá-la, mas faça a sua parte também. Vou buscar o adubo e a pá [sai de cena e a Fadinha sai do esconderijo.]

FIGUEIRA [nervosa e chorando]: - Vocês viram, escapei por pouco! Que machadão, que machadão !

MACIEIRA: - Calma! É preciso ter paciência.

FIGUEIRA [chorando]: - O que eu faço?

MACIEIRA: - Basta você mudar, passar a cumprir sua missão, que é dar frutos.

FIGUEIRA: - Sim, sim, está na hora de mudar, agora entendo o que você sempre me falou.

FADINHA: - Preciso ir.

FIGUEIRA: - Fadinha, leve a resposta para a minha Mãe. [Conforme a figueira fala a Fadinha finge escrever na folha] - Querida Mãezinha, só fiz coisas erradas até agora, mas daqui pra frente irei agir com responsabilidade. Eu prometo. Beijos, sua filha Figueira.

FADINHA: - Nós confiamos em você.Tchau [sai de cena.]

MACIEIRA: - Parabéns Figueira, você realmente se converteu de malvadinha para boazinha.

FIGUEIRA: - E sabe que já me sinto melhor!

MACIEIRA: - Aproveite essa chance que o dono do pomar está lhe dando.

FIGUEIRA: -  Uma última chance me deram

Vou melhorar e frutificar

Os figos irão aparecer

E uma longa vida vou ter

MACIEIRA e FIGUEIRA: - Tchau pessoal!

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